
O Ibovespa, �ndice que mede a lucratividade das a��es mais negociadas no preg�o paulista, cedeu aos 91.903 pontos, com perdas de 3,57%. Foi o pior resultado desde a greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado. Os analistas preveem novas quedas, caso o governo n�o consiga se entender com o Congresso.
Os mesmos investidores que empurraram a Bolsa ladeira abaixo jogaram o d�lar para cima. A moeda norte-americana encostou nos R$ 4, dando o tom do tamanho da desconfian�a em rela��o aos rumos da reforma da Previd�ncia. Eles ficaram ainda mais assustados depois da derrota do governo com a aprova��o, pelo Congresso, do Or�amento Impositivo.
A divisa estrangeira encerrou os neg�cios em alta acentuada de 2,25%, sendo negociada a R$ 3,955 para a venda. Durante o preg�o, a moeda alcan�ou os R$ 3,96 e deve continuar apontando para cima. Foi o maior valor de fechamento desde 1º de outubro de 2018 (R$ 4,017).
A queda da Bolsa e a alta do d�lar se acentuaram durante o depoimento do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado. Ele deixou claro a disposi��o de sair do governo se os projetos de ajuste fiscal, entre eles, a reforma da Previd�ncia, n�o andarem e o Legislativo insistir em pautas-bomba, como o Or�amento Impositivo.
Exterior
Al�m da conjuntura dom�stica nada animadora, contribu�ram para a avers�o ao risco o cen�rio cauteloso no mercado internacional, em meio �s declara��es de Theresa May, primeira-ministra brit�nica, acerca do Brexit, e o discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, sobre a pol�tica monet�ria a ser conduzida na Zona do Euro. Agentes econ�micos tamb�m se preocupam, com a invers�o da curva de juros dos treasuries (t�tulos do Tesouro dos EUA), um indicativo de recess�o.
Na vis�o de Ivo Chermont, economista-chefe da Quantitas Asset, o dia foi marcado pela ‘tempestade perfeita’ advinha dos cen�rios externos e internos. “� dif�cil separar os fatores exteriores dos dom�sticos. Foi um pouco dos dois. Dados fracos da economia norte-americana, assim como a invers�o da curva de juros, levantam questionamentos sobre uma poss�vel recess�o nos EUA. Isso eleva a corrida para qualidade para economias consolidadas. Nesse cen�rio, o investidor tende a retirar dinheiro de pa�ses arriscados (como o Brasil)”, explica.
Segundo Chermont, o investidor tamb�m n�o reagiu bem � nova derrota do governo no Congresso. “Isso atrapalha. Tende a mostrar uma desorganiza��o do governo, com falta de pulso no que tange � agenda pol�tica. Enquanto a c�pula pol�tica n�o se organizar, o mercado continua a estressar, diante da incerteza”, diz.
Para Reginaldo Galhardo, gerente de C�mbio da Treviso Corretora, o estresse do d�lar � justificado pela agenda pol�tica do governo. “O lado interno n�o ajudou. A derrota do governo, al�m de mostrar a for�a do Congresso, mostrou aos investidores o descompasso entre os parlamentares e o discurso da equipe econ�mica”, afirma.
No entender do analista, isso deixa os investidores preocupados, o que os incentiva a irem atr�s de mais seguran�a, como o d�lar, o que explica a forte alta da moeda. De acordo com Galhardo, a aprova��o da PEC do Or�amento Impositivo, que limita, ainda mais, o poder do governo de manejar os gastos p�blicas, representa um “cabo de guerra”. “Isso engessa o governo”.
Com informa��es do Blog do Vicente