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Estado de Minas ECONOMIA

Exportadores brasileiros lucram com guerra EUA-China


postado em 05/05/2019 09:04

A guerra comercial entre Estados Unidos e China acabou por beneficiar exportadores brasileiros. No ano passado, o Brasil aumentou em US$ 8,1 bilh�es as vendas para o mercado chin�s, aproveitando que os produtos americanos ficaram mais caros no pa�s asi�tico. O repentino aumento de competitividade dos brasileiros ajudou a impulsionar as exporta��es para a China, que bateram recorde no ano passado.

A China � o principal destino dos produtos brasileiros no exterior h� anos. Em 2018, foram exportados para l� US$ 64,2 bilh�es, salto de 35% ante o ano anterior. Metade do crescimento veio do aumento nas vendas de produtos que antes sofriam mais pesadamente com a concorr�ncia americana, segundo estudo feito pela Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) para o jornal O Estado de S�o Paulo.

Como rea��o �s barreiras impostas � China por Donald Trump, que come�aram a vigorar em julho do ano passado, o governo chin�s elevou a tarifa de importa��o para produtos americanos. Em mais de cem deles, a taxa subiu para 25% - antes variavam de 3% a 13%. Para verificar se o Brasil aproveitou a oportunidade e em quais �reas saiu ganhando, a CNI cruzou dados de 382 bens americanos que sofreram sobretaxa com a pauta de exporta��es do Brasil para a China.

Houve ganho em diversos setores, mas a soja se destacou, de acordo com o levantamento. Os embarques do produto dispararam e as vendas aumentaram 35%, em rela��o ao ano anterior. S� desse item foram US$ 7 bilh�es a mais em exporta��es para o mercado chin�s.

Sem saber como ficaria o com�rcio com os Estados Unidos, compradores chineses tamb�m anteciparam encomendas, o que acabou por beneficiar outros produtos e setores. O estudo da CNI mostra que foram quase US$ 600 milh�es a mais em embarques de carne bovina, o produto mais vendido depois da soja na lista analisada. Tamb�m tiveram alta embarques de milho, algod�o, suco de laranja e caixas de marcha para ve�culos, entre outros.

O aumento nos pedidos da China ajudou a empurrar as exporta��es brasileiras no ano passado, que somaram no total US$ 239,5 bilh�es, mas o ganho poderia ter sido maior. Logo que o aumento nas tarifas foi anunciado, a CNI estimou que havia potencial de crescimento de at� 77% nas vendas para o mercado chin�s. Parte dessa expectativa n�o se realizou.

Estrat�gia

"Pode-se tirar proveito de uma guerra comercial, mas n�o fazer planejamento estrat�gico pensando nela. Ganha quem j� est� preparado e tem capacidade de aumentar rapidamente a oferta", diz Carlos Abijoadi, diretor de desenvolvimento industrial da CNI.

O ganho no mercado chin�s se concretizou porque a lista imposta por Pequim continha muitos produtos agr�colas, nos quais o Brasil � competitivo. A safra brasileira foi forte e os exportadores estavam preparados. "O produtor aproveitou a janela para raspar estoques", disse Jos� Augusto de Castro, presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB).

No caso dos EUA, as sobretaxas reca�ram mais sobre manufaturados. Com isso, o ganho brasileiro foi bem menor por l�, de US$ 1,7 bilh�o no total - boa parte veio do aumento das vendas de petr�leo e derivados.

O cen�rio neste ano tende a ser mais desafiador para os exportadores brasileiros. As negocia��es entre EUA e China correm desde o fim de 2018 e h� expectativa de que um acordo saia em breve, diz Renata Amaral, diretora da BMJ, especializada em com�rcio exterior.

Apesar de Trump ter deflagrado a guerra com os chineses, � de interesse dos americanos que os dois pa�ses cheguem a bom termo, j� que a China � a maior credora dos EUA. Se a estimativa se concretizar, a janela de oportunidade para o Brasil se fecha. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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