O acordo comercial entre Brasil e Argentina para ve�culos, que imp�e limites de exporta��o e importa��o, voltou a ser respeitado pelas montadoras nos �ltimos meses, depois que o pa�s vizinho entrou em uma nova crise econ�mica e passou a demandar menos carros brasileiros. O novo cen�rio facilita as negocia��es para renova��o do acordo, uma vez que a situa��o anterior, de excesso, incomodava o governo argentino.
Pelo acordo em vigor entre os dois pa�ses, para cada US$ 1 em ve�culos e autope�as importados da Argentina, o Brasil pode exportar no m�ximo US$ 1,50 para l�. No entanto, durante 2016, 2017 e o primeiro semestre deste ano, o lado brasileiro excedeu esse limite. Isso ocorreu porque, enquanto o mercado argentino batia recorde e demandava mais carros, as vendas de ve�culos no Brasil se recuperavam lentamente. Nesse per�odo, a rela��o de com�rcio chegou a superar a casa de US$ 2.
Desde maio, no entanto, a Argentina tem passado por um per�odo de acelera��o da infla��o e deprecia��o da moeda, levando a taxa b�sica de juros do pa�s a mais que dobrar, para cerca de 60% ao ano. As condi��es piores de cr�dito derrubaram as vendas de ve�culos para o consumidor argentino, enquanto o mercado brasileiro passou a crescer com mais for�a, reequilibrando a balan�a.
Em c�lculo que considera os volumes de exporta��o e importa��o entre maio e novembro, para cada US$ 1 importado da Argentina, o Brasil exportou US$ 1,14 para o pa�s. Ou seja, o lado brasileiro virou deficit�rio nos �ltimos meses, embora historicamente seja superavit�rio.
Limites. Com o limite novamente respeitado, as discuss�es para renova��o do acordo ter�o uma barreira a menos. Antes, durante o per�odo de excesso, a Argentina, incomodada, chegou a notificar as montadoras respons�veis, exigindo garantias de que, ao fim da vig�ncia do documento, as multas cab�veis seriam pagas.
Essa atitude do governo argentino contribuiu para que as discuss�es para renova��o do acordo fossem antecipadas para 2018, embora a vig�ncia do contrato atual s� acabe em junho de 2020. As conversas, por�m, foram interrompidas ap�s a vit�ria de Jair Bolsonaro para presidente. Com a transi��o de governo, a negocia��o foi suspensa e, segundo representantes das montadoras, s� deve ser retomada em 2019.
Por enquanto, a proposta da Argentina � de ampliar o acordo por mais tr�s anos. O governo brasileiro concorda, desde que o limite da rela��o de com�rcio seja ampliado para ao menos US$ 1,70. O governo argentino resiste em elevar o �ndice porque n�o quer aumentar o d�ficit de suas contas. De qualquer forma, est� afastada a possibilidade de haver livre com�rcio, desejo antigo das montadoras.
Para 2019, n�o h� perigo de a rela��o de com�rcio voltar a ser desrespeitada. Isso porque as empresas apostam em novo recuo para o mercado argentino, de 20% a 25%, e mais um ano de expans�o para o Brasil, de 10% a 13% (leia mais ao lado). Segundo a Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea), as vendas na Argentina s� devem come�ar a se recuperar no segundo semestre de 2019, por causa do acordo do pa�s com o Fundo Monet�rio Internacional (FMI). As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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