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Estado de Minas

Governo Bolsonaro a favor de armamento anima setor de seguran�a e defesa

Discurso da presid�ncia a favor da posse de armas dever� aquecer o clima de neg�cios da LAAD, a maior feira de equipamentos da �rea na Am�rica Latina


postado em 29/03/2019 06:00 / atualizado em 29/03/2019 15:21

Modelos de coletes balísticos serão a novidade mostrada pelo Grupo Inbra(foto: Inbra/Divulgação)
Modelos de coletes bal�sticos ser�o a novidade mostrada pelo Grupo Inbra (foto: Inbra/Divulga��o)

S�o Paulo – Em encontro com executivos do Conselho Tem�tico da Ind�stria de Defesa (Condefesa), da Confedera��o Nacional da Ind�stria, que ocorreu ontem, em Bras�lia, o assessor especial do Gabinete de Seguran�a Institucional e ex-comandante do Ex�rcito, Eduardo Villas B�as, alertou sobre o fato de, segundo ele, o Brasil estar ficando “perigosamente defasado” quanto ao seu aparato de defesa. Aos participantes do encontro, o militar disse: “Defesa n�o � gasto, � investimento”.


Isso � tudo que a ind�stria da defesa e armamento espera ouvir �s v�speras da LAAD Defense & Security, que ocorre a partir de ter�a-feira (2), no Rio de Janeiro. Esse � o maior evento da �rea na Am�rica Latina. Participam empresas brasileiras e internacionais especializadas no fornecimento de solu��es em tecnologia, equipamentos e servi�os para as For�as Armadas, for�as policiais e seguran�a corporativa. Ser�o 450 marcas expositoras e a previs�o � de que o evento receba por volta de 38 mil visitantes e 195 delega��es oficiais de 80 pa�ses. Essa � uma esp�cie de vitrine das inova��es dos fabricantes dos mais variados produtos, como sistemas de �udio e v�deo que s�o acionados assim que o policial tira sua arma do coldre, at� novidades na �rea de blindagem de ve�culos e confec��o de coletes (foto).


Neste ano, al�m das novidades tecnol�gicas haver� um outro componente importante nas rodas de conversa entre ind�stria e clientes. Pela primeira vez desde a redemocratiza��o do Brasil, o presidente da Rep�blica tem um discurso claramente armamentista. A flexibiliza��o do Estatuto do Desarmamento � uma das promessas de campanha de Jair Messias Bolsonaro (PSL).

OTIMISMO COM REGRAS

 

Perguntado sobre os poss�veis efeitos dessa flexibiliza��o nos neg�cios, o presidente da Taurus, Salesio Nuhs, diz: “Com mudan�as na regulamenta��o para aquisi��o de armas, com o decreto assinado no in�cio deste ano, acreditamos que haver� aumento da procura dos cidad�os brasileiros por armas de fogo e muni��es para leg�tima defesa, prote��o da fam�lia e da propriedade. Isso ocorre porque, na pr�tica, a maioria da popula��o desconhecia a possibilidade de comprar armas de fogo e muni��es no Brasil.


Para o executivo, a intensifica��o das discuss�es sobre o tema, vistas principalmente durante as elei��es do ano passado, deve ajudar. “Com toda essa exposi��o em rela��o ao direito � leg�tima defesa nas elei��es e no per�odo da assinatura do decreto, a popula��o est� entendendo que pode adquirir, desde que siga as exig�ncias legais”. Nuhs acredita que os neg�cios da Taurus poder�o sentir reflexos do novo momento pol�tico do pa�s. “Temos uma capacidade de produ��o muito superior � demanda brasileira, mesmo que essa possa vir a dobrar de tamanho. Acreditamos nesta nova fase do Brasil e atenderemos toda a demanda nacional com prioridade”, afirma o presidente da Taurus.


Durante a LAAD, a Taurus vai exibir lan�amentos da linha TSeries, que inclui os fuzis T4 calibre 5.56 e a pistola Striker modelo TS9 em calibre 9mm, a submetralhadora SMT, al�m do rev�lver RT44H. A companhia vai usar a realidade virtual em seu estande para que os visitantes fa�am um tour pela f�brica em S�o Leopoldo (RS) e mostrar como s�o produzidas suas armas.


O Grupo Inbra, tamb�m de origem brasileira, formado pelas empresas InbraFiltro, InbraBlindados, InbraGlass, InbraTextil, InbraTerrestre e InbraAerospace, tamb�m tem boas expectativas em rela��o � exposi��o. A companhia vai expor uma viatura com blindagem e novos modelos de coletes bal�sticos – um deles, mais discreto, simula uma camiseta; outro � feito para flutuar na �gua; e haver� ainda um que funciona como mochila. “Nossa participa��o tem como objetivo refor�ar nossa evolu��o mesmo diante de crises, resultado de uma combina��o de efici�ncia na gest�o financeira, com foco em inova��o e tecnologia, para chegar ao est�gio atual de reestrutura��o e consolida��o do grupo como uma pot�ncia na ind�stria nacional”, afirma Cl�udia Candido, diretora de marketing e relacionamento do Grupo Inbra.


Mas n�o s�o apenas as empresas diretamente ligadas aos neg�cios b�licos que v�o participar da feira no Rio. “A Motorola, por meio da divis�o Solutions, vai expor solu��es que incluem intelig�ncia artificial e c�meras integradas a softwares”, explica Andr� Fadel, gerente de desenvolvimento de neg�cios da multinacional.

INTELIG�NCIA ARTIFICIAL

 

Uma das novidades � um sistema que integra sensores no coldre (estojo de prote��o da arma) do policial. Quando a pistola � sacada, imediatamente come�a a ser feita a grava��o de �udio e v�deo, por meio de um dispositivo que promete ser inviol�vel. A tecnologia foi desenvolvida nos Estados Unidos, onde j� est� sendo aplicada. Outro item da Motorola, explica Fadel, � a c�mera integrada a softwares de intelig�ncia artificial que podem realizar reconhecimento facial, registrar movimentos estranhos, placas de ve�culos e identifica��o de objetos a at� 250 metros em completa escurid�o. “A novidade j� est� em teste no Brasil e seu destino � a seguran�a p�blica”, diz. � medida que a c�mera � utilizada, acumula informa��es e aprende sozinha com cada cena registrada, que permite que seja feito um ajuste da plataforma � medida que os dados s�o acumulados.

entrevista

Roberto Gallo Filho
presidente da Abimde


Primeiro ano de governo
costuma gerar menos neg�cios

Roberto Gallo Filho, presidente da Associa��o Brasileira das Ind�strias de Materiais de Defesa e Seguran�a (Abimde), explica que esse � um setor que depende muito dos investimentos em inova��o. Por isso, � um gerador de novas tecnologias, o que reflete em seus n�meros. Dados da Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe), coletados para um estudo encomendado pela Abimde, mostram que, em 2014 (dados mais recentes), a base de ind�stria da defesa movimentou R$ 202 bilh�es ou cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Gallo acredita que os n�meros daquele per�odo estejam pr�ximos dos atuais. Em entrevista, o empres�rio explica como o setor tem reagido aos cortes or�ament�rios das diferentes esferas do Executivo nos �ltimos anos.

Qual � a relev�ncia da ind�stria brasileira no ambiente global? O Brasil � grande comprador ou grande exportador?
O Brasil tem uma tradi��o de muitas d�cadas na exporta��o no setor de defesa, com a presen�a de empresas como CBC, Embraer, Avibras, al�m do trabalho feito pelas pequenas e m�dias empresas. Mas essa participa��o varia de acordo com os or�amentos de defesa, que dependem muito do clima – de calmaria ou de agita��o. Estamos em um momento em que os gastos t�m se elevado. O presidente americano, Donald Trump, tem dito aos s�cios europeus que precisam gastar mais na Otan. N�o somos grandes exportadores, apesar da posi��o relevante, nem um grande importador, j� que o or�amento da defesa n�o � t�o grande no Brasil. Mas o que exportamos tem alto conte�do tecnol�gico, o inverso das commodities. Nossa exporta��o � de alto valor agregado e geradora de desenvolvimento econ�mico.

Como a crise de estados, munic�pios e Uni�o, al�m da baixa taxa de crescimento do pa�s, tem afetado os neg�cios do setor?
A maior dificuldade do setor � a inconst�ncia or�ament�ria. Esse � um gasto indicativo, n�o obrigat�rio, impositivo. O grande problema est� na irregularidade do volume de recursos. Uma compra � feita hoje e quando for feita de novo pode ser que a empresa n�o tenha sobrevivido ou que tenha precisado demitir profissionais altamente qualificados. Na crise, o setor de defesa sofre bastante. J� na esfera estadual, com seguran�a p�blica, a const�ncia � melhor. A popula��o sente mais r�pido se falta investimento e os gastos s�o mais constantes. Parte desse problema poder� ser resolvido com a destina��o de parte da arrecada��o das loterias em seguran�a p�blica.

O trabalho de investiga��o e intelig�ncia ainda � pouco explorado pela seguran�a p�blica no Brasil. De que forma isso afeta os neg�cios?
Vejo uma crescente nos investimentos em materiais de intelig�ncia, que podem servir preventivamente ou na investiga��o criminal. Talvez seja um dos quesitos mais tecnol�gicos dessa ind�stria, que mais tem a ver com cibern�tica. Existe um aumento de investimento e acredito que, com a nova lei (loterias), haver� um incremento na efetividade dos investimentos em seguran�a p�blica. Estamos numa ascendente. O primeiro ano de governo, em geral, � quando compras p�blicas ocorrem em menor quantidade. Novos gestores tomam p� da situa��o, empossam novos dirigentes e definem prioridades. Por isso, n�o costuma ser um ano de muitos pedidos, principalmente na esfera estadual.


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