Em vez de reduzir o custo da energia, o novo diretor-geral de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, defende a expans�o da usina, por meio da instala��o de duas novas turbinas, e a constru��o de duas novas pontes para ligar o Brasil e o Paraguai. Silva e Luna disse que investimentos em infraestrutura s�o mais importantes e deixam um legado para o Pa�s, enquanto a potencial queda da conta de luz n�o seria sentida pelos consumidores.
"Quando Itaipu foi planejada, foi planejada para ter 18 unidades geradoras e tem 20 hoje. Quem disse que n�o pode aumentar?", disse o general, em entrevista ao Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado. "Eu diria que poder�amos pensar em mais duas turbinas, pelo menos, do mesmo tamanho. Hoje, a produtividade de Itaipu em termos de energia � a maior do mundo e isso pode aumentar."
A energia de Itaipu � remunerada pelo custo, e as tarifas pagas pelos consumidores s�o usadas para pagar os gastos de gera��o, royalties, compensa��es e o pagamento do financiamento da usina, uma despesa anual de US$ 2,1 bilh�es. A constru��o das pontes tamb�m ser� bancada pela tarifa. A decis�o foi um dos �ltimos atos do ex-presidente Michel Temer no fim do ano passado. "Em vez de investir em coisas que no dia seguinte terminam e que ningu�m consegue mensurar depois, vamos investir em uma obra estruturante, altamente relevante para o Brasil e o Paraguai", disse Silva e Luna, em refer�ncia �s pontes. "Tem um custo alto, mas ser� dilu�do ao longo de um per�odo, com or�amento bem feito.".
As pontes ser�o constru�das sobre o Rio Paran�, entre Foz do Igua�u e Presidente Franco, cidade vizinha a Ciudad del Este, e outra sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho (MS) e o munic�pio paraguaio de Carmelo Peralta, a centenas de quil�metros da usina. Juntas, devem custar R$ 1 bilh�o. "� uma decis�o 1.000% correta."
Silva e Luna promete uma gest�o austera na usina. O general vai fazer uma reavalia��o dos programas e patroc�nios que Itaipu financia hoje - entre eles, est�o estudos sobre carros el�tricos e a��es locais em meio ambiente, hospitais e escolas.
Revis�o
Em 2023, o financiamento da usina estar� quitado, e os dois pa�ses poder�o renegociar os termos do contrato firmado em 1973. Hoje, h� um impasse que, segundo o general, deve ser resolvido ainda nesta semana. A Eletrobr�s e a Ande, contraparte paraguaia, n�o chegaram a um acordo sobre os respectivos valores de contrata��o da pot�ncia gerada pela usina, o que impede o planejamento para este ano.
O general reconheceu que o modelo atual permite que os paraguaios paguem menos pela energia do que os brasileiros. Em 2018, os paraguaios pagaram, em m�dia, US$ 24 por megawatt-hora (MWh), enquanto os brasileiros, US$ 38 por Mwh.
O valor m�dio inclui a energia associada � pot�ncia, que � mais cara, e a energia excedente, que � bem mais barata e, pelos acordos feitos no passado, tem sido priorizada ao Paraguai. O pa�s, no entanto, teria extrapolado esses termos, o que significou R$ 1,6 bilh�o a mais para a conta do consumidor brasileiro, segundo apurou o Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado. A Eletrobr�s, empresa por meio da qual o Brasil faz os pagamentos � usina, se recusou a pagar pelo que n�o recebeu. "Como toda fatura de Itaipu � em cima do custo unit�rio do servi�o de eletricidade, no fim quem paga a conta � quem consome a energia", disse Silva e Luna. "Itaipu � binacional, ent�o a responsabilidade � t�o paraguaia quanto brasileira. Tudo aqui � consensual, parit�rio e igualit�rio e gera responsabilidades muito grandes." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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