Enquanto as mulheres dedicaram, em m�dia, 21,3 horas semanais a afazeres ou cuidados de parentes, os homens s� empenharam 10,9 horas nesse tipo de tarefa.
Se somadas as jornadas de trabalho mais as tarefas dom�sticas e cuidado de pessoas, as mulheres trabalharam 3,1 horas a mais do que os homens: elas somam 53,3 horas semanais de trabalho, enquanto os homens trabalham 50,2 horas semanais.
"� importante como trabalho para as mulheres, mas tamb�m para o PIB Produto Interno Bruto. Isso tudo � produto, esse trabalho tem que ser valorado, � importante", defendeu Marina Aguas, analista da Coordena��o de Trabalho e Rendimento do IBGE, acrescentando que a contabiliza��o desse tipo de trabalho no c�lculo do PIB ainda est� em estudo no instituto, sem previs�o para ser inclu�do nas Contas Nacionais.
As mulheres ainda foram maioria nos cuidados com a casa: 145,1 milh�es de pessoas com 14 anos ou mais de idade realizaram afazeres dom�sticos no ano passado, sendo 68 milh�es de homens e 82,1 milh�es de mulheres.
"H� um fen�meno estrutural, que � as mulheres fazerem mais afazeres dom�sticos que os homens. A taxa de participa��o dos homens at� vem caminhando um pouco no sentido de melhorar, mas ainda � um problema estrutural no nosso Pa�s", explicou Aguas.
Apesar da diferen�a, houve melhora na atua��o masculina nas tarefas dom�sticas nos �ltimos dois anos. Em rela��o a 2016, mais 11,1 milh�es de homens passaram a participar tamb�m dos cuidados com a casa. Entre as mulheres, mais 4,1 milh�es declararam fazer algum tipo de tarefa dom�stica.
Como consequ�ncia, a taxa de realiza��o de afazeres dom�sticos das mulheres (92,2%) permaneceu superior � dos homens (78,2%). Mas essa diferen�a, hoje de 14 pontos porcentuais, era maior em 2016 (17,9 pontos porcentuais) e em 2017 (15,3 pontos porcentuais).
"Quando o homem mora sozinho, ele tem perfil muito parecido com o da mulher. O perfil da mulher n�o muda, ela sempre faz (tarefa dom�stica), sozinha ou acompanhada. O homem, quando tem algu�m para compartilhar (o domic�lio), ele faz menos tarefas dom�sticas", ressaltou Aguas.
Entre as atividades dom�sticas, a taxa das mulheres foi significativamente maior que a dos homens no preparo de alimentos, limpeza de roupas e cal�ados e limpeza do domic�lio. A �nica atividade em que os homens superaram as mulheres foi a de pequenos reparos ou manuten��o do domic�lio, autom�vel e eletrodom�sticos.
Em 2018, 54 milh�es de brasileiros a partir de 14 anos de idade tinham a tarefa de cuidar de algu�m da casa ou da fam�lia, como crian�as e idosos. Mais uma vez as mulheres foram maioria entre os cuidadores, com uma taxa de cuidado de pessoas de 37%, contra 26,1% entre os homens. Entre os cuidados estavam ajudar nas atividades educacionais, monitorar ou fazer companhia, ler ou brincar, ajudar nos cuidados pessoais, e transportar ou acompanhar a m�dico e escola, por exemplo.
Em todo o Pa�s, 147,5 milh�es de pessoas com 14 anos ou mais de idade realizaram afazeres dom�sticos ou cuidaram de pessoas no pr�prio domic�lio ou na casa de parentes. O montante corresponde a 87% da popula��o em idade de trabalhar, lembrou o IBGE.
O IBGE mediu ainda o trabalho volunt�rio, que teve ligeira redu��o na ades�o em rela��o a 2017. Entre as pessoas com 14 anos ou mais, 7,2 milh�es, ou 4,3%, fizeram trabalho volunt�rio na semana de refer�ncia da pesquisa, contra uma participa��o de 4,4% no ano anterior.
O tempo m�dio dedicado ao trabalho volunt�rio era de 6,5 horas semanais no ano passado. Do total de volunt�rios, 48,4% realizavam o voluntariado quatro ou mais vezes por m�s, enquanto 15,6% o faziam apenas eventualmente ou sem frequ�ncia definida.
Outro tipo de trabalho medido pela pesquisa foi a produ��o para o pr�prio consumo, realizada por 13 milh�es de pessoas em idade de trabalhar no ano de 2018, o equivalente a 7,7% da popula��o nessa faixa et�ria. Houve aumento na propor��o de pessoas produzindo para si mesmas em rela��o a 2017 (quando totalizava 7,3%) e a 2016 (6,3%).
A ades�o ao trabalho para o pr�prio consumo era maior entre os homens (8,4% deles), entre pessoas n�o ocupadas (8,7% da popula��o sem trabalho) e entre os brasileiros menos escolarizados (13,2% das pessoas sem instru��o ou com ensino fundamental incompleto).
A maior parte dos que produzem para o pr�prio consumo (76,7%) realiza cultivo de alimentos, pesca, ca�a e cria��o de animais.