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Estado de Minas ECONOMIA

Apple muda estrat�gia e entra na era dos servi�os

Em vez de focar apenas nas novidades, a Apple anuncia sua vis�o de futuro


postado em 26/03/2019 07:50 / atualizado em 26/03/2019 09:02

Sistema de pagamento movel e carteira digital desenvolvido pela Apple (foto: Reprodução/ Internet )
Sistema de pagamento movel e carteira digital desenvolvido pela Apple (foto: Reprodu��o/ Internet )

Desde sua funda��o, em 1976, a Apple sempre esteve focada em criar produtos inovadores - e ter sua receita atrelada � venda de computadores, iPods ou iPhones. Nessa segunda-feira, 25, em evento realizado em sua sede em Cupertino, na Calif�rnia, a companhia comandada por Tim Cook deu um passo importante para mudar esse cen�rio. Ao oferecer para consumidores um cart�o de cr�dito e plataformas de assinaturas de games, not�cias e conte�do audiovisual, a Apple mostra sua vis�o para o futuro: ser uma empresa de servi�os.

Em um futuro pr�ximo, ser� poss�vel nos EUA pagar contas com um cart�o de cr�dito da Apple, operado com aux�lio do banco Goldman Sachs e da Mastercard, com direito a retorno (cashback, em ingl�s) nas compras e um cart�o f�sico de tit�nio. Ou ter acesso a um acervo de 300 publica��es, incluindo t�tulos como Time e New Yorker, por US$ 10 mensais.

Por quantias ainda n�o reveladas, tamb�m ser� poss�vel jogar games exclusivos em qualquer dispositivos da empresa ou ver s�ries e filmes produzidas com o aval da Apple - incluindo a participa��o de Steven Spielberg e Oprah Winfrey, que estiveram no evento nessa segunda-feira. O Apple TV+ chega ao Brasil no segundo semestre; os outros servi�os n�o t�m data prevista para o Pa�s.

Troca

H� uma raz�o para a Apple apostar em servi�os: ao contr�rio das �ltimas d�cadas, quando conseguia inovar em dispositivos novos depois de ver uma categoria perder atratividade, hoje a Apple v� o mercado de produtos desacelerar. As pessoas j� n�o est�o mais comprando seus primeiros smartphones e nem substituindo celulares a cada ano. Nos �ltimos tempos, as novidades do setor foram evolu��es incrementais em design ou em desempenho.

A Apple � dependente de seus produtos: no quarto trimestre de 2018, 61% de sua receita vieram das vendas de iPhones. Outros 27% v�m de iPads, Macs ou rel�gios inteligentes. No in�cio do ano, ao anunciar que teria queda nas receitas com baixas vendas do iPhone, as a��es da empresa chegaram a cair 10%. "Investir em servi�os � a sa�da para a Apple", diz William Castro Alves, estrategista-chefe da corretora Avenue.

N�o � algo exatamente novo: a fabricante do iPhone h� tempos j� oferece a seus usu�rios um servi�o de streaming de m�sica, outro de armazenamento na nuvem e um sistema de pagamentos m�veis. Ao todo, o setor de servi�os rendeu � empresa US$ 10,9 bilh�es no quarto trimestre de 2018 - ou 12% do faturamento no per�odo, contra 10% um ano antes. Al�m disso, � o setor que trouxe � Apple margens de lucro na casa dos 60%, ante cerca de 35% na divis�o de produtos, entre outubro e dezembro passados.

Su�te

Com os lan�amentos dessa segunda-feira, por�m, a empresa tem uma "su�te completa de servi�os", capaz de fazer os usu�rios de seus dispositivos seguirem gastando dentro de seu ecossistema. "Acreditamos que a Apple pode conquistar 100 milh�es de consumidores em seu streaming de v�deo", afirma Dan Ives, analista da corretora Wedbush Securities.

O setor de servi�os traz ainda duas vantagens � Apple. A primeira s�o receitas recorrentes todos os meses, em vez de receber apenas uma vez por uma venda, em faturamento sazonal. A outra � ajudar a estimular a demanda por seus dispositivos, uma vez que os servi�os ser�o exclusivos para as plataformas da empresa.

Para analistas, por�m, h� diversas d�vidas sobre os servi�os apresentados pela companhia comandada por Tim Cook. Um deles � a falta de inova��o demonstrada pelos produtos. "Nenhum dos lan�amentos � disruptivo e todos j� t�m concorrentes presentes no mercado. A Apple jogou de forma segura", diz Alves, da Avenue.

A concorr�ncia � um problema: no v�deo, a Apple ter� rivais como Netflix e Amazon, j� presentes no mercado, ou Disney, que se lan�ar� no setor ainda este ano. Nos games, ter� de bater de frente com Google, Microsoft e Sony.

Preocupa tamb�m os investidores saber se a Apple est� gastando dinheiro corretamente - e se ser� capaz de recuperar o que apostou agora. S� no servi�o de v�deo ser�o US$ 2 bilh�es. "A companhia est� tentando se diferenciar de seus rivais ao se mostrar como confi�vel, dizendo que manter� dados sob privacidade", diz Ives, da Wedbush. Nessa segunda-feira, ap�s o evento, as a��es da empresa fecharam o preg�o da Nasdaq em queda de 1,2%.


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