As Letras de Cr�dito do Agroneg�cio (LCA) devem ficar mais atraentes para o investidor a partir de agora. At� o m�s passado, quando o banco fazia uma emiss�o deste tipo de t�tulo, era preciso garantir que uma parcela da carteira tivesse juros de at� 8,5%.
Ap�s uma resolu��o do Conselho Monet�rio Nacional (CMN), n�o h� mais esse limite e cada institui��o define qual o melhor modelo de emiss�o, escolhendo como se dar� a rela��o risco e retorno. Assim, quem investe em LCA poder� ter maiores ganhos - sem um aumento do risco.
A LCA � um t�tulo emitido por bancos com lastro em uma carteira de cr�dito do agroneg�cio. Esses pap�is t�m isen��o de Imposto de Renda para pessoas f�sicas, o que acaba tornando os t�tulos mais atraentes para os pequenos investidores.
Com a mudan�a, o risco para o consumidor n�o deve aumentar, porque a LCA conta com a garantia dada pelo FGC (Fundo Garantidor de Cr�dito) para aplica��es de at� R$ 250 mil por institui��o e CPF.
"Um efeito positivo � que a nova regra deve atrair bancos que n�o ofertavam esse tipo de produto, por causa da limita��o dos juros de 8,5%. Isso deve aumentar a concorr�ncia, o que � sempre bom", avalia o economista Alexandre Cabral, professor do LabFin da Funda��o Instituto de Administra��o (FIA).
O diretor comercial da corretora Easynvest, F�bio Macedo, concorda que o primeiro impacto da novidade est� no maior leque de possibilidades de atua��o dos bancos, que aumentam seu retorno. No m�dio prazo, isso tamb�m poder� refletir-se nos rendimentos de quem investe em LCA. "Haver� mais oferta, logo, mais destino para esse dinheiro. Eventualmente, o investidor poder� conseguir taxas mais atrativas."
O ano de 2018 fechou com um estoque de LCA de R$ 150 bilh�es, de acordo com o Banco Central. At� fevereiro, foram feitos novos dep�sitos de R$ 441 milh�es nestes t�tulos, segundo a Associa��o Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Por enquanto, a presen�a da LCA na carteira dos investidores brasileiros ainda � t�mida. Dentro do varejo tradicional, ela representou 1,5% em dezembro do ano passado - no mesmo m�s do ano anterior, era 1,6%. No varejo de alta renda, a representatividade foi um pouco maior: 4% e 4,3% em cada per�odo, respectivamente.
Diante desses n�meros, ainda h� espa�o para o produto crescer e as mudan�as recentes devem colaborar para tal movimento, indicam analistas.
Competitiva
Para o coordenador do laborat�rio de finan�as do Insper, Michael Viriato, a mudan�a feita pelo CMN n�o vai conseguir "revolucionar o mercado", mas, no geral, � bastante positiva. "O que fizeram foi cortar as amarras da limita��o da taxa de juros. E retirar amarras � algo sempre bem-vindo para a economia", opina.
Ele concorda que h� uma possibilidade de aumentar a oferta de LCA no mercado e de maiores retornos para o investidor, mas aponta que � preciso aten��o na hora da escolha. Isen��o de IR e maior disponibilidade para compra n�o devem ser determinantes na hora de definir onde investir recursos, diz.
"As LCA s�o muito parecidas com o CDB (Certificado de Dep�sito Banc�rio), com exce��o dos aspectos fiscais. �s vezes, as pessoas se enganam e acham que por se tratar de um cr�dito agr�cola, o primeiro � mais arriscado. Ou que a isen��o de IR o torna melhor, mas nem sempre isso se reflete na remunera��o. Portanto, o recomendado � sempre analisar op��es semelhantes dispon�veis."
Desta forma, mesmo com a maior oferta de LCA no mercado em um futuro pr�ximo, isso n�o significa que o t�tulo de renda fixa despontar� como favorito. Ele pode tornar-se apenas mais competitivo.
Outra possibilidade � que o apetite das empresas por cr�dito tamb�m aumente mediante as novas pr�ticas. No entanto, � mais dif�cil que isso ocorra, avalia Viriato. "Aquelas que precisam de muito cr�dito buscar�o isso com opera��es no mercado." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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