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Estado de Minas ENTREVISTA/CLAUDIO RAUPP

'Ainda falta ao pa�s a fa�sca de reativa��o da economia', diz Executivo da gigante americana HP

Ele se mostra otimista em rela��o aos neg�cios no ano que vem


postado em 30/11/2018 06:00 / atualizado em 30/11/2018 11:16

(foto: Divulgação)
(foto: Divulga��o)
S�o Paulo – O executivo Claudio Raupp, presidente da gigante americana HP no Brasil, est� ajudando a conduzir sua empresa para aquilo que ele considera ser o futuro da ind�stria global: a produ��o a partir da impress�o 3D.

Depois de a HP tentar, sem sucesso, se consolidar no concorrido mercado de tablets e smartphones, a companhia enxerga agora um futuro promissor para os neg�cios.


Qual a sua avalia��o de 2018?
Em linhas gerais, foi um ano bom para a HP Brasil, mas poderia ter sido muito melhor. O mercado de tecnologia est� com uma demanda reprimida, particularmente no mundo de computa��o pessoal e de impressoras. Com a crise, muitos deixaram de atualizar seus computadores. Como o Brasil passou por tr�s anos praticamente sem crescer, estacionado ou com um PIB negativo, as empresas tiveram de se reestruturar e adiar novas compras. Entre os consumidores residenciais, houve um comportamento semelhante.

O que faltou para ser melhor?
Ainda falta para o Brasil uma fagulha, aquela fa�sca de reativa��o da economia. O pa�s precisa desse start para conseguir fazer a economia crescer de forma mais forte. Espero que isso possa vir de uma forma muito mais acentuada em 2019.

"Muitas fabricantes de smartphones que entraram no in�cio j� deixaram o mercado. � um mercado de alt�ssima escala"

Claudio Raupp



O que pode gerar essa fa�sca no pr�ximo ano?
A gente come�ou a ver alguns sinais que mostram isso. H� um movimento de maior confian�a do consumidor. Isso � fundamental para os brasileiros consumirem mais, n�o apenas os bens do dia a dia, mas tamb�m no investimento em computa��o e impressoras.

Mas s� a confian�a do consumidor ser� capaz de fazer o mercado de tecnologia crescer?
N�o. Ser�o v�rios fatores. Em primeiro lugar, o pa�s precisa ter investimentos, sejam de empresas locais, sejam de fontes externas. O Brasil perdeu bastante investimento de fora nos �ltimos anos, muito por incertezas pol�ticas, incertezas com respeito � pr�pria seguran�a jur�dica no pa�s. O principal fator para o investidor voltar a olhar para o Brasil � a recupera��o da seguran�a. O pa�s precisa, por exemplo, acabar com os fatores que geram instabilidade no real, o que no nosso neg�cio � bastante importante. A flutua��o da moeda em 2018 foi ruim para os neg�cios. Grande parte dos custos � cotada em d�lar. � importante tamb�m rever a quest�o do cr�dito. O Brasil ainda est� em um n�vel de juros b�sicos bastante altos. A infla��o tamb�m tem que estar controlada. Tudo isso, enfim, traz a possibilidade de crescimento. No fim das contas, o que vale � a gera��o de emprego.

"O Brasil perdeu bastante investimento de fora nos �ltimos anos, muito por incertezas pol�ticas, incertezas com respeito � pr�pria seguran�a jur�dica no pa�s"

Claudio Raupp



A volta do emprego �, na sua avalia��o, fact�vel j� em 2019?
Sim. E � um fator cr�tico para criar a fa�sca. Ao come�ar a ter uma gera��o de emprego maior, o �ndice de confian�a do consumidor e do empres�rio sobe junto. Se o consumidor n�o tem certeza de que vai ter emprego daqui a seis meses ou um ano, passa a ter uma estrat�gia de gastos muito baseada na necessidade bastante b�sica. Assim, acaba adiando a troca do carro, da televis�o, do computador. Ent�o, se a fa�sca de todos esses itens que eu mencionei se alinhar, no final do dia come�a a gerar mais emprego.

A HP foi uma das empresas que mais sofreram nos �ltimos anos com a queda da venda de computadores pessoais, gerada pela populariza��o dos tablets e smartphones. Onde a empresa errou?
Na realidade, fizemos alguns lan�amentos, com os ultrabooks, em que o consumidor poderia unir computador e tablet em um �nico equipamento. Mas foi uma categoria que teve um prazo de exist�ncia bastante baixo. O consumidor definitivamente n�o adotou.

O mercado dos computadores pessoais n�o volta mais?
Em n�vel mundial, o mercado de computa��o pessoal teve um per�odo de queda e outro per�odo de estabiliza��o. Ao analisar a HP, mundialmente, a gente vem com os trimestres consecutivos com crescimento em receita em computa��o pessoal. � tamb�m verdade que houve a consolida��o nesse mercado, e na quantidade de jogadores. O n�mero de fabricantes hoje � menor do que havia h� dois anos. Ent�o, a HP vem crescendo.

"Em linhas gerais, foi um ano bom para a HP Brasil, mas poderia ter sido muito melhor. O mercado de tecnologia est� com uma demanda reprimida, particularmente no mundo de computa��o pessoal e de impressoras"

Claudio Raupp



E no Brasil?
No Brasil, a queda do mercado foi a mais acentuada que a gente viu nesses �ltimos quatro a cinco anos. Adicionalmente, houve o fen�meno dos tablets, que tamb�m j� n�o s�o aquela febre toda. Mas, adicionalmente a essa competi��o, seguramente o smartphone teve um papel mais forte do que tablets. O que aconteceu foi que o Brasil teve tr�s anos de recess�o, enquanto outros pa�ses n�o tiveram. At� 2016, o Brasil teve uma queda mais acentuada, mas a partir de 2017 h� um gradual crescimento. Devemos estar fechando este ano com 5,5 mil unidades de PCs vendidos.

 

Qual foi o �pice da HP no Brasil?
� dif�cil falar do �pice, porque foram tantos momentos. Al�m disso, a HP se separou em duas empresas. Mas do ponto de vista de tamanho de mercado, e a HP naturalmente acompanhou esse momento todo, eu diria que foi 2011. A partir disso, o fen�meno de tablets e smartphones influenciou bastante forte. Percebemos que o usu�rio n�o consegue administrar tr�s telas, ou seja, um notebook, um tablet e um smartphone.

Ent�o a HP errou ao n�o apostar no mercado de tablets e smartphones?
Fizemos uma aposta. Chegamos a apostar, entre 2010 e 2011, a Palm. Ent�o, a HP entrou no mercado de tablets, fabricou, lan�ou no mercado, assim como smartphones da HP. E na realidade a gente estava buscando um nicho mais corporativo com isso, mas foi uma iniciativa que durou basicamente um ano. A gente depois verificou que esse mercado precisava de muito mais escala. Era muito dif�cil.

Havia muita concorr�ncia?
Com certeza. Muitas fabricantes de smartphones que entraram no in�cio j� deixaram o mercado. � um mercado de alt�ssima escala. O custo de entrada para formar uma marca � bastante alto. Ent�o, a HP resolveu apostar em outras iniciativas, com mais estrat�gia de inova��o e de crescimento. Quando um concorrente lan�a um produto, uma nova categoria, voc� vai estar sempre correndo atr�s de algu�m que est� inovando antes de voc�. A gente apostou as nossas iniciativas de inova��o para categorias que ainda n�o existiam, ou que ainda n�o existem. Ou seja, apostamos em categorias novas, em que podemos ter protagonismo e lideran�a desde o lan�amento.

Qual � o segmento de maior aposta?
A gente est� mergulhado na impress�o 3D. N�o � exatamente uma categoria nova, existe h� pelo menos 20 ou 30 anos. Mas n�o na categoria com tecnologia totalmente revolucion�ria, que nos permite desafiar, causar ruptura.  Esse tipo de impress�o, que j� nos permite fazer pe�as pequenas, prot�tipos, moldes e maquetes, caminha para um processo de manufatura em alta escala. Apostamos nisso e sa�mos na frente, uma decis�o mais vantajosa pra HP do que ter seguido alguma outra estrat�gia no segmento de tablets ou smartphones, mercados que est�o bastante saturados. Quem n�o pode fazer algo que seja diferente e gere impacto, � melhor n�o fazer. A inova��o � melhor para o cliente, para o mercado, para a sociedade.

 

 


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