Quatro meses depois de anunciar a aquisi��o do Grupo Abril, o empres�rio F�bio Carvalho, especializado em adquirir empresas em dificuldades, anunciou nessa quarta-feira, 17, que concluiu a compra do neg�cio da fam�lia Civita, por valor simb�lico. A aquisi��o tamb�m marcar� a inje��o de R$ 70 milh�es na editora, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo - dinheiro que vir� de um empr�stimo do banco BTG Pactual. Dona de revistas como "Veja", "Exame" e "Cl�udia", a Abril est� em recupera��o judicial com uma d�vida de cerca de R$ 1,6 bilh�o. A assembleia de credores foi marcada para o fim de maio.
No plano de Carvalho, que assumiu a presid�ncia da Abril, est� inclu�da a venda de unidades produtivas isoladas (UPIs), conforme permitido pela legisla��o da recupera��o judicial. Segundo Liv Machado, advogada da �rea no escrit�rio TozziniFreire, os interessados em ativos espec�ficos de grupos nessa situa��o costumam concretizar seus interesses em leil�o. Dessa forma, diz ela, ficam livres de d�vidas tribut�rias e trabalhistas dos antigos donos.
Fatiamento
� por meio de um leil�o que deve ocorrer, conforme apurou o jornal O Estado de S. Paulo, a venda da revista Exame. De acordo com fontes pr�ximas ao assunto, o BTG teria interesse no t�tulo porque ele criaria uma vertical de conte�do de economia e finan�as. Outras unidades que poder�o ser vendidas dentro da estrat�gia de fatiamento da Abril s�o o Guia do Estudante e o evento de arquitetura e decora��o Casa Cor.
A Enforce, empresa controlada pelo BTG, comprou cerca de R$ 1,2 bilh�o em d�vidas (ou 75% dos d�bitos totais) que estavam nas m�os dos quatro grandes bancos brasileiros. A Enforce � especializada em cobran�as de dif�cil recupera��o.
As vendas de ativos devem ficar cerca de um m�s em compasso de espera, at� a realiza��o da assembleia de credores em 25 de maio. Segundo a advogada do escrit�rio TozziniFreire, as chances de aprova��o do plano - que prev� descontos de 92% no valor das d�vidas e 18 anos de prazo de pagamento - tende a ser aprovado, apesar das condi��es serem bastante duras.
"Uma empresa vale muito mais quando est� operando do que quando deixou de existir", afirma ela. "Al�m disso, as d�vidas tribut�rias ficam de fora da recupera��o judicial, aumentando as chances de os demais credores receberem os valores negociados."
Estrat�gia
Carvalho assume a Abril depois de um per�odo no qual o grupo foi gerido pela consultoria americana Alvarez & Marsal. N�o � a primeira vez que o empres�rio de 42 anos adquire uma opera��o na qual a consultoria havia prestado servi�os: foi assim que ele comprou dois dos principais neg�cios de sua holding, a Legions: as varejistas Leader e Casa & V�deo. Em todos os casos, os ativos foram levados por valores simb�licos e a reestrutura��o se deu por meio de renegocia��es de d�vidas bilion�rias.
Ao comprar a Abril, Carvalho passou a ser o respons�vel pelas obriga��es da empresa - e depender� da aprova��o recupera��o judicial pelos credores para renegociar os d�bitos. Ao fechar a negocia��o com o empres�rio, a fam�lia Civita ficou com um valor simb�lico - de cerca de R$ 100 mil -, mas livres de todas as obriga��es referentes � companhia.
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Novo dono assume e faz aporte na Abril
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