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Estado de Minas ECONOMIA

Grande parte do spread banc�rio no Brasil n�o � lucro, diz indicado para BC


postado em 26/02/2019 13:59

O economista Roberto Campos Neto, indicado para a presid�ncia do Banco Central, tratou nesta ter�a-feira, 26, em resposta a senadores, do spread banc�rio no Brasil. Segundo ele, grande parte do spread no Pa�s n�o se deve ao lucro dos bancos, mas a outros fatores que elevam os custos. "Em outros pa�ses, o componente lucro � maior que no Brasil", disse ele, que participa nesta data de sabatina na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado.

Campos Neto reconheceu ainda que, at� 2016, o Brasil foi um dos poucos pa�ses que tiveram aumento do spread banc�rio. "Ap�s 2016, iniciou-se um trabalho muito elaborado no BC para reduzir o spread", pontuou.

Entre os fatores que contribuem para um spread maior, Campos Neto afirmou que, atualmente, os agentes financeiros no Brasil t�m menos informa��es que seus pares em outros pa�ses. "Tema da informa��o � importante. No Brasil, existe informa��o assim�trica muito grande", afirmou.

"Na parte de informa��o, temos o cadastro positivo, que � uma forma de disseminar a informa��o. Temos alguns projetos futuros. E temos que deixar claro que a informa��o do cliente � dele", acrescentou, em refer�ncia ao que pode ser feito para melhorar a quest�o da informa��o antes de o empr�stimo ser concedido.

Campos Neto afirmou ainda que, concedido o empr�stimo, h� um "problema maior" relacionada ao spread. "Por que a inadimpl�ncia caiu e o custo n�o baixou? N�o baixou porque a parte depois do recurso contratado continua problem�tica", disse. "De cada R$ 1 emprestado, recupera-se R$ 0,13."

O economista afirmou que este problema de recupera��o de cr�ditos ser� endere�ado pelo BC. "Temos projetos sobre isso na Casa e temos tamb�m projetos dos quais vou falar no futuro", pontuou.

Campos Neto citou propostas apresentadas pelo BC de Ilan Goldfajn que j� tratam da quest�o da recupera��o de cr�dito, como os projetos das duplicatas eletr�nicas e de centraliza��o de receb�veis.

Outro grande componente do spread, conforme Campos Neto, � o custo operacional. Ele citou os compuls�rios, o cr�dito direcionado, o custo de financiamentos e a parcela operacional como fatores que atuam neste custo operacional. "E o Brasil tamb�m � um dos �ltimos, um dos (pa�ses) mais caros no custo operacional", salientou. "Existe espa�o para remodelar mais o compuls�rio, o que vamos fazer no longo prazo, mas � importante falar que o compuls�rio n�o tem tanto impacto", disse.

O economista afirmou ainda que o governo atual tem a inten��o de fazer uma "reforma burocr�tica", o que influenciar� o custo do cr�dito. Al�m disso, Campos Neto defendeu o uso do dinheiro digital e outras iniciativas para fomentar o cr�dito, como o mercado de capitais e o estimulo � desintermedia��o.

"Mercado de capitais n�o � banco. Precisamos fomentar o mercado de capitais. Hoje, pequenas empresas n�o t�m acesso ao mercado de capitais", disse Campos Neto. "O maior instrumento democratizante do s�culo est� aqui (apontou para o celular), a tecnologia. � importante os senadores entenderem que, se h� est�mulo � tecnologia, e intermedia��o grande, a tecnologia ser� a maior plataforma para desintermedia��o."

Neste aspecto, Campos Neto citou o open banking, "que � o cliente ser dono do pr�prio dado, abrindo para todas as institui��es". O economista citou ainda a necessidade de diminuir a burocracia. "A pequena empresa hoje n�o tem acesso ao mercado de capitais. Falamos pouco de cooperativas. N�o falamos de microcr�dito, que � uma modalidade interessante", completou.

Concentra��o do setor

O economista indicado para a presid�ncia do Banco Central admitiu que o setor banc�rio no Brasil � concentrado, mas alegou que mesmo assim existe competi��o no mercado. Apesar do crescimento dos lucros dos bancos, ele avaliou que ainda h� espa�o para ampliar a rentabilidade das institui��es financeiras. "Precisamos distinguir competi��o e concentra��o. Na crise de 2008, v�rios pa�ses aceitaram uma troca de mais concentra��o por mais seguran�a, v�rios governos estimularam isso no sentido de um sistema mais concentrado, por�m mais s�lido", alegou.

Segundo Campos Neto, a concentra��o banc�ria brasileira � parecida com a de outros pa�ses desenvolvidos, como Alemanha e It�lia, al�m de outras economias emergentes. "Reconhecemos que o mercado brasileiro � concentrado, mas d� pra dizer que h� competi��o", argumentou.

O economista voltou a apostar no crescimento das chamadas fintechs de cr�dito como uma das alternativas para aumentar a competi��o no setor. "O mercado de fintechs praticamente n�o existia dois anos atr�s e hoje j� s�o mais de 300 empresas. Imagine daqui a dois anos; isso � exponencial. Esse aumento da competi��o j� est� acontecendo, e temos que monitorar para que esse processo seja feito de forma saud�vel", completou.

Sobre as cr�ticas de senadores de que o aumento dos lucros dos bancos n�o tem sido revertido em juros menores aos consumidores, Campos Neto explicou que apenas o lucro n�o � uma boa m�trica para avaliar o desempenho das institui��es. "� preciso olhar o retorno sobre o capital empregado. O retorno dos bancos j� foi maior que 19%, caiu para 12%, e agora voltou para algo em torno de 15%. Apesar dos lucros maiores, a rentabilidade ainda est� longe do m�ximo", rebateu.

O indicado para a presid�ncia do BC previu ainda que os bancos deixar�o de ser empresas de servi�o financeiro para passarem a ser empresas de servi�os tecnol�gicos. "O banco do futuro ser� cada vez mais digital. O Brasil precisa melhorar a cobertura digital, Pa�s ainda tem buracos de cobertura que impedem a competi��o digital em locais mais remotos", completou.

Campos Neto participa nesta ter�a-feira de sabatina na CAE do Senado. A expectativa � de que seu nome seja aprovado ainda nesta data na comiss�o e no plen�rio do Senado. Tamb�m passam por sabatina Bruno Serra Fernandes, que ocupar� a Diretoria de Pol�tica Monet�ria, e Jo�o Manoel Pinho de Mello, que ser� o titular da Diretoria de Organiza��o do Sistema Financeiro e de Resolu��o do BC.


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