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Estado de Minas ECONOMIA

Quase 40% dos jovens j� tiveram ou t�m o nome sujo


postado em 06/05/2019 11:25

No segundo ano da faculdade de Administra��o P�blica, Samira Ferreira, de 21 anos, aprendeu de um jeito dolorido o que � d�ficit. Hoje, sua d�vida pessoal soma R$ 50 mil, metade com o banco, outra parte com a institui��o de ensino. "Minha d�vida cresce para que eu possa estudar", diz ela, que est� com o nome sujo e n�o sabe o que fazer para resolver a situa��o. "Tenho de me concentrar em uma coisa por vez, mas espero que isso n�o me prejudique l� na frente."

A situa��o de Samira n�o � muito diferente de parte de seus amigos. Hist�rias que, agora, ganham contornos por meio de um levantamento in�dito feito pela C�mara Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo bir� de cr�dito SPC Serasa. As institui��es mapearam a situa��o financeira dos brasileiros entre 18 e 24 anos, que d�o os primeiros passos profissionais.

Atualmente, 4 entre 10 jovens est�o ou j� estiveram com o nome sujo. O principal motivo � a necessidade de contribuir com as despesas dom�sticas, associado ao descontrole com as finan�as pessoais.

Dos entrevistados, 78% possuem alguma fonte de renda, sendo que 65% afirmam contribuir financeiramente para o sustento da casa. O principal comprometimento � com a alimenta��o (51%). A pesquisa ouviu 801 jovens, entre homens e mulheres de todo o Brasil, de 20 de fevereiro a 6 de mar�o.

O endividamento da mo�ada n�o � muito diferente do resto dos brasileiros mais velhos, j� que 40% da popula��o total do Pa�s terminou 2018 endividada, segundo a CNDL. Mas � mais preocupante, pois indica que as gera��es mais novas n�o v�m sendo educadas financeiramente - e o problema tende a persistir.

"� necess�rio realizar algum tipo de pol�tica p�blica para aumentar a educa��o financeira dessa popula��o", diz Daniel Sakamoto, gerente de projetos da CNDL.

Desemprego

Pelo fato de o estudo ter sido o primeiro a ser realizado com esse corte de faixa et�ria, � dif�cil inferir o impacto da crise econ�mica nessa popula��o. Ou do desemprego, que chega a 30% entre os jovens, ante 13% da popula��o geral. "N�o h� par�metros de compara��o, mas com certeza as fam�lias enfrentam agora alto desemprego e gargalo de consumo", diz. "Exatamente por isso, o jovem precisa contribuir mais com as contas de casa, o que aumentou o problema."

Samira, por exemplo, toma emprestado R$ 7 mil por semestre da institui��o de ensino, como parte do programa de bolsa de estudos. � com esse valor que ela paga o aluguel da rep�blica na qual mora (R$ 650 por m�s), cobre os gastos com alimenta��o, transporte e, de vez em quando, ajuda os pais, que moram em S�o Jos� dos Campos (SP). "Estudo em per�odo integral e n�o consigo trabalhar, fa�o apenas alguns bicos durante as f�rias", diz. No fim de semana antes do feriado de 1.� de maio, ela trabalhou na sorveteria do pai de uma amiga em Ubatuba para conseguir um dinheiro extra. "Minha fam�lia precisa de mim, tenho de ajudar."

Para Guilherme Prado, presidente do Bem Gasto, projeto de educa��o financeira nascido no Insper, al�m de trabalharem para completar o or�amento dom�stico, os jovens entram no mundo adulto sem refer�ncias de como e onde gerenciar os novos recursos. "O descontrole financeiro dos jovens �, no momento, um grande problema nacional e sem aten��o devida das autoridades", afirma Prado.

Segundo ele, o objetivo inicial do Bem Gasto era atender �s comunidades carentes com t�cnicas de planejamento financeiro. "Neste ano, por conta da realidade que encontramos em nossas caminhadas pelo Brasil, resolvemos redirecionar a atua��o para os jovens, justamente entre 18 e 24 anos", afirma.

Para ele, falar de dinheiro � um tabu dentro de casa. "Os pais n�o dizem quanto ganham nem para seus companheiros", diz ele. "Quando o filho come�a a trabalhar, n�o faz a menor ideia do que fazer com o dinheiro. S� sabe que quer comprar um celular e trocar de t�nis."

Dados da pesquisa mostram que, entre as d�vidas de longo prazo, 26% dos jovens que se declaram endividados est�o comprometidos com pagamentos de credi�rios e carn�s, 21% t�m parte do or�amento destinado � amortiza��o de empr�stimos pessoais e consignados e outros 21% tentam quitar as parcelas de financiamento para autom�veis. "O que identificamos � que, com a crise, eles precisam ajudar em casa e acabam se enrolando com esses gastos de longo prazo", afirma Sakamoto. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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