Desde que foi iniciada em junho de 2011, a constru��o da Hidrel�trica Belo Monte j� exigiu R$ 13 bilh�es de aportes de seus s�cios - o dobro do previsto inicialmente: R$ 6,5 bilh�es. At� o fim do ano que vem, quando a maior usina em obra no Pa�s ser� conclu�da, � poss�vel que a administra��o da hidrel�trica precise de mais recursos para finalizar o projeto.
Al�m do bloco estatal (49,98%), formado por Eletrobras, Chesf e Eletronorte, Belo Monte tem como s�cios a Cemig, Light, JMalucelli Energia, Vale, Sinobr�s, Neoenergia e os fundos de pens�o Petros (de funcion�rios da Petrobras) e Funcef (da Caixa).
Para construir a hidrel�trica, al�m dos R$ 13 bilh�es aportados pelos s�cios, o BNDES financiou outros R$ 27 bilh�es, que ser�o pagos pela concession�ria com a receita da hidrel�trica.
O custo da usina, no entanto, foi subindo ao longo da obra por quest�es ambientais e sociais e n�o teve contrapartida do banco de fomento. Por isso, os s�cios tiveram de colocar mais dinheiro na obra. O custo total at� agora, corrigido pela infla��o e com juros, � de R$ 40 bilh�es.
Agora, na reta final, a empresa ainda tem de resolver quest�es importantes para o equil�brio financeiro da usina, de 11.233 megawatts (MW), no Rio Xingu (PA). No m�s passado, a Norte Energia - concession�ria que administra a hidrel�trica - perdeu uma arbitragem contra a Eletrobr�s que envolve mais de 2 mil MW.
Os s�cios da usina entendiam que a estatal tinha a obriga��o de comprar os 20% de energia destinada ao mercado livre por todo o tempo da concess�o, por R$ 130 o MWh (hoje atualizados para R$ 217).
A Eletrobras, sob o comando de Wilson Ferreira Jr., n�o concordou com essa condi��o. O processo, ent�o, foi parar numa c�mara de arbitragem, que deu decis�o favor�vel � estatal em outubro. Agora a Norte Energia precisa encontrar um rumo para essa capacidade dispon�vel.
"Neste momento estamos fazendo estudos, simula��es e definindo pol�ticas de comercializa��o dessa energia no mercado", afirma o presidente da concession�ria, Paulo Roberto Ribeiro Pinto.
Isso significa decidir quanto a empresa vai vender agora, por quanto tempo e se algum s�cio vai querer parte dessa energia. Segundo o executivo, n�o � f�cil colocar energia no mercado livre no longo prazo - �s vezes, nem � conveniente por causa das fortes oscila��es. Ele garante, no entanto, que at� o fim do ano o assunto estar� resolvido.
At� setembro, a usina estava com 97,95% das obras conclu�das. No pr�ximo dia 10 deve entrar em opera��o mais uma turbina, somando 17 m�quinas em funcionamento, com capacidade para 7,5 mil MW. Restar�o apenas sete turbinas para concluir todo o projeto. Uma fonte pr�xima a um dos s�cios de Belo Monte destacou que a expectativa � que a �ltima m�quina entre em funcionamento em outubro de 2019.
Resultado
Como resultado da entrada em opera��o das turbinas, a receita bruta de Belo Monte aumentou 79% neste ano, de R$ 2,1 bilh�es em setembro de 2017 para R$ 3,7 bilh�es. No per�odo, a usina conseguiu reverter preju�zo de R$ 91 milh�es at� setembro do ano passado para lucro de R$ 791 milh�es este ano.
Apesar disso, de acordo com notas explicativas do balan�o, a companhia tem um capital circulante l�quido negativo (ativo menor que o passivo) de R$ 2,8 bilh�es - o que significa que ainda ser�o necess�rias "quantias significativas em custos de organiza��o, desenvolvimento e pr�-opera��o para conclus�o da constru��o de Belo Monte". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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ECONOMIA
S�cios j� gastaram R$ 13 bilh�es com Belo Monte, o dobro do previsto
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