Matriz da Ford n�o investir� mais 'nenhum centavo' no ABC, dizem metal�rgicos

Em encontro nos Estados Unidos, dirigentes do Sindicato dos Metal�rgicos do ABC ouviram da dire��o global da Ford que a empresa n�o vai retroceder na decis�o de fechar a f�brica de S�o Bernardo do Campo prevista para o fim deste ano. "Eles disseram que n�o v�o investir mais nenhum centavo nessa f�brica", relatou Rafael Marques, uma das lideran�as dos metal�rgicos que participou do encontro na �ltima quinta-feira, 7.

S� nesta manh�, em assembleia realizada nos port�es da f�brica, os trabalhadores foram informados do resultado da reuni�o pedida pelos sindicalistas, que tinha como objetivo tentar convencer a empresa a rever a decis�o anunciada no dia 19 de fevereiro.

Segundo Marques, o presidente de opera��es globais da Ford, Joe Hinrichs, confirmou que h� tr�s grupos interessados na aquisi��o da f�brica, duas delas com propostas mais firmes, com quem ter�o reuni�es nos pr�ximos dias e permitiu a participa��o do sindicato nessas negocia��es.

"Agora nossa luta � ajudar para que essas negocia��es deem certo e que a f�brica seja vendida com porteira fechada, ou seja com a manuten��o de todos os trabalhadores", disse o presidente do sindicato, Wagner Santana.

O sindicalista cobra responsabilidades da Ford que, segundo c�lculos apresentados � dire��o mundial da montadora, a Ford do Brasil recebeu R$ 7,5 bilh�es em incentivos fiscais nos �ltimos cinco anos para a f�brica da Bahia, onde vai concentrar sua produ��o de autom�veis a partir do pr�ximo ano. Tamb�m teria recebido R$ 5,5 bilh�es em empr�stimos a juros subsidiados do BNDES, fora outros benef�cios do programa Inovar-Auto e agora do Rota 2030.

Na assembleia, os trabalhadores decidiram manter a produ��o parada e retornar para nova reuni�o amanh�, quando ser� definida nova forma de protesto.

H� 20 dias, a Ford comunicou aos funcion�rios que vai fechar a f�brica de S�o Bernardo at� o fim do ano. Com 52 anos de opera��es, a unidade produz caminh�es e o modelo Fiesta, e opera com menos de 20% de sua capacidade produtiva.

O Brasil � o �nico pa�s em que a marca produz caminh�es e a matriz decidiu abandonar esse segmento. Em 2023 o Pa�s ter� normas mais rigorosas para emiss�es de poluentes por parte desses ve�culos e seriam necess�rios altos investimentos para adotar novas tecnologias, gasto que a companhia n�o est� disposta a fazer. J� a atual vers�o do Fiesta, lan�ada em 2013, sair� de linha.