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Estado de Minas

Carros sem motorista da 99: o que e quando esperar

Visitamos o laborat�rio da chinesa Didi, dona do app 99, em Mountain View, na Calif�rnia


postado em 23/12/2018 07:00 / atualizado em 23/12/2018 09:20

Sensores no topo e computador no porta-mala: pesquisas em inteligência artificial caminham em paralelo ao desenvolvimento do carro(foto: Divulgação/ Didi)
Sensores no topo e computador no porta-mala: pesquisas em intelig�ncia artificial caminham em paralelo ao desenvolvimento do carro (foto: Divulga��o/ Didi)

S�o Francisco
– As empresas que hoje miram o futuro das solu��es para mobilidade urbana entenderam onde est� o sinal verde para a pr�xima revolu��o tecnol�gica de fazer arrepiar os cabelos: nas ruas de Mountain View, na Calif�rnia, circulam ideias e prot�tipos dos carros que seguem por conta pr�pria, sem motoristas. Os chineses da Didi – a gigante que comprou a startup brasileira 99 – n�o perderam isso de vista e por isso, desde maio, t�m no carro aut�nomo o principal produto em desenvolvimento no novo laborat�rio instalado na mesma cidade onde o Google fincou os p�s.

“Em cinco anos, a tecnologia deve estar pronta para o mercado”, prev� Zhaoyin Jia, o coordenador do time que cuida do carro aut�nomo. O Estado de Minas esteve entre os meios de comunica��o convidados para a primeira visita internacional de jornalistas ao lab. A princ�pio, parece uma startup como outra qualquer: pr�dio austero, de linhas retas, decora��o quase infantil, com mapa estilizado da cidade, aquela alegria t�pica do discurso corporativo da constru��o de um mundo melhor, estampada em almofadas em forma de carros cartunizados. “Tudo � la Vale do Sil�cio”, frisa uma sorridente chinesa da equipe de comunica��o, empolgada com os novos m�veis e o grande espa�o para refei��es com lanches dispon�veis o tempo todo. O tour de jornalistas passa pela turma “que faz os testes nos carros”: uma garota de cabelos coloridos e um rapaz gordinho acenam cheios de simpatia.

Fachada dos laboratórios da Didi: no Vale do Silício
Fachada dos laborat�rios da Didi: no Vale do Sil�cio "� chinesa", fotos n�o s�o permitidas (foto: Fred Bottrel/EM/D.A Press)

E ent�o o passeio nos laborat�rios da Didi chega � parte cercada de tens�o. Em uma cidade em que mais de 20 empresas fazem testes com carros sem motoristas, os avan�os de cada uma s�o guardados a sete chaves. Some-se a isso a forma chinesa de lidar com informa��o e voc� ter� uma visita de imprensa em que fotos n�o s�o permitidas – proibi��o expressa em letras e �cone garrafais logo na entrada da garagem.

Os assessores de comunica��o (em maior volume do que os jornalistas do M�xico, Jap�o e Brasil – mercados considerados estrat�gicos para a Didi) cercam os profissionais de imprensa para garantir que nenhuma imagem irregular ser� produzida. Estamos em um galp�o de 100 metros quadrados com cinco carros Lincoln MKZ 2.0H. Dois deles est�o ligados na tomada, carregando a energia el�trica (os modelos s�o h�bridos; funcionam � base de gasolina ou eletricidade).

Reunião na sede da Califórnia: tudo bem
Reuni�o na sede da Calif�rnia: tudo bem "Vale do Sil�cio", frisa uma funcion�ria (foto: Divulga��o/ Didi)

No topo de um dos carros, um sensor em formato de balde virado de cabe�a para baixo gira, muito r�pido, em torno do pr�prio eixo, a ponto de fazer barulho, semelhante ao de um ventilador em velocidade m�xima: � o lidar, instrumento que permite decodificar em n�meros todas as dist�ncias e volumetrias de objetos que cercam o carro. Funciona como um scanner em 360 graus, capaz de “enxergar” o entorno do autom�vel. Dispostas de forma circular, distribuem-se ali tamb�m sete c�meras, capazes de identificar cores (o sem�foro precisa ser percebido!) e outras informa��es visuais. Radares completam o esfor�o do aparato que pretende substituir os olhos e ouvidos humanos.

Cada uma das informa��es � levada para um computador posicionado no porta-malas do carro: a m�quina que a Didi usa � gigante e ocupa todo o espa�o. Ali est� o c�rebro da opera��o, onde todos os dados s�o processados – e tamb�m onde se concentra o aprendizado.

Isso porque enquanto desliza pelas ruas, o ve�culo adquire conhecimento sobre os trajetos, e se torna um “motorista experiente”; h� ali uma tecnologia que permite, de fato, uma consolida��o de saber, a partir da soma das decis�es e desafios enfrentados, para tornar a m�quina mais esperta – por mais assustador que soe, a coisa realmente funciona � imagem e semelhan�a das nossas cabe�as.

“H� novos desafios que precisamos enfrentar at� sentir a confian�a plena na tecnologia: a seguran�a � um deles. Ainda h� fundamentais limita��es para a intelig�ncia artificial e o aprendizado pelas m�quinas. Enquanto amadurecemos o desenvolvimento da intelig�ncia artificial, seguimos com a pesquisa de ve�culos aut�nomos – as duas coisas caminham em paralelo”, explica Jia, ex-funcion�rio da Waymo, a divis�o do Google para o carro aut�nomo.

A Waymo se dedica, desde 2009, a pesquisar as tecnologias que tornam poss�vel o carro sem motorista. Esses nove anos de estrada deixam empresas como a Didi, por enquanto, atr�s na largada para o lan�amento dos primeiros carros. Os prot�tipos chineses ainda soam bastante experimentais, na compara��o com o que a principal concorrente j� mostrou.

Contratar para chefiar a equipe algu�m que esteve h� pouco dentro da “garagem inimiga” n�o soa anti�tico para o dr. Gong Fengmin, chefe do laborat�rio: “Temos um c�digo de �tica muito claro sobre isso, o que j� � o padr�o em todo o Vale do Sil�cio. Quando contratamos algu�m, esperamos m�o de obra qualificada, que obviamente traz uma bagagem, mas tem consci�ncia de que deve, ao chegar a uma nova empresa, ser capaz de desenvolver novas coisas.”

Enquanto cresce a insatisfa��o dos motoristas humanos que hoje fazem o dinheiro da empresa, dr. Gong n�o vislumbra futuro em que haja substitui��o total da m�o de obra humana, indicando que, ao menos a princ�pio, operadores para o carro ser�o indispens�veis. Toda a base do aprendizado das m�quinas que funcionam como c�rebro dos ve�culos aut�nomos � a qualidade das vias e digitaliza��o confi�veis das informa��es – outro fator que ainda pode distanciar mercados como o brasileiro da novidade. Tudo, contudo, mera quest�o de tempo – justamente contra ele correm chineses e americanos em busca do carro aut�nomo perfeito.

Terra da inova��o
(foto: Fred Bottrel/EM/D.A Press)
(foto: Fred Bottrel/EM/D.A Press)

As t�picas casinhas de sub�rbio estadunidense conservam, nas ruas dos bairros residenciais de Mountain View, certo suspense – com as portas de garagem fechadas – inspirado na m�tica hist�ria local: haver�, por tr�s de alguma delas, duplas de g�nios da inform�tica reunidas criando novidades que mudar�o o futuro da humanidade? Se n�o, ao menos nos laborat�rios das grandes empresas que resolveram se instalar por l�, a competi��o segue acirrada.

A busca por aprimorar as tecnologias do carro aut�nomo colocam a pequena cidade, distante 120 quil�metros de San Francisco, colada � Universidade de Stanford, de volta aos trilhos da descoberta excitante de novidades que podem mudar a vida de muita gente, em escala global – tanto que � Didi n�o bastou o laborat�rio em Pequim.

Por isso, a prefeitura garantiu as licen�as a mais de 20 empresas para que as ruas da cidade fossem palco dos novos testes. De vez em quando, os carros aut�nomos ganham as manchetes internacionais quando batem em algum poste. “Minhas preocupa��es n�o s�o com seguran�a – v�o ocorrer acidentes, assim como ocorrem com os carros dirigidos. Minha preocupa��o � que a tecnologia v� mais longe que nossa habilidade de regul�-la”, diz o prefeito de Mountain View, Lenny Siegel.

(*O jornalista viajou a convite da 99)


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