

Haver� um per�odo de seis meses de adapta��o �s novas regras. A partir da�, deixar�o de ser usados copos, bandejas, pratos e embalagens de ovos. Quem n�o se adaptar, ter� de preparar o bolso para as multas aplicadas pela prefeitura da cidade.
Com a lei, Nova York se junta a outras 70 cidades americanas que baniram o isopor. A medida vai na mesma linha de outras decis�es governamentais, como o fim do canudo de pl�stico, a proibi��o das sacolas n�o reutiliz�veis e a venda de garrafas descart�veis feitas com esse material nos parques nova-iorquinos.
Este � mais um movimento importante no sentido de diminuir a depend�ncia de produtos obtidos a partir de fontes de mat�ria-prima n�o renov�veis, em particular do petr�leo. O Brasil, ainda que mais lentamente, tem seguido na mesma dire��o e nos �ltimos anos diferentes n�veis governamentais determinaram a substitui��o das sacolas pl�sticas descart�veis pelas reutiliz�veis e mais recentemente vem crescendo a onda anti-canudos pl�sticos.
DESAFIO AMBIENTAL E ECON�MICO Para a ind�stria, a busca por substitutos do petr�leo � um grande desafio, porque envolve muita pesquisa, o desenvolvimento de tecnologias a pre�os competitivos. A Braskem � uma das empresas brasileiras que tem avan�ado nessa �rea. Seu polietileno verde, obtido a partir do etanol da cana-de-a��car, j� tem perto de nove anos de mercado e faz parte do portf�lio da linha I’m green™.
Agora, a Braskem e a Haldor Topsoe, empresa de origem dinamarquesa l�der mundial em catalisadores e tecnologia para as ind�strias qu�mica e de refino, come�am a operar em conjunto uma unidade de desenvolvimento de monoetileno glicol (ou MEG) obtido a partir do a��car. A unidade-piloto, instalada em Lyngby, na Dinamarca, servir� para confirmar a viabilidade t�cnica e econ�mica do processo de produ��o de MEG renov�vel em escala industrial.
A unidade fabril ser� usada para desenvolver uma tecnologia com capacidade de converter o a��car em MEG dentro de uma �nica unidade industrial. Se a tecnologia funcionar, ser� poss�vel reduzir o investimento inicial na produ��o e aumentar a competitividade do processo produtivo. O objetivo � que a f�brica seja capaz de converter diferentes mat�rias-primas, como sacarose, dextrose e a��cares de segunda gera��o em MEG. Atualmente o composto � feito a partir de origens f�sseis, como nafta, g�s ou carv�o.
O MEG � usado na mistura com o �cido tereft�lico purificado (conhecido como PTA) para a obten��o do PET (sigla em ingl�s para Etileno Tereftalato). A resina � muito usada nos setores t�xtil e de embalagens, principalmente na produ��o de garrafas.
Em nota, Kim Knudsen, vice-presidente executivo da Haldor Topsoe, falou do esfor�o da companhia em avan�ar no que � chamado de solu��o Mosaik™ para a produ��o de MEG renov�vel em conjunto com a Braskem: “A Haldor Topsoe � l�der mundial em solu��es catal�ticas e estamos determinados a manter essa posi��o tamb�m na �rea de energias renov�veis. Nosso objetivo � mostrar que as tecnologias catal�ticas inovadoras podem tornar os produtos qu�micos a partir da biomassa uma op��o comercialmente atraente”.
As primeiras amostras desenvolvidas na unidade de produ��o em Lyngby come�aram a ser testadas pelos clientes apenas em 2020.
De acordo com Gustavo Sergi, diretor de Qu�micos Renov�veis da Braskem, o processo para desenvolvimento de MEG renov�vel representa um grande avan�o em termos de competitividade para o PET verde. “Essa parceria agrega valor ao nosso portf�lio I’m green™, que j� conta com o polietileno verde e o EVA verde, ambos produzidos a partir da cana-de-a��car. Ela tamb�m refor�a nossa vis�o de utilizar biopol�meros como ferramenta de captura de carbono, contribuindo para a redu��o na emiss�o de gases do efeito estufa”, afirma.
Hoje, o uso da resina verde da Braskem � bem diversificado e o material ganhou outras varia��es, como a resina EVA (copol�mero etileno acetato de vinila). O derivado da cana est� em garrafas de Coca-Cola at� no solado dos chinelos da marca americana Allbirds, que tamb�m substituiu o pl�stico usado na sola de seus cal�ados pelo poliuretano obtido na extra��o do �leo da mamona.
PRESS�O Para a ind�stria que consome pl�stico, entrar nessa corrida verde � fundamental para atender a demanda de consumidores e de governantes, que t�m sido pressionados em muitos pa�ses para criar leis mais rigorosas quanto ao uso de descarte de materiais de origem f�ssil.
Em meados de janeiro, a Nestl� e a Danimer Scientific, desenvolvedora e fabricante l�der de produtos pl�sticos biodegrad�veis, anunciaram uma parceria global para o desenvolvimento de garrafas biodegrad�veis. As duas companhias v�o trabalhar juntas para projetar e produzir resinas de base biol�gica para a divis�o de �guas da multinacional su��a com o uso do pol�mero Nodax™ PHA, de propriedade da Danimer Scientific. Segundo comunicado divulgado pelas companhias, no ano passado a Universidade da Ge�rgia (EUA) confirmou em um estudo que o Nodax™ � uma alternativa biodegrad�vel eficaz aos pl�sticos petroqu�micos. A PepsiCo, que tamb�m � parceira da Danimer, poder� ter acesso �s resinas desenvolvidas nessa colabora��o.
O PHA, segundo os pesquisadores da Danimer, se biodegrada em diferentes ambientes, como por exemplo em compostos industrial e dom�stico, solo, �gua fresca e do mar.
No ano passado, a Nestl� assumiu o compromisso de tornar 100% de suas embalagens recicl�veis ou reutiliz�veis ate 2025. Recentemente, a subsidi�ria brasileira anunciou que deixar� de usar canudos de pl�sticos em seus produtos at� 2025.
Outra multinacional que vai nessa dire��o � a Electrolux, que construiu um prot�tipo de geladeira usando biopl�sticos. Em entrevista em um evento em San Diego, o especialista em inova��o da companhia, Marco Garilli, admitiu a dificuldade do projeto, desenvolvido em parceria com a NatureWorks LLC: “Ainda temos muito a aprender sobre esses materiais”.
Su�cia tem shopping center de reciclados
Os pa�ses n�rdicos est�o entre os maiores fomentadores de neg�cios sustent�veis n�o apenas na �rea de energia. Na Su�cia, existe um shopping center dedicado exclusivamente a produtos reciclados, de segunda m�o, ou produzido de forma sustent�vel.
O ReTuna Aterbruksgalleria, constru�do em Eskilstuna, � apontado como o primeiro centro comercial do g�nero. O projeto come�ou a ser desenvolvido entre 2006 e 2007. No espa�o, produtos usados ganham nova fun��o, reduzindo o desperd�cio. Al�m da venda de roupas e objetos para casa, o shopping serve ainda como um espa�o para educa��o da popula��o para temas ambientais, como a economia circular.
A proposta do centro comercial, administrado pela empresa p�blica municipal Eskilstuna Energi och Milj� (EEM), � ser uma esp�cie de mercado de pulgas, com a diferen�a que � mais organizado e tamb�m oferece algumas grifes, como acontece com os brech�s.
A opera��o come�ou em 2015. Al�m das lojas, h� um centro de triagem que recebe doa��es de itens de segunda m�o que s�o classificados, recuperados e transformados em outros objetos pelos pr�prios lojistas. A EEM atua nas �reas de rede el�trica, mercado de eletricidade, �gua e saneamento, reciclagem, marketing e vendas.
O shopping sustent�vel oferece m�veis, roupas, brinquedos, materiais para constru��o, tem ainda pet shop e floricultura, al�m de um restaurante com alimentos org�nicos. Por dia, passam pelo local de 700 a 1 mil pessoas.
US\$ 1 bi para reduzir impacto do pl�stico
Pressionada pelos consumidores e por governantes, a ind�stria global do pl�stico tem buscado formas de minimizar seus impactos. No m�s passado, a Alliance to End Plastic Waste (AEPM), uma alian�a de empresas globais da cadeia de valor de pl�sticos e bens de consumo, anunciou o compromisso de investir cerca de US\$ 1 bilh�o nos pr�ximos cinco anos com o objetivo de acabar com o lixo pl�stico no meio ambiente, especialmente no oceano.
Formada por cerca de 30 empresas com opera��es na Am�rica do Norte e do Sul, Europa, �sia, Sudeste Asi�tico, �frica e Oriente M�dio, a organiza��o sem fins lucrativos promete desenvolver solu��es vi�veis em escala industrial para diminuir e gerenciar o lixo pl�stico, procurando formas de utiliza��o desse descarte para tornar vi�vel a chamada economia circular. Entre seus associados est�o gigantes como P&G, Mitsui Chemicals, Henkel, Basf, a Braskem e a LyondellBasell, companhia que est� em negocia��es bem avan�adas para a compra do controle da petroqu�mica brasileira.