A possibilidade de o governo propor mudan�as na tabela do Imposto de Renda da Pessoa F�sica (IRPF) com a cria��o de uma al�quota �nica entre 15% e 20% para a maioria dos contribuintes pode provocar uma perda de arrecada��o entre R$ 25 bilh�es e R$ 45 bilh�es ao ano, segundo c�lculos do economista S�rgio Gobetti, especialista em tributa��o.
Para fazer o c�lculo, o economista usou como base a amplia��o da faixa de isen��o dos atuais R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil. Pela proposta em estudo pela equipe econ�mica, haveria uma al�quota �nica entre 15% e 20% para os contribuintes com sal�rios superiores a uma faixa de isen��o (que n�o foi informado, mas o economista colocou em R$ 2,5 mil porque acima desse patamar representaria uma perda "gigantesca" de arrecada��o). Para os mais riscos - que atualmente pagam uma al�quota de 27,5% - haveria uma redu��o da carga para 25%, como informado mais cedo pelo presidente Jair Bolsonaro. O valor dos que pagariam a al�quota de 25% n�o foi definido mas est� em estudo que a renda seria de R$ 25 mil mensais.
Se a op��o for pela al�quota de 15%, a perda da arrecada��o seria de pelo menos R$ 45 bilh�es. Caso opte por uma faixa de 20%, o governo abriria m�o de no m�nimo R$ 25 bilh�es de receitas.
"N�o me parece uma mudan�a adequada para o momento, seja pela crise fiscal - o d�ficit das contas p�blicas -, seja por uma decis�o de reduzir a tributa��o para quem ganha mais, incluindo os sal�rios altos do funcionalismo p�blico", disse. Segundo ele, mesmo que ocorram redu��es das dedu��es, como gastos com sa�de e educa��o, n�o compensaria a perda de arrecada��o com a mudan�a na tabela. Uma sa�da seria adotar a tributa��o de lucros e dividendos por pessoas f�sicas, mas essa op��o obrigaria o governo a promover mudan�as no IR de empresas para reduzir as al�quotas.
Segundo o economista, a mudan�a na tabela pode provocar aumento de imposto para alguns contribuintes que ganham entre tr�s e cinco sal�rios m�nimos. "O problema n�o � ter redu��o de impostos para quem ganha entre cinco e dez sal�rios m�nimos, mas beneficiar quem ganha acima de R$ 30 mil, R$ 40 mil", criticou.
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