A CSN, do empres�rio Benjamin Steinbruch, contratou a consultoria do ex-governador de Goi�s, Marconi Perillo (PSDB), para explorar novos investimentos para o grupo. Perillo, que chegou � companhia em novembro, est� negociando a cria��o de um polo industrial e comercial na regi�o de Volta Redonda (RJ), onde a sider�rgica tem v�rios terrenos, e est� em busca de um local para construir sua nova f�brica de cimento, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
Nos �ltimos anos, Steinbruch tem se cercado de ex-integrantes de governos para ajudar o grupo a expandir seus neg�cios. O ex-ministro e ex-governador do Cear�, Ciro Gomes (PDT), que concorreu � Presid�ncia no ano passado, foi respons�vel pelo projeto da ferrovia do Transnordestina, entre 2015 e 2016. Ele saiu para dar in�cio � campanha, mas o posto foi assumido pelo economista Pedro Brito, ex-ministro da Secretaria Nacional dos Portos do governo Lula. Ele foi indicado pelo Ciro Gomes � CSN.
Mosca azul
Pr�ximo ao presidenci�vel, Steinbruch se filiou ao PP no ano passado e foi apontado como poss�vel vice-presidente de Ciro, mas o posto acabou sendo assumido pela senadora K�tia Abreu. Pessoas pr�ximas ao empres�rio afirmam que ele "foi mordido pela mosca azul" e n�o descarta entrar na pol�tica.
Na mesma �poca na qual Ciro foi convidado para ir para a sider�rgica dos Steinbruch, Paulo Caffarelli, ex-secret�rio da Fazenda e ex-funcion�rio de carreira do Banco do Brasil (BB), foi contratado para assumir a diretoria financeira e rela��es com o mercado da companhia. No cargo, Caffarelli ajudou a renegociar as pesadas d�vidas da sider�rgica com os bancos p�blicos. Em 2016, deixou a CSN para assumir a presid�ncia do BB.
O convite para Perillo trabalhar na CSN partiu de Steinbruch, segundo fonte pr�xima ao ex-governador. Em outubro, Perillo foi preso no dia em que foi prestar depoimento � Pol�cia Federal sobre a Opera��o Cash Delivery, por suposto repasse de R$ 10 milh�es da Odebrecht para suas campanhas ao governo de Goi�s em 2010 e 2014.
Pessoas a par do assunto afirmam que Perillo - nas �ltimas tr�s d�cadas � frente de mandatos p�blicos - quer construir uma carreira executiva e deixar a vida pol�tica.
Consultoria
Perillo n�o � executivo direto do grupo dos Steinbruch. Ele abriu uma consultoria com sua mulher, Val�ria, a MV, para assessorar a CSN. Como consultor, tem explorado o mercado imobili�rio, considerado um novo neg�cio e estrat�gico para a CSN.
Com sede em Volta Redonda, onde tem v�rios terrenos, o grupo pretende criar um polo industrial e comercial no entorno da cidade. A experi�ncia de Perillo como gestor p�blico, dizem fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, facilitaria o tr�nsito do grupo nas negocia��es com prefeituras.
A CSN tamb�m quer tirar do papel os planos para construir um shopping na zona sul de S�o Paulo, onde tamb�m tem terrenos. Al�m disso, Perillo est� buscando outro lugar para a CSN construir sua terceira f�brica. O grupo j� possui unidades em Arcos (MG) e Volta Redonda.
O fato de Perillo ser alvo na Lava Jato n�o preocupa a CSN, uma vez que o ex-governador presta servi�os como consultor, sem ser funcion�rio direto do grupo.
"Nos Estados Unidos, o lobby � considerado uma atividade comum e muitos executivos transitam da gest�o p�blica para privada, sem problemas", diz Herbert Steinberg, s�cio da Mesa Corporate, especializada em governan�a. "A a��o n�o tem nada de ilegal, desde que a migra��o para a companhia privada respeite uma quarentena."
Segundo Steinberg, no Brasil, contudo, este tipo de contrata��o tem uma leitura diferente: de maior influ�ncia, uma vez que a rela��o com o governo ocorre em v�rias esferas, com bancos p�blicos, fundos de pens�o e bancos de fomento, por exemplo.
N�meros
Com d�vida l�quida de R$ 26,6 bilh�es no quarto trimestre de 2018, a CSN encerrou o ano passado com faturamento de R$ 22,9 bilh�es. Em 2015, durante a recess�o do Brasil e crise global da minera��o, o grupo colocou v�rios ativos � venda para reduzir seu pesado endividamento. No ano passado, vendeu sua sider�rgica nos EUA e est� em negocia��es para vender as unidades de Portugal e Alemanha.
Com a recupera��o dos pre�os do min�rio - e acordos de venda antecipada de mat�ria-prima para grandes tradings, como a Glencore -, as a��es do grupo voltaram a se valorizar. Neste ano, a companhia acumula alta de 92% e est� avaliada em R$ 23,2 bilh�es. Esses �ltimos movimentos est�o dando f�lego � companhia.
Procurado, Perillo n�o quis dar entrevista. A CSN tamb�m n�o quis comentar a nova contrata��o. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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