O ano come�ou com vendas aceleradas para as lojas de varejo da Regi�o Sudeste que comercializam produtos de ver�o. Isso est� sustentando o ritmo de crescimento do com�rcio este m�s, que j� cresceu 3,6% na primeira quinzena em rela��o ao mesmo per�odo de 2018, segundo a Associa��o Comercial de S�o Paulo. Desde novembro o desempenho do varejo vem ganhando for�a, primeiro foi com a Black Friday e, na sequ�ncia, com o Natal, que teve um bom desempenho.
Mas o fator inesperado para o com�rcio e a ind�stria � o forte calor das �ltimas semanas. Na primeira quinzena de janeiro, a temperatura m�xima na cidade de S�o Paulo, principal mercado consumidor do Pa�s, atingiu 31,5�C. Foram 3,3 graus acima do valor de refer�ncia para temperatura m�xima de janeiro, que � de 28,2�C, segundo informa��es da consultoria meteorol�gica Climatempo.
As altas temperaturas registradas desde de meados de dezembro fez os volumes vendidos de ventiladores da maior fabricante do produto no Pa�s, a Mondial Eletrodom�sticos, crescerem mais 70% nos �ltimos 30 dias em rela��o a igual per�odo do ano anterior. Foi o melhor desempenho de vendas da companhia para o per�odo em tr�s anos.
O aquecimento de vendas da ind�stria reflete o maior impulso de compras no varejo. Na Lojas Cem, por exemplo, terceira maior rede do Pa�s de m�veis e eletrodom�sticos, os volumes comercializados de ventiladores e aparelhos de ar condicionado nos �ltimos 30 dias dobraram em rela��o � proje��o inicial para o per�odo. A empresa tinha se preparado para repetir os volumes do ano anterior.
No Carrefour, os itens de climatiza��o tamb�m est�o com alta demanda este ano, tend�ncia que deve ser ainda maior a partir de fevereiro, prev� a companhia. Para 2019, a estimativa geral da varejista para loja f�sica e o e-commerce � de crescimento de at� 60% nas vendas dessa categoria de produtos em rela��o ao mesmo per�odo de 2018.
A rede Extra est� tendo o melhor desempenho de vendas de produtos de ver�o dos �ltimos tr�s anos. Em dezembro, a venda de ventiladores e climatizadores dobrou em rela��o � m�dia comercializada entre outubro e novembro do ano passado. As Casas Bahia e o Ponto Frio j� venderam na primeira quinzena de janeiro o volume de ventiladores, aparelhos de ar-condicionado e climatizadores que seria comercializado em janeiro inteiro.
Demanda maior que o esperado
A corrida �s lojas j� provoca faltas pontuais de ventilador - mais barato, o item que acaba antes do aparelho de ar condicionado. Mas o abastecimento desses aparelhos tamb�m n�o est� folgado. No in�cio da semana, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo encontrou em lojas visitadas a sinaliza��o de que o aparelho de ar condicionado exposto era o �ltimo dispon�vel no ponto de venda.
"H� uma disputa muito grande entre as redes varejistas para receber o produto no prazo", diz o supervisor geral da Lojas Cem, Jos� Domingos Alves. Ele explica que ainda n�o faltam ventiladores e aparelhos de ar condicionado nas mais de 250 lojas da rede. Mas, segundo ele, a produ��o n�o est� dando conta da demanda. Do lado do varejo, ele admite que as lojas n�o tinham se preparado para um ver�o t�o quente.
O presidente da Eletros, associa��o que re�ne os fabricantes de eletroeletr�nicos, Jos� Jorge do Nascimento Jr, afirma que a ind�stria n�o esperava para este ano um ver�o t�o favor�vel �s vendas de ventiladores e aparelhos de ar condicionado.
"Tivemos que reduzir os dias parados na f�brica entre o Natal e o Ano Novo para fazer o invent�rio por causa do aumento da demanda", diz o s�cio fundador da Mondial, Giovanni Marins Cardoso. A f�brica localizada em Concei��o do Jacu�pe, interior da Bahia, funciona 24 horas, todos os dias da semana, para atender � demanda.
Cardoso conta que funcion�rios que trabalhavam em outras linhas de produ��o da empresa foram realocados para o setor de ventila��o. Na sua avalia��o, os gargalos pontuais no abastecimento ocorrem por causa da log�stica do varejo para escoar os estoques dos centros de distribui��o para as lojas. Mas, se o ritmo acelerado de consumo continuar nos pr�ximos meses, os estoques do varejo ser�o consumidos rapidamente e poder�o ocorrer problemas de abastecimento de fato, prev�.
ECONOMIA