Economia d� sinais de recupera��o ap�s as elei��es

O fim das incertezas eleitorais come�a a mudar o humor de empres�rios e investidores no Brasil. Nas �ltimas duas semanas, desde a elei��o de Jair Bolsonaro (PSL) para presidente da Rep�blica, empresas come�am a retomar planos engavetados nos �ltimos meses, seja de investimentos, fus�es e aquisi��es e lan�amento de a��es no mercado (IPOs). Alguns an�ncios de investimento j� foram feitos apenas alguns dias depois do an�ncio de Bolsonaro como pr�ximo ocupante do Pal�cio do Planalto. Mas o otimismo vem com um alerta: � necess�rio avan�ar com as reformas econ�micas.

Na �ltima semana, o empres�rio Carlos Wizard Martins - ex-propriet�rio da escola de ingl�s Wizard e hoje dono da rede Sforza, que inclui neg�cios como as redes Mundo Verde, KFC e Pizza Hut - disse que pretende desembolsar R$ 1,6 bilh�o nos pr�ximos anos.

Outro neg�cio que circulava nas rodas de conversa de bancos de investimento havia meses teve o contrato de compra assinado apenas alguns dias depois do fim das elei��es: a aquisi��o de 22% da rede Madero pelo fundo americano Carlyle. O aporte, de R$ 700 milh�es, veio ap�s 24 meses de "jejum" do fundo no Pa�s.

Grandes bancos brasileiros melhoraram suas perspectivas para a economia do Pa�s: o Bradesco agora prev� que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro v� crescer 2,8% no ano que vem (antes, projetava 2,5%), enquanto o Ita� Unibanco elevou sua perspectiva para 2,5% (ante 2%, anteriormente).

O economista-chefe do Ita� Unibanco, M�rio Mesquita, diz que o humor do mercado mudou nas �ltimas semanas: "Vemos um claro aumento das consultas para fechamento de opera��es, dado que a sensa��o � que os mercados de renda fixa e vari�vel reabriram para as empresas brasileiras."

�nimo

Se nos bancos comerciais h� otimismo, em alguns bancos de investimento a sensa��o � que o pr�ximo ano guarda grandes possibilidades. No banco Brasil Plural, a estimativa de expans�o do PIB para 2019 foi revisada para 3,5%.

Para que essa meta seja atingida, por�m, ressalva o presidente da institui��o, Rodolfo Riechert, � necess�rio que a reforma da Previd�ncia seja aprovada. De acordo com o executivo, a Previd�ncia virou um "s�mbolo" da retomada do Brasil. Por isso, em sua opini�o, o combate ao d�ficit previdenci�rio deve ser a "prioridade zero" da nova administra��o.

O Brasil Plural est� trabalhando na abertura de capital do banco BMG, uma das primeiras ofertas iniciais de a��es que foram confirmadas para o m�s de dezembro. E Riechert diz que, desde o fim de outubro, projetos que estavam em "banho-maria", incluindo o aux�lio para o IPO de duas empresas de tecnologia de m�dio porte, voltaram a ficar quentes. "Tamb�m fomos procurados por gestoras de fundos imobili�rios querendo ampliar sua plataforma aqui o Brasil", diz o executivo.

Embora concorde que o humor do mercado tenha mudado para melhor, o chefe de fus�es e aquisi��es do escrit�rio Pinheiro Neto Advogados, Fernando Alves Meira, diz, por�m, que h� "certo exagero", principalmente por parte de bancos de investimento. "H� quem aposte em 30 aberturas de capital na Bolsa no ano que vem. N�o estou t�o otimista", diz.

Apesar disso, ele acredita que, com medidas como a reforma da Previd�ncia e a independ�ncia do Banco Central, h� condi��o para a economia brasileira consolidar um crescimento de 2,5% a 3% nos pr�ximos anos, "sem muita surpresa negativa".

O s�cio da gestora Vinci Partners, Jos� Guilherme Souza, diz que alguns indicativos demonstram um cen�rio um pouco mais favor�vel a novos neg�cios. Ele destaca que, at� as elei��es, era dif�cil at� marcar uma conversa com um investidor estrangeiro.

Com o fim das indefini��es pol�ticas, a gestora j� foi procurada por um fundo soberano para falar sobre novas estrat�gias no mercado brasileiro e tem reuni�es marcadas para o fim do m�s com investidores estrangeiros. "Isso j� um bom sinal, depois da paralisia que vivemos no pr�-elei��o." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.