
O ritmo lento da atividade econ�mica e os atritos entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que levantaram suspeitas sobre a reforma da Previd�ncia, derrubaram a confian�a dos empres�rios brasileiros de forma generalizada. A confian�a cai na ind�stria, no com�rcio e nos servi�os em mar�o na compara��o com fevereiro, segundo dados divulgados ontem pela Funda��o Getulio Vargas (FGV). Na ind�stria, o �ndice de confian�a caiu 1,8 ponto de fevereiro para mar�o e ficou em 97,2 pontos, o mais baixo desde dezembro.
O �ndice de Confian�a de Servi�os (ICS) caiu 3,5 pontos na passagem de fevereiro para mar�o, descendo a 93 pontos. Com a queda, o indicador atingiu o menor valor desde outubro de 2018. J� no com�rcio, o otimismo dos empres�rios, medido pelo �ndice de Confian�a do Com�rcio (Icom) caiu 3,2 pontos no mesmo per�odo, descendo a 96,8 pontos. Tanto servi�os quanto com�rcio registraram o menor n�vel de confian�a desde outubro do ano passado.
“O resultado da Sondagem da Ind�stria de mar�o sugere que o setor continua em ritmo sonolento mesmo depois de ter conseguido equilibrar seus estoques no m�s anterior”, disse o superintendente de Estat�sticas P�blicas da FGV Ibre, Aloisio Campelo Jr. O n�vel de confian�a da ind�stria em mar�o caiu em 14 dos 19 segmentos industriais pesquisados na sondagem feita pela FGV. O �ndice da Situa��o Atual (ISA) recuou 1,7 ponto, para 97,1 pontos, ap�s quatro avan�os consecutivos. J� o �ndice de Expectativas (IE) cedeu 1,8 ponto, para 97,4 pontos.
O indicador que mede o otimismo dos empres�rios em rela��o � evolu��o do ambiente de neg�cios nos seis meses seguintes exerceu a maior influ�ncia para a queda do IE no m�s, ao recuar 3,7 pontos, para 100,6 pontos. “Al�m da fraca evolu��o do n�vel de atividade setorial, este resultado pode estar refletindo os n�veis ainda elevados de incerteza econ�mica”, comenta Campelo. Entre fevereiro e mar�o, a parcela de empresas que preveem melhora nos neg�cios recuou de 47,6% para 40,5%, enquanto a das que esperam piora subiu de 6,8% para 10,5% do total. O N�vel de Utiliza��o da Capacidade Instalada (Nuci) da ind�stria ficou est�vel entre os meses de fevereiro e mar�o, com 74,7%.
No setor de servi�os, A FGV creditou a queda a um ajuste de expectativas. “O retorno da confian�a de servi�os para o patamar do fim do per�odo eleitoral ainda parece estar mais associado a um ajuste das expectativas, que nos �ltimos dois meses j� cedeu dois ter�os das altas observadas desde outubro. A novidade em mar�o foi o recuo dos indicadores sobre o momento presente, sugerindo que o ritmo lento de recupera��o ainda persiste nesse primeiro trimestre de 2019”, diz nota divulgada pela entidade.
A queda do ICS em mar�o atingiu nove das 13 atividades pesquisadas pela FGV e foi verificada tanto nas expectativas para o futuro quanto na avalia��o da situa��o corrente. O �ndice de Expectativas (IE-S) encolheu 5,7 pontos, para 96,9 pontos, enquanto o �ndice de Situa��o Atual (ISA-S) recuou 1,3 ponto, para 89,3 pontos. De acordo com a FGV, a retra��o do IE-S foi influenciada tanto pelo indicador que mede a demanda prevista nos pr�ximos tr�s meses como pelo indicador que apura a tend�ncia dos neg�cios nos pr�ximos seis meses. Ambos ca�ram 5,8 e 5,7 pontos, para 94,9 e 98,8 pontos, respectivamente. Em mar�o, o N�vel de Utiliza��o da Capacidade Instalada (Nuci) do setor de servi�os subiu 1,5 ponto porcentual, para 83%.
Vendas fracas
Para explicar a queda de 3,2 pontos no Icom, a FGV citou, em nota, uma “cautela” dos comerciantes em rela��o � perspectiva de vendas. “Os primeiros resultados da confian�a do com�rcio em 2019 sugerem certa frustra��o e cautela dos empres�rios com o andamento do ritmo das vendas. As quedas dos �ndices, tanto de situa��o atual quanto de expectativas, refor�am o cen�rio de lenta recupera��o do setor influenciado pelo elevado n�vel de incerteza e do arrefecimento da confian�a dos consumidores”, diz o texto.
Em mar�o, o Icom caiu em nove dos 13 segmentos pesquisados pela FGV. Al�m disso, houve piora tanto na percep��o dos empres�rios com rela��o ao momento presente quanto nas expectativas. O �ndice de Situa��o Atual (ISA-COM) caiu 4,2 pontos, para 89 pontos, menor valor desde maio de 2018 (88,9 pontos). J� o �ndice de Expectativas (IE-COM) recuou 2,2 pontos, ao passar de 106,8 pontos para 104,6 pontos, patamar pr�ximo ao observado em novembro de 2018 (104,8).
Com os resultados de mar�o, o Icom m�dio do trimestre teve alta em rela��o ao trimestre anterior, por�m em ritmo muito abaixo do observado no quarto trimestre de 2018. “A alta no trimestre decorre apenas da melhora do �ndice de Expectativas. A queda do ISA-COM no trimestre e a recente calibragem nas expectativas sugerem que o ritmo de vendas n�o tenha ocorrido como era esperado para o 1º trimestre de 2019 e a velocidade da recupera��o do setor deve se manter lenta”, diz a FGV.