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Estado de Minas

Minas Gerais tem a terceira gasolina mais cara do pa�s

Pre�o m�dio no estado � maior que o nacional e s� perde para o Rio e Acre. Sucessivas altas do combust�vel pesam ainda mais nas cidades pequenas e mais distantes da capital


postado em 02/05/2019 06:00 / atualizado em 02/05/2019 14:00

Motoristas de BH também pagam mais caro que a média nacional pela gasolina. Em alguns postos, o combustível passa dos R$ 5(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Motoristas de BH tamb�m pagam mais caro que a m�dia nacional pela gasolina. Em alguns postos, o combust�vel passa dos R$ 5 (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

Minas Gerais � o terceiro estado brasileiro com a m�dia do litro da gasolina mais alta. Apenas no Acre e o Rio de Janeiro os motoristas pagam mais caro pelo combust�vel, de acordo com levantamento da Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s e Biocombust�veis (ANP). Os dados da �ltima semana de abril, mostram que os mineiros pagaram em m�dia R$ 4,794 pelo litro da gasolina, enquanto a m�dia nacional ficou em R$ 4,504. Em Belo Horizonte, o valor m�dio tamb�m ultrapassa o do pa�s: R$ 4,719.


Na segunda-feira passada, a Petrobras anunciou um aumento de 3,5% no pre�o m�dio do litro da gasolina nas refinarias, a partir da ter�a-feira. Com isso, o pre�o est� em R$ 2,045. � o maior valor desde 23 de outubro do ano passado (R$ 2,0639). Foi o segundo reajuste em uma semana. O anterior, de 2%, ocorreu no dia 23.



O repasse de pre�os ao consumidor final, segundo a petroleira, depende das distribuidoras e revendedoras, do valor do etanol anidro misturado � gasolina, entre outros fatores. Mas o que se percebe � uma alta generalizada nas bombas, principalmente no interior. O peso � maior ainda nas pequenas cidades do extremo Norte do estado, onde o pre�o da gasolina passa de R$ 5, bem acima das m�dias nacional e estadual. E a not�cia ruim para os consumidores � que a tend�ncia � de que os pre�os venham subir mais ainda.


O valor mais alto da gasolina verificado ontem pelo Estado de Minas foi em Espinosa (31,6 mil habitantes, cidade historicamente castigada pela seca, distante 700 quil�metros de Belo Horizonte), onde o produto era vendido a at� R$ 5,25 o litro na bomba. “Acho esse valor muito alto. N�o sei como funciona isso (o controle de pre�os dos combust�veis), mas o pre�o deveria ser tabelado. Esse valor � injusto”, reclama o motorista Paulo S�rgio dos Santos Rodrigues, morador de Espinosa, onde trabalha com a presta��o de servi�os de transporte na regi�o.


Em Montes Claros,gasolina aditivada chega a R$ 5,24 no cartão(foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)
Em Montes Claros,gasolina aditivada chega a R$ 5,24 no cart�o (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)

Espinosa fica a apenas 30 quil�metros da Bahia, onde os pre�os dos derivados de petr�leo s�o mais em conta do que em Minas por causa da diferen�a de al�quota no Imposto sobre a Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS). Por isso, muitos consumidores do munic�pio preferem encher o tanque em cidades baianas como Urandi (a 30 quil�metros de dist�ncia) e em Guanambi (a 100 quil�metros). “Isso � at� ruim para a cidade, j� que o dinheiro deixa de circular aqui”, lamenta Paulo S�rgio.


Outra cidade mineira onde os consumidores precisam desembolsar mais dinheiro na hora de ir ao posto � Montalv�nia (de 15,02 mil habitantes), tamb�m situada na divisa com a Bahia, a 770 quil�metros de BH. L�, o pre�o da gasolina comum ontem estava a R$ 5,089,  R$0,0585 a mais do que o pre�o m�dio no pa�s e R$ 0,769 a mais do que o valor � vista de um litro de gasolina em posto da Regi�o Central de Bras�lia, por exemplo, no mesmo dia (R$ 4,320).


Com a tarifa congelada há três anos, o taxista Jean Carlos Ferraz diz que
Com a tarifa congelada h� tr�s anos, o taxista Jean Carlos Ferraz diz que "j� perdeu a conta" de quantas vezes os combust�veis subiram no per�odo (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)
“O pre�o da gasolina aqui est� surreal. E agora fora da realidade do Norte de Minas, que � uma regi�o pobre”, reclamou a advogada Barbara Thuany Lima Bel�m. Segundo ela, os tr�s postos de combust�veis t�m pre�os “com diferen�a m�nima”.

‘ABSURDO’


Na mesma regi�o, em Manga, o litro de gasolina na bomba est� ainda mais caro, sendo encontrado a R$ 5,100 (comum) e a R$ 5,190 (aditivada). “Isso � um absurdo. A vontade que a gente tem � de andar a p� e deixar o carro guardado na garagem”, protestou a professora S�nia Maia Vieira de Souza. Toda semana ela precisa se deslocar 108 quil�metros da cidade natal at� Janu�ria (tamb�m no Norte do estado), onde faz um curso.


Preço da gasolina na Serra do Cipó também já esbarra nos R$ 5(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Pre�o da gasolina na Serra do Cip� tamb�m j� esbarra nos R$ 5 (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Em Matias Cardoso (10,9 mil habitantes), distante apenas 12 quil�metros de Manga (as duas cidades s�o separadas pelo Rio S�o Francisco), o pre�o da gasolina (comum) era de R$ 5,040 ontem. “Mas, na semana passada, estava a R$ 5,16. O pre�o da gasolina aqui est� sempre oscilando”, relata o servidor p�blico Gilvan Machado.


Machado disse que o pre�o dos combust�veis em Matias Cardoso “sempre � mais alto do que em outras cidades”. Ele acrescenta que  “no munic�pio s� tem um posto de gasolina e, com isso, a popula��o fica “ref�m” do estabelecimento.  O servidor lembrou ainda que os pre�os dos combust�veis se refletem nos custos de outras mercadorias no munic�pio, como dos alimentos, por exemplo.


A situa��o n�o � diferente em Ja�ba (38,4 mil habitantes), a 62 quil�metros de Matias Cardoso, tamb�m no Norte do estado. O litro da gasolina chegou a R$ 5,099 (comum) e R$ 5,179 (aditivada) em Ja�ba ontem.  “Esse pre�o � um absurdo. Acho que � um abuso”, lamentou o motorista de caminh�o Milton Ferreira da Cruz, que transporta frutas produzidas no projeto de irriga��o do Ja�ba. Ele tamb�m protestou contra a alta dos impostos, inseridos nos pre�os dos derivados de petr�leo. “A gente paga muitos impostos. S� que n�o usufru�mos dos impostos”, disse Milton.


Em Montalvânia, no Norte de MG, a gasolina custa R$0,58 a mais do que a média no país(foto: Fernando Abreu/Divulgação)
Em Montalv�nia, no Norte de MG, a gasolina custa R$0,58 a mais do que a m�dia no pa�s (foto: Fernando Abreu/Divulga��o)
Em Montes Claros (404 mil habitantes, cidade-polo do Norte de Minas), o pre�o da gasolina oscila entre R$ 4,79 a R$ 4,89. Mas j� h[a postos cobrando mais de R$ 5 o litro para pagamento com cart�o de cr�dito. � o caso do Posto Mineir�o, no Bairro Santo Antono, onde a gasolina comum custa R$ 5,04 e a aditivada R$ 5,24, para pagamento em cart�o; e R$ 4,79 (comum) e R$ 5,04 (aditivada) para pagamento a vista ou cart�o de d�bito.


“Enfrentamos uma situa��o muito complicada com as altas e a diferen�a dos pre�os dos combust�veis”, disse o taxista Jean Carlos Gomes Ferraz, de Montes Claros. Ele reclamou ainda que h� tr�s anos a tarifa de t�xi n�o tem reajuste na cidade e que “j� perdeu a conta” de quantas altas tiveram os combust�veis no mesmo per�odo.

PROTE��O


Os reajustes quase que di�rios s�o praticados pela Petrobras desde meados de 2017 e visam acompanhar a paridade internacional, de modo a garantir participa��o � petroleira no mercado interno. No ano passado, por�m, ap�s forte volatilidade, a empresa anunciou um mecanismo de prote��o financeira, conhecido como hedge, para aperfei�oar essa sistem�tica, podendo congelar os valores nas refinarias por certo per�odo de tempo, se necess�rio.


A estatal passou a atualizar diariamente em seu site o valor dos combust�veis em cada um dos 37 pontos de venda em que atua no pa�s. Anteriormente, era publicado apenas o pre�o m�dio di�rio. (Colaborou Marcelo da Fonseca)

Barato, mas...
Os pre�os do etanol em Minas tem cen�rio � inverso quando se compara o valor cobrado nas bombas em Minas e do restante do Brasil. Segundo a ANP, o pre�o m�dio do litro do etanol no estado � o quarto mais barato do pa�s, ficando atr�s apenas de Goi�s, S�o Paulo e Paran�. Mesmo com o pre�o entre os mais baixos do pa�s, por�m, a m�dia em Minas ficou acima da m�dia nacional. O valor do combust�vel em Minas em abril foi de R$ 3,314, enquanto no Brasil o valor m�dio foi de R$ 3,127.

Postos dizem que mercado � 'livre'


O Sindicato do Com�rcio Varejista de Derivados de Petr�leo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “n�o � seu papel” fazer coment�rio sobre pre�os dos combust�veis.  O Minaspetro alegou que os empres�rios do setor t�m liberdade na defini��o de pre�os. “O mercado de combust�veis � livre. Cada empres�rio define o seu pre�o, de acordo com v�rios fatores, entre eles localiza��o, pre�os de custo, entre outros.”


O sindicato, que representa cerca de 4 mil postos de combust�veis no estado, afirmou, em nota, que “os postos, sendo o �ltimo e mais visado elo no segmento de distribui��o e revenda, dependem de decis�es e repasses – caso estes aconte�am – por parte dos outros agentes do setor, ou seja, governo, refinarias, usinas de etanol e companhias distribuidoras”.


A nota ainda traz cr�ticas � alta carga tribut�ria incidente sobre os combust�veis. “Tornamos novamente p�blica a insatisfa��o do Minaspetro, enquanto defensor dos interesses dos donos de postos de combust�veis em MG, em rela��o � alta tributa��o incidente sobre os combust�veis, que sufoca o empres�rio, fecha dezenas de estabelecimentos em todo o Brasil”.


A Federa��o Nacional do Com�rcio de Combust�veis e Lubrificantes (Fecombustiveis) tamb�m alegou que “n�o pode comentar aumento de pre�o de combust�veis”. J� a Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Combust�veis (ANP) alegou que o pre�o dos combust�veis � livre em todo o Brasil desde 2002 e � fixado pelos pr�prios agentes de mercado (refinarias, distribuidoras e postos).

 


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