Anunciado nesta ter�a-feira, 5, pela Petrobr�s, o plano de investimentos de US$ 84,1 bilh�es para os pr�ximos anos vai ser revisto logo no in�cio de 2019 pelo novo governo, de acordo com fonte pr�xima ao presidente eleito, Jair Bolsonaro. O valor � 13% superior ao projetado no plano anterior.
Durante teleconfer�ncia com analistas do mercado, ao ser questionada se o futuro presidente da companhia, Roberto Castello Branco, est� de acordo com o que foi planejado para a empresa que ele vai administrar a partir de janeiro, a diretoria da petroleira afirmou que o documento aprovado pelo conselho de administra��o "n�o � de uma pessoa", mas da institui��o Petrobr�s.
"� um plano que envolveu mais de 100 pessoas e est� sendo elaborado h� oito meses. Tivemos pelo menos sete workshops (discuss�es internas), todas as �reas da companhia contribu�ram. Somente aqueles que est�o no dia a dia sabem da real profundidade do plano e sua robustez", disse o diretor de Estrat�gia, Organiza��o e Sistema de Gest�o da petroleira, Nelson Silva.
Uma fonte da Petrobr�s, que n�o quis se identificar, contou que o futuro presidente da estatal teve acesso apenas �s linhas gerais do plano e n�o manifestou opini�o. Procurado, Castello Branco n�o respondeu o pedido de entrevista.
O novo plano estrat�gico tamb�m n�o foi apresentado � imprensa, como acontecia tradicionalmente. Apenas analistas puderam fazer perguntas, em teleconfer�ncia que durou cerca de duas horas e n�o contou com a participa��o do atual presidente da estatal, Ivan Monteiro. Coube a Silva, que esteve � frente da elabora��o do documento nos �ltimos meses, e ao diretor Financeiro, Rafael Grisolia, comandar a apresenta��o.
Horizonte
Para a atual diretoria, o pior momento da crise passou. "� claro que n�o estamos mais na situa��o de estresse financeiro que est�vamos h� dois anos", disse Silva. Em seguida, complementou que, apesar de menos pressionada, a petroleira n�o vai afrouxar na disciplina. "O que vemos agora � que a empresa pode olhar adiante e pensar em outras alternativas se forem rent�veis."
O executivo citou a inten��o de voltar a colocar dinheiro na busca por novos reservat�rios de petr�leo, "o que demonstra que a companhia entrou numa fase de recupera��o". A petroleira tamb�m est� disposta a procurar parceiros para projetos de g�s natural liquefeito no Brasil ou no exterior. O g�s natural ser� "um ve�culo de crescimento da participa��o global" da estatal, segundo Silva.
O programa de venda de ativos, defendido pela equipe econ�mica de Bolsonaro, foi mantido no radar, mas dever� ser tratado, como em qualquer grande petroleira, como um trabalho de gest�o do portf�lio. Na pr�tica, significa que a companhia poder� se desfazer de alguns projetos e patrim�nios, mas, ao mesmo tempo, avan�ar em outros. O desinvestimento deixa de ser uma ferramenta priorit�ria de gerenciamento da d�vida. A ideia � se desfazer de US$ 26,9 bilh�es do patrim�nio at� 2023.
A Petrobr�s continua buscando s�cios para controlar quatro refinarias das regi�es Nordeste e Sul do Pa�s e quer abandonar os neg�cios de fertilizantes e GLP (botij�o de g�s), al�m da explora��o e produ��o de campos de menor porte, que n�o condizem com o portf�lio.
Diferen�as
Mas o segmento petroqu�mico continua no foco de investimento. E n�o h� plano de sair da distribui��o de combust�veis, com a venda do controle da BR Distribuidora. Essas posi��es contrariam o projeto do pr�ximo governo.
O presidente eleito j� manifestou vontade de vender todos os ativos que n�o fazem parte do neg�cio principal da companhia: a produ��o de petr�leo e g�s natural, principalmente, no pr�-sal. No per�odo em que esteve no conselho de administra��o da Petrobr�s, de 2015 a 2016, o futuro presidente da companhia tamb�m defendeu a venda da BR Distribuidora. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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