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Estado de Minas ECONOMIA

Autope�as sentem efeitos de sa�da da Ford do ABC


postado em 31/03/2019 10:37

A decis�o repentina da Ford de fechar a f�brica de S�o Bernardo do Campo, no ABC paulista, deixou v�rias de suas fornecedoras com altos estoques de pe�as encomendadas dias antes do comunicado, feito em 19 de fevereiro.

Com R$ 2 milh�es em pe�as encalhadas, a Fastplas, de Diadema (SP), aguarda sinal da montadora para entregar a encomenda ou ser indenizada. Um grupo de 60 funcion�rios, de um total de 480, est� em f�rias coletivas desde que os trabalhadores da Ford decidiram n�o ligar mais as m�quinas, em protesto contra o fechamento.

"Dez dias antes de anunciar o fechamento, a Ford confirmou pedidos", diz Peter Otto K�cher, presidente da Fastplas. A empresa fornece pe�as pl�sticas para interior, exterior e compartimento do motor para a Ford desde 2002 e tem 15% da produ��o destinada � montadora.

K�cher afirma que, na semana passada, se reuniu com a montadora para buscar entendimento, mas as negocia��es devem se estender por 30 dias. Diferentemente da Fastplas, a Parker Hannifin, fabricante de mangueiras de alta press�o, v�lvulas e conectores em Diadema, ainda n�o conseguiu contato para negociar o estoque destinado � Ford. Tur�bio Lombardi, gerente de vendas e marketing, diz que a empresa recebeu pedidos um dia antes do an�ncio do fim da produ��o. "A paralisa��o afetou 30% da nossa produ��o de conex�es para linha de freio e combust�vel." Com 140 funcion�rios, a empresa estuda dar f�rias coletivas a parte deles.

Em Guarulhos (SP), a Cummins dispensou 70 oper�rios que tinham contratos tempor�rios por mais seis meses, informa o vice-presidente do Sindicato dos Metal�rgicos local, Josinaldo Jos� de Barros. A f�brica tem 1,3 mil funcion�rios e dedicava 25% da produ��o de motores � Ford. A Cummins espera que essa produ��o seja absorvida por outras fabricantes.

"Como o mercado de caminh�es est� em plena recupera��o, acreditamos que, no m�dio prazo, outros clientes v�o dividir a parcela que era da Ford", diz Besaliel Botelho, presidente da Bosch, que faz diversos componentes eletr�nicos. Ele admite que, no curto prazo, o impacto da interrup��o do fornecimento "ser� importante".

Em 2018, as vendas de caminh�es somaram quase 76 mil unidades, 46% a mais que em 2017. A Ford respondeu por 12% dos neg�cios. Para este ano, o setor prev� nova alta de 15%. A Volkswagen Caminh�es e a Mercedes-Benz j� entraram na disputa pela clientela da Ford.

� com essa substitui��o que Reynaldo Contreira, presidente da Wabco, conta. Cerca de 5% do faturamento do grupo v�m das vendas de compressores de ar e cilindros de freios para caminh�es Ford.

Do faturamento das cinco f�bricas de pe�as pl�sticas da Autometal no ABC e S�o Paulo, 5% v�m das vendas para a Ford. "Vamos desenvolver novos projetos para usar essa capacidade com outros clientes", diz J�lio C�sar Sanches, respons�vel pelo grupo.

Enquanto a situa��o n�o � resolvida, a empresa poder� dar f�rias coletivas. S� as unidades do ABC empregam mil trabalhadores. "Se os novos projetos n�o derem certo, haver� cortes", lamenta Sanches.

Trabalhadores esperam por um comprador

Os cerca de 4,5 mil trabalhadores da Ford no ABC paulista - 3 mil diretos e 1,5 mil terceirizados - depositam as esperan�as em manter os empregos nas negocia��es que estariam em andamento entre grupos interessados em adquirir a f�brica.

Desde o an�ncio do fechamento, o Sindicato dos Metal�rgicos do ABC orientou os trabalhadores a n�o retomarem as atividades por quest�es de seguran�a. "H� riscos de acidentes, pois como algu�m vai conseguir trabalhar numa situa��o dessas?", justificou o presidente da entidade, Wagner Santana.
Desde ent�o, os trabalhadores t�m realizado diversos protestos em assembleias e passeatas pela cidade. Na ter�a-feira, ser� realizada nova assembleia nos port�es da f�brica.

Na quinta-feira � noite, Santana e outros dirigentes do sindicato estiveram com o governador Jo�o Doria (PSDB) e ouviram dele que as negocia��es est�o em andamento e que foi assinado um termo de confidencialidade entre a montadora e um dos grupos interessados.

Logo ap�s o an�ncio do encerramento das atividades, Doria se comprometeu a buscar um investidor interessado em manter no local atividades produtivas e, assim, garantir os empregos. Ele disse ter falado com tr�s empresas, duas multinacionais que n�o tiveram os nomes divulgados e uma brasileira, o grupo Caoa, que tem f�bricas em An�polis (GO), onde produz caminh�es e autom�veis da marca Hyundai, e em Jacare� (SP), onde produz carros em parceria com a Chery.

O presidente do grupo Caoa, Mauro Correia, disse na semana passada que as discuss�es s�o incipientes. "Ainda estamos avaliando, tentando entender o processo, e isso leva tempo."
Indeniza��es. Santana informou que tem se reunido com a dire��o da Ford para negociar o encerramento dos contratos dos funcion�rios, pois, havendo um comprador, ser� necess�rio fechar um contrato e iniciar outro. "Estamos atentos para fechar um acordo que seja justo para esses trabalhadores", disse. "A Ford tem um pre�o a pagar por sua decis�o."

A montadora disse ter reservado US$ 460 milh�es (cerca de R$ 1,7 bilh�o) para pagar indeniza��es a trabalhadores, fornecedores e revendedores. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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