Indicado no s�bado, 8, pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, para comandar a nova Secretaria Geral de Produtividade e Emprego, o economista Carlos da Costa antecipou que o pr�ximo governo vai lan�ar um Plano Nacional de Qualifica��o de Capital Humano para elevar a qualidade da m�o de obra do Pa�s. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e ao Broadcast (sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado), Costa informou que o plano prev� melhor uso dos recursos transferidos pelas empresas ao Sistema S para os programas de qualifica��o do trabalhador.
Quais as primeiras medidas?
Certamente as de destravamento para remover as amarras das empresas. Precisamos acelerar o desenvolvimento da produtividade do Pa�s. Temos uma produtividade m�dia de 23% da do trabalhador americano.
Como o governo vai alcan�ar a meta de 10 milh�es de empregos em 4 anos?
Quem gera emprego � o setor privado, n�o o governo. Essa � uma mudan�a de abordagem central. O Estado tem de remover os obst�culos � cria��o de empregos. Temos in�meras regulamenta��es, proibi��es que amarram as m�os dos empres�rios. Temos de garantir que alguns setores que geram muito emprego tenham preced�ncia nas nossas a��es de liberaliza��o e destravamento. O primeiro deles � a constru��o, que tem o maior potencial de gera��o de empregos no curto prazo. Temos de atuar para reduzir as barreiras regulat�rias, obst�culos para que as obras aconte�am.
O que mais poder� ser feito?
Precisamos de uma reforma tribut�ria com menos carga sobra a produ��o e o emprego. � um segundo elemento que vai agir para a gera��o de empregos. Vamos lan�ar o Programa Nacional de Qualifica��o de Capital Humano. O Brasil est� ficando para tr�s na corrida global da m�o de obra qualificada e estamos perdendo competitividade pela aus�ncia de pol�tica efetivas de investimento. O Pronatec teve efetividade zero. Foi dinheiro desperdi�ado. At� que o atual governo praticamente o interrompeu. E precisamos de um salto de moderniza��o.
O que � esse plano?
Ainda vamos detalhar, mas o plano ter� alguns pilares. O primeiro � que precisa ser feito com a iniciativa privada. S�o as empresas que sabem o que os trabalhadores do futuro v�o precisar. Acreditamos que muito dessa capacita��o vai ocorrer dentro das pr�prias empresas. Segundo tem de ser feito em parceria com as organiza��es sociais que recebem recursos p�blicos, como Senac, Senai e Sebrae, que disp�em de or�amento importante.
Como seria? O Sistema S � criticado pelo desvio de recursos da qualifica��o para outras fun��es.
� tema que precisa ser analisado com cuidado. � preciso ver se isso ocorreu porque o Sistema S se afastou ou se o governo n�o exerceu a sua responsabilidade de coordena��o. Ou os dois. A verdade � que o Sistema S � muito centralizado. Existem alguns Senais que fazem �timo trabalho e outros nem tanto. Pode ser �timo do ponto de vista t�cnico, mas n�o � coordenado pelo setor p�blico. Existe uma discuss�o sobre quanto o Sistema S deveria receber de recursos e como us�-los. � uma discuss�o nacional e n�o somos n�s que unilateralmente vamos definir. Mas uma coisa � certa: precisamos trabalhar mais pr�ximo do Sistema S para garantir que os recursos dispon�veis, que s�o p�blicos, sejam coordenados com as a��es do governo. Precisamos garantir o melhor uso. O Sistema S n�o tem independ�ncia total do setor p�blico.
Hoje n�o � dessa forma?
N�o. O governo tem pouca articula��o do Sistema S na defini��o das prioridades. Pela lei, o Sistema S tem de ter os seus planos aprovados pelo setor p�blico. O TCU decidiu recentemente que s�o recursos de natureza p�blica. N�o queremos brigar com o Sistema S. Seria p�ssimo. O que queremos � nos aproximar e garantir que os recursos sejam adequados. Precisamos ter certeza que esses recursos s�o usados de acordo com a necessidade de emprego da popula��o
Vai precisar tirar dinheiro do Sistema S?
Todo recurso publico hoje est� sendo revisto. Ele n�o � exce��o. Est� sendo estudado se faz sentido rever.
O Pronatec vai acabar?
J� acabou na pr�tica. Hoje, a quantidade de recursos que tem l� n�o serve para praticamente nada. O resultado foi desastroso. Foi um dinheiro gasto sem resultado. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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ECONOMIA
'Estamos ficando para tr�s na corrida da m�o de obra', diz Carlos Costa
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