Multinacionais trazem R$ 120 bilh�es em empr�stimos para filiais no Brasil

As multinacionais quintuplicaram o volume de recursos que trouxeram do exterior para as filiais brasileiras no ano passado. Os chamados empr�stimos intercompanhias passaram de US$ 6,2 bilh�es, em 2017, para US$ 32,3 bilh�es (o equivalente a R$ 123,40 bilh�es).

Esse tipo de empr�stimo costuma aumentar em momentos em que as empresas enfrentam problemas de caixa ou quando precisam ter acesso a cr�dito mais barato do que o dispon�vel no Pa�s, para realizar novos investimentos. Mas, como a capacidade ociosa ainda estava em n�veis elevados em 2018, por causa da lenta recupera��o da economia, analistas dizem que a demanda por recursos para investimento continuou restrita.

Boa parte do dinheiro, assim, acabou direcionada mesmo para o financiamento das atividades atuais das companhias. A �rea industrial ficou com mais de dois ter�os desse total, seguida pelo setor de servi�os. Outra parcela foi usada pelas empresas em opera��es de arbitragem de juros. Apesar da queda recorde das taxas brasileiras e da alta das taxas americanas, a diferen�a ainda favorece as aplica��es financeiras no Pa�s, com recursos dos empr�stimos entre as matrizes e as filiais.

"A opera��o intercompanhia pode crescer tanto em momentos de crise quanto de bonan�a na economia. Antes da recess�o, os juros no Pa�s estavam elevados e as empresas tomaram cr�dito mais barato l� fora para crescer", diz Luis Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas (Sobeet). "Nos �ltimos anos, percebe-se um movimento de entrada de recursos maior para manter o que j� est� instalado no Pa�s do que para o desenvolvimento de novos projetos."

Participa��o no capital. Lima lembra que a crise e a necessidade de reposicionamento de mercado ajudam a explicar a redu��o da atividade de algumas empresas estrangeiras no Brasil. Algumas at� deixaram o Pa�s. Recentemente, a rede de farm�cias americana CVS e a varejista francesa Fnac sa�ram do mercado nacional. A rede americana Walmart, por sua vez, vendeu 80% dos seus neg�cios aqui.

Enquanto os empr�stimos intercompanhias cresceram, a participa��o no capital - os recursos que incluem compras, fus�es ou expans�o de empresas no Brasil - caiu 12,5%, de US$ 64 bilh�es, em 2017, para US$ 56 bilh�es.

"Os investimentos estrangeiros em participa��o de capital das empresas s�o, no fim das contas, aportes em produ��o, diz F�bio Silveira, da consultoria Macrosector. "Ainda que esse aumento n�o se efetive, o investidor faz um aporte em expans�o ou fus�o de uma companhia para que a produ��o cres�a."
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.