A Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Com�rcio e Desenvolvimento (Unctad) divulgou relat�rio nesta segunda-feira, no qual avalia os impactos para o com�rcio global das tens�es entre Estados Unidos e China. Segundo a entidade, ap�s a eleva��o de tarifas entre os dois pa�ses, outras na��es se beneficiaram, sobretudo os membros da Uni�o Europeia, e conseguir�o capturar uma fatia maior das exporta��es para essas duas grandes economias. Al�m disso, o documento detalha alguns desdobramentos para outras na��es, inclusive o Brasil. Na avalia��o da Unctad, o Pa�s se beneficia com a oportunidade de vender mais soja � China, mas tamb�m enfrenta incertezas, j� que n�o se sabe quanto tempo essas tarifas podem durar.
O Brasil aparece como um dos benefici�rios indiretos com as tarifas entre EUA e China. Segundo a Unctad, as tarifas chinesas � soja dos EUA resultam em "efeitos de distor��o" no mercado, com vantagem para "v�rios pa�ses exportadores, em particular o Brasil, que de repente tornou-se o principal fornecedor de soja para a China". A entidade aponta, contudo, que, como n�o se sabe a dura��o das tarifas, os produtores brasileiros mostram-se relutantes a tomar decis�es de investimento que podem se mostrar n�o lucrativas, caso as tarifas sejam retiradas. "Para al�m disso, as empresas brasileiras que operam em setores que usam a soja como insumo - como a alimenta��o para a pecu�ria - tendem a perder competitividade por causa das altas de pre�os geradas pela demanda chinesa por soja brasileira", analisa.
O estudo da Unctad diz que alguns pa�ses registram um salto em suas exporta��es diante das tarifas EUA-China, mas tamb�m que os efeitos globais negativos "tendem a dominar". Entre os benefici�rios num primeiro momento, as exporta��es da UE se destacam, segundo o relat�rio, seguidas pelas vendas de M�xico, Jap�o, Canad�, Coreia do Sul, �ndia, Austr�lia e Brasil, nessa ordem.
A Unctad afirma que mais pa�ses podem sofrer com pol�ticas protecionistas, que poderiam escalar num n�vel global. Segundo ela, em uma economia interconectada, as medidas de gigantes do com�rcio tendem a ter um efeito domin� para al�m dos pa�ses e setores atingidos.
No in�cio de dezembro, EUA e China concordaram em congelar as tarifas. A tr�gua vai at� 1� de mar�o e agora h� expectativa para se saber se haver um acordo bilateral para acabar com as tarifas ou se elas podem continuar a ocorrer.
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