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Estado de Minas ECONOMIA

Brasil pode atrair mais investidores estrangeiros, diz presidente do BNP Paribas


postado em 15/12/2018 09:49

O presidente do banco franc�s BNP Paribas nos EUA, Jean-Yves Fillion, diz ver no Brasil condi��es promissoras de crescimento, especialmente ap�s o fim das incertezas eleitorais. Segundo o executivo, que no meio deste ano foi nomeado tamb�m presidente do bra�o de banco de investimentos do BNP Paribas para as Am�ricas, se o novo governo conseguir mover as "m�tricas econ�micas" na dire��o correta, haver� uma maior atra��o de investimentos estrangeiros. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Qual sua percep��o em rela��o ao Brasil diante de um novo governo?

Vemos condi��es muito promissoras no Brasil e as incertezas cessaram com o fim do processo eleitoral, o que � positivo. Estive em encontros com nossos clientes e sempre fico impressionado com o n�vel de sofistica��o e de conhecimento dos empres�rios com os quais me encontro enquanto estou no Brasil. As companhias est�o se tornando cada vez mais internacionais, o que acredito ser um bom hedge, e nos mostram o qu�o vibrante, se bem organizada, essa economia pode ser.

Pode-se dizer que o sr. est� otimista?

Sou um banqueiro, estou tentando ser pragm�tico e realista. O que vejo aqui � promissor. Este Pa�s tem muitos talentos e habilidade para inovar. Continuamos capitalizando a subsidi�ria do Brasil, fizemos isso em 2016, no meio da crise, numa decis�o contrac�clica. E diante do crescimento que prevemos, � prov�vel que no in�cio do ano que vem uma nova capitaliza��o ocorra.

Que caminhos o Brasil tem de perseguir para atrair o investimento estrangeiro? Tivemos a Lava Jato, a economia desacelerou, tivemos muitos problemas aqui e os investidores ficaram mais afastados do Pa�s...

O mundo tem muito problemas, relacionados a quest�es pol�ticas, sociais e econ�micas. Tenho visto um cen�rio diferente aqui, onde, apesar dos problemas, os estrangeiros continuam a investir. Estamos em posi��o para fazer tal afirma��o, porque fazemos a ponte entre as Am�ricas, a Europa e a �sia para o Brasil, vemos a entrada de recursos das empresas e dos pa�ses. Apesar, portanto, dos fatores que voc� descreveu, que s�o reais, temos visto esperan�a na economia do Brasil e em seu potencial. Se assumirmos que daqui em diante, com o novo governo, as m�tricas econ�micas v�o se mover na dire��o correta, proporcionando maior estabilidade, haver� uma maior atra��o de investidores estrangeiros.

Como o sr. v� o Brasil em rela��o aos outros pa�ses emergentes?

Quando se olha para esses pa�ses, percebe-se que s�o muito espec�ficos, t�m pontos fortes e desafios. O que vejo no Brasil � uma comunidade vibrante, domesticamente dedicada em alguns setores, e um excelente exportador. Uma ind�stria banc�ria muito forte, bem administrada, com um regulador muito respons�vel. N�o vejo isso em qualquer lugar. Percebi nas conversas que tenho com as empresas uma habilidade de ligar os pontos com o mundo e interesse dos investidores em diversificar, n�o vejo isso em todo o lugar do mundo.

O Pa�s pode se beneficiar da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, como muitos dizem no mercado?

O Brasil tem uma rela��o e um fluxo comercial muito forte com a China e poderia provavelmente desempenhar um papel diferente nesse cen�rio, mas n�o acredito que precise ter um papel significante nas discuss�es comerciais. A guerra comercial parece ser mais um evento conjuntural e, efetivamente, o que vemos � a possibilidade de as exporta��es do Brasil para a China se tornarem mais competitivas, assim como os investimentos estrat�gicos da China no Brasil.

O sr. acredita que os Estados Unidos est�o sob o risco de uma recess�o?

A economia dos Estados Unidos viveu um dos mais longos per�odos de crescimento forte, infla��o e desemprego baixos, as empresas t�m muito caixa e s�o pouco alavancadas e os bancos capitalizados e l�quidos. O poss�vel, com o que est� acontecendo, � que tenhamos conclu�do um ciclo. A economia americana n�o deve entrar em colapso, mas desacelerar, e j� h� sinais pr�ticos, como as proje��es mais cautelosas das companhias e nos coment�rios do presidente do Fed (o banco central americano) sobre a velocidade da eleva��o do juro. Acreditamos que o Fed adotar� uma postura mais cautelosas e gradual no ano que vem. Nossa proje��o � de dois aumentos do juro americano ao longo de 2019, com a taxa chegando a 3%. Se o Fed desacelerar o processo de aperto monet�rio no ano que vem, os pa�ses que tiverem d�vidas em d�lar ter�o uma situa��o mais f�cil.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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