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Estado de Minas ENTREVISTA/PAULA PASCHOAL

"O Brasil � um mercado que favorece a inova��o", diz executiva do PayPal

Executiva diz que uso do dinheiro ter� participa��o cada vez menos relevante nos neg�cios


postado em 03/01/2019 06:00 / atualizado em 03/01/2019 08:46

(foto: Divulgação)
(foto: Divulga��o)

S�o Paulo – A evolu��o dos meios de pagamento poder� provocar uma das maiores transforma��es da hist�ria: o desaparecimento do dinheiro em esp�cie. Quando isso acontecer, empresas como o PayPal, uma das l�deres mundiais do setor de media��o de pagamentos on-line, ter� enorme parcela de responsabilidade. Para Paula Paschoal, diretora-geral do PayPal no Brasil, in�meros fatores mostram que o uso do papel-moeda caminha para uma participa��o cada vez menos relevante nos neg�cios. “A tecnologia avan�a rapidamente, mas n�o acho que vai ser da noite para o dia que deixaremos de usar o dinheiro vivo”, afirma. “Mesmo assim, est� claro que esse processo � irrevers�vel.”

Nesta entrevista, Paula explica por que o Brasil tem uma posi��o estrat�gica para a empresa, que foi criada em 1998 nos Estados Unidos e que chegou ao mercado brasileiro em 2010. “N�o s� pelo tamanho da popula��o com acesso a compras on-line, mas porque o brasileiro usa muito o telefone celular e tamb�m pelas 60 milh�es de pessoas que ainda n�o t�m acesso a servi�os banc�rios”, afirma.

Atenta �s grandes quest�es nacionais, a executiva v� com otimismo a agenda do novo governo, que tem como uma de suas prioridades m�ximas a melhora do ambiente de neg�cios no pa�s. Paula destaca que medidas importantes t�m sido tomadas, especialmente aquelas conduzidas pelo Banco Central. “Temos um Banco Central muito atuante, o que favorece a competi��o e a inova��o”, destaca a diretora do PayPal. Na entrevista a seguir, ela fala de pol�tica, neg�cios e dos grandes projetos de sua empresa para o mercado brasileiro.

O novo governo tem uma agenda pautada pela melhoria do ambiente de neg�cios do pa�s. Qual � a sua expectativa?
Estou otimista. Dois fatores refor�am isso. O primeiro deles � que hoje no Brasil o e-commerce representa at� 5% das transa��es do varejo. Em pa�ses mais maduros, esse percentual chega a 18%. Ent�o, ainda temos muito espa�o para ganhar no varejo f�sico com a mudan�a do modelo de consumo. Al�m disso, � preciso destacar que o Banco Central tem sido muito atuante, o que favorece a competi��o e a inova��o. Trata-se, portanto, de um cen�rio muito positivo. Enxergo os pr�ximos anos de bastante crescimento para a empresa no pa�s.

Qual � a relev�ncia do Brasil para o PayPal?
O Brasil � um dos mercados com grande potencial. N�o s� pelo tamanho da popula��o com acesso a compras on-line, mas por outros dois fatores locais. O primeiro deles diz respeito � paix�o do brasileiro por telefone celular. A m�dia hoje de celulares no Brasil � superior a um por pessoa. Muita gente anda com dois ou at� tr�s aparelhos. Hoje o brasileiro gasta em m�dia quase cinco horas por dia no telefone. Temos um perfil de p�blico que fica muito conectado. Quando comparamos com outros mercados, � mais do que o dobro do que o americano gasta. O potencial , portanto, � muito grande.

 

"O Brasil evoluiu bastante nos �ltimos tempos, n�o s� em termos de velocidade de internet, mas tamb�m de disponibilidade de Wi-Fi"

 

Qual � o segundo fator?
Al�m disso, o Brasil oferece um desafio que o PayPal adora, que faz parte da nossa vis�o e miss�o global: a inclus�o financeira. Temos hoje no pa�s mais de 60 milh�es de usu�rios que n�o t�m acesso a servi�os banc�rios. Diante desse cen�rio, estamos discutindo parcerias para gerar acesso a servi�os de forma simples, f�cil e segura. Trata-se de um mercado que traz grandes oportunidades.

O que o PayPal faz para ganhar espa�o no mercado brasileiro?
Cada vez mais temos encontrado solu��es que facilitam a vida do consumidor por meio da internet e do pagamento m�vel. Mas essa experi�ncia vai muito al�m da compra em si. Antes, t�nhamos aquela vis�o de que o PayPal permitia comprar em um site no Brasil ou no exterior. Hoje oferecemos muito mais. Atrav�s do PayPal, voc� chama um t�xi, um Uber, pede comida no Rappi, resolve um problema em uma viagem, entre outras in�meras comodidades. Ent�o, aquela vis�o limitada de que o PayPal s� permitia compras n�o existe mais. Cada vez mais a nossa vida est� sendo resolvida no ambiente on-line, seja no supermercado, na farm�cia, nas coisas do cotidiano. O PayPal passou a fazer parte disso.

Qual � o perfil do usu�rio do PayPal no Brasil?
Antes era aquele usu�rio ligado em tecnologia, chamado de “early adopter”, ou seja, que era o primeiro a testar. Mas hoje j� � diferente. Por conta de parcerias que fizemos com grandes empresas, como 99, Vivo, Claro, entre outras, acabamos massificando o uso do PayPal. Temos usu�rios em todas as regi�es do pa�s e tamb�m em todas as classes sociais e faixas et�rias.

Que estrat�gia foi adotada para massificar o servi�o?
Fizemos um amplo trabalho de diversifica��o dos servi�os. O processo foi amadurecendo ao longo dos anos. Come�amos as opera��es do PayPal no Brasil em 2010. Naquela �poca, j� t�nhamos uma base de usu�rios relevante, que comprava no exterior. E o desafio ao longo dessa jornada foi desmistificar o uso da compra on-line. Atrav�s de parcerias, temos simplificado esse caminho.

 

 

"O Banco Central tem sido muito atuante, o que favorece a competi��o e a inova��o. Enxergo os pr�ximos anos de bastante crescimento para a empresa no pa�s"

 

Quantas transa��es s�o registradas em m�dia pela empresa?
Em 2017, foram 8 bilh�es no mundo. Ainda n�o temos os n�meros fechados de 2018, mas esse indicador vem crescendo de forma acelerada, acima dos 20%, sendo que no Brasil o ritmo de crescimento � ainda mais expressivo.

O que explica o crescimento no Brasil ser superior ao da m�dia mundial?
Pelo fato de termos um potencial local muito grande. Isso faz o crescimento ser ainda mais acelerado. Temos avan�ado acima de dois d�gitos de forma constante.

O avan�o das vendas de smartphones e tamb�m das transa��es on-line gera uma discuss�o: o dinheiro em esp�cie est� com os dias contados?
Ele j� vem acabando em alguns pa�ses. A Su�cia, por exemplo, j� n�o imprime papel-moeda faz alguns anos. Mas esses pa�ses t�m se deparado com o desafio de como incluir uma popula��o mais velha que nunca usou celular. Como eles v�o lidar com isso? Mas acho que o dinheiro caminha para uma participa��o cada vez menos relevante. Existem in�meros fatores que favorecem o fim do papel-moeda. A tecnologia vem avan�ando muito rapidamente, mas n�o acho que vai ser da noite para o dia que deixaremos o dinheiro como meio de pagamento. Mesmo assim, est� claro que esse processo � irrevers�vel.

Como voc� v� esse mercado no futuro?
Essa � a pergunta de muitos milh�es de d�lares. A expectativa que n�s temos � que o mercado vai mudar mais nos pr�ximos tr�s anos do que mudou nos �ltimos 20 anos.

Que transforma��es ser�o essas?
Existem duas tecnologias que v�o fazer muita diferen�a no futuro. Uma delas � a intelig�ncia artificial. A outra � blockchain. Na China, j� � poss�vel ver pagamentos por reconhecimento facial. Mas � dif�cil prever se pagaremos nossas despesas com o olho ou com um QR Code. A �nica coisa que d� para afirmar com certeza � que o sistema de pagamento vai mudar muito.

O Brasil est� preparado tecnologicamente para essas transforma��es?
O pa�s vem se preparando, vem cuidando da tecnologia, vem recebendo investimentos de grande empresas. Para muitas companhias, o Brasil j� � um grande mercado. Temos tido exemplos de startups de sucesso, com Nubank, 99 e outras. Acredito que o ecossistema no pa�s � bastante positivo.

A qualidade da internet atrasa o avan�o desse mercado?
Acho que evolu�mos bastante nos �ltimos tempos, n�o s� em termos de velocidade de internet, mas tamb�m de disponibilidade de Wi-Fi. Mas n�o sei dizer se � uma barreira que impede o nosso crescimento. O que temos s�o casos de sucesso do lado do comportamento. Uso sempre o exemplo do t�xi. H� tr�s, quatro anos era imposs�vel pagar um t�xi usando cart�o de cr�dito. Hoje em dia � quase imposs�vel pegar um t�xi no meio da rua sem a utiliza��o de um aplicativo. Ent�o, a aceita��o, o amadurecimento do mercado, do consumidor brasileiro em um tempo bastante curto, � visto como um fator positivo.

Que outros entraves atrapalham o setor?
Acho que o maior deles ainda � o medo do consumidor de colocar os dados do cart�o de cr�dito.

Como assim?
O melhor exemplo disso � o uso dos boletos nas compras on-line, que representa mais de 20% de participa��o nas vendas do e-commerce. Um m�todo que leva o cliente do on-line para um mundo off-line. Ele gera um papel e o cliente vai precisar abrir um outro aplicativo ou ir pessoalmente ao banco pagar. Isso n�o parece ser o caminho natural.

Por que ainda existe essa inseguran�a?
Porque as pessoas t�m medo de vincularem seus cart�es de cr�dito, t�m medo de serem fraudadas. Ent�o essa � a nossa principal barreira: desmistificar o uso de cart�o de cr�dito, de d�bito e at� mesmo de uma conta no ambiente on-line.

 

"Na Su�cia, j� n�o se imprime papel-moeda. Mas esses pa�ses t�m se deparado com o desafio de como incluir uma popula��o mais velha que nunca usou celular"


O que o PayPal tem feito para garantir aos usu�rios que as compras s�o seguras?
Seguran�a � nosso principal pilar. O PayPal nasceu com o intuito de garantir seguran�a n�o s� para quem compra, mas tamb�m para quem vende. Tem que se sentir seguro mesmo sem conhecer a pessoa do outro lado. Ent�o desde sempre investimentos muito em seguran�a. E hoje, se voc� comprar qualquer coisa com o PayPal, n�o importa se � no Brasil ou qualquer parte do mundo, e n�o receber esse produto ou receber algo diferente do que foi comprado, o PayPal te protege.

 

Na pr�tica, como isso � feito?
Quando voc� coloca os dados de seu cart�o, pode ficar tranquilo, porque esse dado vai ficar com o PayPal. Jamais vamos compartilhar as informa��es com os sites. Ent�o, a partir do momento em que falo que a transa��o foi autorizada, o risco � todo nosso. Estamos sempre cuidado para que as duas partes tenham a m�xima seguran�a. Mesmo que um site seja atacado, a informa��o jamais ser� divulgada. Mesmo que um produto n�o exista, o dinheiro do consumidor estar� protegido e ele ter� o valor de volta.






 


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