Seis anos ap�s entrar no Brasil com a compra da rede Onofre, a gigante americana CVS avalia deixar o Pa�s, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. A maior rede de varejo farmac�utico dos Estados Unidos, que fatura quase US$ 200 bilh�es por ano, iniciou conversas com bancos de investimentos para tentar vender a Onofre depois de falhar na estrat�gia de dar escala ao neg�cio para enfrentar gigantes como a Raia Drogasil e a DPSP (uni�o das drogarias Pacheco e S�o Paulo).
Fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmaram que a CVS estaria disposta a vender a rede por um valor inferior ao que pagou para entrar no Brasil. Bancos come�aram a oferecer a rede para as principais companhias do Pa�s e para fundos de investimentos. A gigante americana entrou no Pa�s em 2013, ao pagar pouco mais de R$ 700 milh�es para a fam�lia Arede, que fundou em 1934 a Pharmacia Onofre, rebatizada Drogaria Onofre em 1957.
Enquanto a CVS tem 10 mil lojas e faturou US$ 194,8 bilh�es nos Estados Unidos, por aqui sua presen�a � t�mida. De 2013 para c�, a companhia n�o conseguiu avan�ar a posi��o de mercado da Onofre - a cadeia, na verdade, perdeu espa�o. A rede, em 2012, ocupava a 8.� posi��o do setor, segundo a Associa��o Brasileira de Farm�cias e Drogarias (Abrafarma). Passou para o 17.� lugar em 2016 e desapareceu da lista dos 20 maiores a partir de 2017. A Onofre tem hoje 51 lojas, contra 44 de seis anos atr�s - apenas tr�s fora de S�o Paulo. A l�der Raia Drogasil tem cerca de 1,8 mil unidades.
Al�m de n�o conseguir a escala esperada, o grupo americano trava uma disputa com a fam�lia fundadora da Onofre - a briga foi levada � arbitragem em 2016. Ap�s fechar o neg�cio, a CVS questionou os antigos donos por ter se deparado com passivos trabalhistas e fiscais n�o listados � �poca das negocia��es. Com faturamento de cerca de R$ 700 milh�es, conforme dados de 2017, a Onofre anunciou no ano passado que iria priorizar investimentos para expans�o das vendas pela internet.
H� tr�s anos, diante da dificuldade em fazer a Onofre crescer de forma org�nica, o grupo tentou fazer uma grande aquisi��o para virar o jogo: fez uma proposta pela DPSP, mas as negocia��es n�o avan�aram. A fam�lia Arede tamb�m tentou retomar o controle do grupo, sem sucesso, segundo fontes.
Especialistas ouvidos pela reportagem afirmaram que, com seu atual porte, os neg�cios da CVS no Brasil n�o fazem sentido para os americanos. "O mercado ficou muito surpreso com a entrada do grupo CVS no Brasil. O mercado de varejo farmac�utico no Brasil movimenta cerca de US$ 20 bilh�es, enquanto a CVS fatura quase US$ 200 bilh�es sozinha", diz S�rgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma.
Consolida��o
O processo de consolida��o do varejo farmac�utico no Brasil come�ou pouco antes da chegada da CVS no Brasil. Em 2011, foram anunciadas duas importantes transa��es que criaram as duas l�deres do setor: Raia Drogasil e Drogaria Pacheco-S�o Paulo (DPSP).
A cearense Pague Menos atraiu o fundo General Atlantic ao neg�cio - o aporte ajudou a promover a expans�o da rede para a regi�o Sudeste, consolidando a companhia como terceira for�a do setor. O grupo Ultra comprou a paraense Extrafarma, que havia sido cortejada pela BR Pharma, em outubro de 2013. Agora, a companhia est� ampliando a presen�a da marca pelo Pa�s, abrindo lojas dentro da rede de postos Ipiranga.
O segmento, no entanto, n�o viveu s� de �xitos. A BR Pharma, que pertencia ao banco BTG Pactual, tentou criar uma gigante ao adquirir companhias regionais. No entanto, o grupo teve dificuldades em v�rias opera��es e falhou na tentativa de integrar os diferentes neg�cios que adquiriu. Vendida pelo BTG por pre�o simb�lico ap�s bilion�rio preju�zo, a BR Pharma hoje est� em recupera��o judicial e � administrada pelo empres�rio Paulo Remy.
Procuradas pela reportagem, a CVS e a Onofre disseram que n�o comentam rumores de mercado.
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