A partir da semana que vem os caminhoneiros passar�o a ter acesso � linha de financiamento de R$ 500 milh�es para compra de pneus e manuten��o de ve�culos, conforme promessa feita pelo governo no m�s passado para evitar uma nova greve da categoria. O limite do cr�dito individual ser� de R$ 30 mil e poder� ser buscado nos bancos que fazem financiamento indireto para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), respons�vel pela administra��o da linha.
"J� tivemos reuni�es com os bancos esta semana para discutir a operacionaliza��o para garantir o repasse", informou ontem o presidente do BNDES, Joaquim Levy, em coletiva para divulgar o lucro recorde de R$ 11,1 bilh�es no primeiro trimestre.
Levy afirmou que o Minist�rio da Economia j� autorizou os empr�stimos e que faltam apenas "pequenos ajustes" para colocar a linha em pr�tica. "Ainda hoje recebi sinaliza��o do Minist�rio da Economia, a gente est� pronto para isso. A diretoria agora vai finalizar o modelo que j� est� pr�-aprovado. Que liguem as m�quinas!", brincou.
Em maio do ano passado, a parada de dez dias dos caminhoneiros por causa do aumento do diesel tirou 1,2 ponto porcentual do Produto Interno Bruto (PIB), o que poderia enfraquecer ainda mais a previs�o do crescimento para este ano, j� reduzido por 11 vezes pelo mercado financeiro no relat�rio Focus, publicado pelo Banco Central. Atualmente, a previs�o dos economistas � de alta de 1,45%, ante a previs�o do governo de crescimento em torno dos 2,0%.
O executivo explicou que para o BNDES a linha tamb�m � positiva, j� que o banco � respons�vel pelo financiamento dos caminh�es que ser�o preservados. "Quero que o ativo que eu emprestei tenha o m�ximo rendimento e mantenha seu valor por muitos anos. A ideia � dar condi��es para ter certeza que no momento de desafio do setor, o caminhoneiro vai poder preservar o capital dele", disse Levy. Para ele, a linha poder� chegar sem a menor dificuldade a R$ 1 bilh�o, "vai depender da demanda."
Resultado. O BNDES divulgou ontem um lucro trimestral recorde de R$ 11,1 bilh�es, ante R$ 2 bilh�es em igual per�odo de 2018, puxado principalmente por venda de a��es de empresas como Petrobr�s e Fibria. O banco est� reduzindo participa��es societ�rias que considera maduras, e com isso as opera��es de vendas de a��es tem superado os ganhos com intermedia��es financeiras, cada vez mais baixas por queda de demanda.
No primeiro trimestre de 2019, a carteira de cr�dito l�quida do BNDES caiu de R$ 497 milh�es para R$ 489,7 milh�es, refletindo a redu��o dos financiamentos.
Segundo Levy, o banco pretende reduzir cada vez mais sua participa��o nos cr�ditos direcionados, ou seja, aqueles cujas taxas s�o determinadas pelo governo, para deixar mais espa�o para os cr�ditos livres, que n�o possuem essas amarras. Entre 2015 e 2019 o cr�dito do BNDES caiu de 11,3% para 7% do PIB, enquanto as demais institui��es, como Caixa e Banco do Brasil, entre outras, registraram queda de 15,2% para 14,5% do PIB.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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