O grupo Camargo Corr�a venceu uma licita��o milion�ria para construir a extens�o de um trecho do metr� em Salvador. � o primeiro grande contrato de obra p�blica do grupo, ap�s seu envolvimento na Lava Jato. O ramal de 9,2 quil�metros de extens�o se tornou alvo de uma disputa acirrada entre grandes empreiteiras envolvidas no esc�ndalo de corrup��o, como a Queiroz Galv�o e a Odebrecht, que questionaram a participa��o do cons�rcio da Camargo Corr�a durante o processo de licita��o.
As propostas foram entregues em janeiro - o cons�rcio da Camargo Corr�a Infra apresentou a de menor valor de execu��o da obra, de R$ 424,6 milh�es, com desconto de 46% sobre o valor m�ximo estipulado pelo edital, de R$ 786,8 milh�es. Alegando que o grupo tinha informa��es privilegiadas, as concorrentes tentaram barrar a participa��o da Camargo.
A decis�o sobre a vencedora foi sacramentada pelo governo do Estado da Bahia em 30 de abril. A companhia v� nesse contrato a oportunidade de virar de vez a p�gina no longo processo aberto quando os esc�ndalos de corrup��o envolvendo as empreiteiras vieram � tona.
Ao jornal 'O Estado de S. Paulo', o presidente da Camargo Corr�a Infra, Janu�rio Dolores, disse que a companhia est� preparada para seguir em frente, com "os p�s no ch�o". No comando da empresa desde setembro passado, chegou ao grupo em 2017, ap�s 42 anos trabalhando em uma �nica empresa - a ABB (adquirida pela Alston e depois incorporada pela GE). "Eu poderia ter me aposentado, mas receber o convite para comandar essa nova fase da empresa � um grande aprendizado", diz.
Mudan�a. Em 2017, a holding Camargo Corr�a mudou seu nome para Mover e dividiu a empreiteira em duas: Constru��es e Com�rcio Camargo Corr�a, a 4C, que concentra a carteira de obras e as negocia��es com a Lava Jato, e a Camargo Corr�a Infra, subsidi�ria integral da 4C.
Sem constrangimento de falar sobre o passado, Dolores afirmou que a separa��o da construtora em duas foi a maneira encontrada para dar foco � expans�o do grupo. "D� tranquilidade olhar o presente e o futuro do neg�cio", diz. A carteira de obras da nova companhia est� em R$ 2,5 bilh�es - entre 60% e 70% s�o obras privadas.
Para Dolores, a trajet�ria da construtora no passado traz li��es importantes. "S� vamos entrar em licita��o depois de ter certeza que o projeto est� bem embasado", diz. "N�o vamos seguir em neg�cios que apresentam dilemas de integridade."
Primeiro a fechar acordo de leni�ncia assumindo atos il�citos, o grupo pagou R$ 700 milh�es em multas e est� em negocia��es para um novo acordo com Advocacia Geral da Uni�o (AGU) e Controladoria Geral da Uni�o (CGU).
Desde 2015, o grupo est� sob o comando da terceira gera��o da fam�lia. De l� pra c�, a Camargo Corr�a se desfez de importantes empresas, como Santista, Alpargatas e CPFL, levantando quase R$ 15 bilh�es. A estrat�gia � ser uma gestora de neg�cios.
Para Lu�s Azevedo, professor de direito da Funda��o Get�lio Vargas (FGV) e s�cio do escrit�rio Eizirik Advogados, a reconstru��o da imagem da Camargo Corr�a pode ser refer�ncia para as empresas que passaram pela Lava Jato e querem seguir em frente. "Ser� interessante ver como v�o lidar com essas quest�es daqui para frente", diz.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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