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Estado de Minas ECONOMIA

'Falta pensar o pa�s no longo prazo', diz presidente da Totvs


postado em 25/05/2019 08:52

Um dos principais empres�rios de tecnologia da informa��o do Pa�s, o presidente do conselho da Totvs, La�rcio Cosentino, atua no setor desde os anos 1980, quando fundou a Microsiga. O empres�rio, que deixou o dia a dia da Totvs para se dedicar a investimentos de seu family office e a comandar o conselho de administra��o da companhia, afirma que o Pa�s precisa de uma uni�o apartid�ria para fazer as reformas necess�rias e retomar o caminho do crescimento econ�mico. A Previd�ncia, diz, ser� s� o primeiro passo.

"O Brasil cresce um pouco e depois cai", afirmou Cosentino, porque faltam pol�ticas p�blicas que atendam objetivos al�m do horizonte da pr�xima elei��o. "Est� faltando pensar o Pa�s no m�dio e longo prazos", disse. "N�o � uma quest�o (a ser encarada) pelo partido A ou B, � uma quest�o de todo o poder p�blico."

Cosentino tamb�m discutiu sobre a falta de m�o de obra para o setor de tecnologia enquanto h� 13 milh�es de desempregados. Ele defendeu medidas emergenciais para treinar parte desse contingente de profissionais para fun��es de TI. No entanto, lembrou que toda a educa��o precisa ser repensada, a partir da base, para endere�ar as transforma��es tecnol�gicas que afetar�o o mercado de trabalho nas pr�ximas d�cadas.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Qual � a sua vis�o das reformas econ�micas e por que elas s�o importantes?

Foi feita uma escolha da sociedade de mudar a forma como o Pa�s estava sendo conduzido. Mas agora existe a responsabilidade de fazer com que essas mudan�as aconte�am. Essas mudan�as vir�o pelas reformas. Se compararmos o Brasil com pa�ses que s�o nossos concorrentes, como China ou Coreia do Sul, eles fizeram um plano de pa�s que foi executado. O Brasil cresce um pouco e depois cai. Eu venho defendendo a reforma sem partido. N�o � do Jair Bolsonaro ou do Paulo Guedes, � do Pa�s. Deveria existir uma tr�gua para fazer o que tem de ser feito. E vamos sair todos na foto, juntos, ap�s a aprova��o.

O ano come�ou com euforia, com a Bolsa subindo. Agora, as previs�es ca�ram bastante. A reforma da Previd�ncia pode mudar o quadro?

Acho que sim. S�o v�rias as reformas que precisam passar, como a previdenci�ria, a trabalhista, a judici�ria. Acho que (a Previd�ncia) � quase um �cone para mostrar que n�s somos capazes de fazer algo pensando no futuro do Brasil. Quando voc� olha o imediatismo com o qual as coisas foram tratadas nos �ltimos anos, em que um dia se onerava e, no outro, se desonerava, tudo era sempre pensando na pr�xima elei��o. Precisamos de um consenso sobre o que o Pa�s precisa, de um plano estruturado e independente dos governos. Est� faltando pensar o Pa�s no m�dio e longo prazos. N�o � uma quest�o de partido A ou B, � uma quest�o de todo o poder p�blico.

� preciso evitar benesses a setores espec�ficos e criar uma mesma regra para todos?

Acho importante. O Brasil precisa ser competitivo como um todo, tem de ter um bom ambiente para neg�cios, analisando os setores em que � mais competitivo. Quanto mais previsibilidade n�s tivermos na condu��o dos seus neg�cios, mais investimentos vir�o. Hoje a gente compete para o mundo. Sem um bom ambiente de neg�cios, dificilmente vamos atrair capital. Pensando na Previd�ncia: por que algu�m colocaria dinheiro aqui vendo que, se nada for feito, em duas d�cadas o governo n�o vai conseguir pagar (a d�vida que ele mesmo emitiu)?

Mas h� alguns paradoxos no Pa�s. Em um cen�rio de desemprego de 13%, falta m�o de obra no setor de tecnologia. Como resolver esse tipo de situa��o?

Cada vez mais, o governo deveria se preocupar em investir em sa�de, economia e, em particular, educa��o. As universidades hoje formam 46 mil pessoas no setor de tecnologia, enquanto as empresas precisam de 70 mil por ano. Voc� tem entre 120 mil e 130 mil vagas que hoje n�o d�o "match" (e, por isso, n�o s�o preenchidas). Ent�o, � necess�rio que formemos pessoas para aquilo que o Brasil precisa. Hoje a tecnologia est� em tudo o que se faz. Para (aproveitar esse momento), s�o necess�rias pessoas com uma tend�ncia de exatas em n�mero maior do que temos atualmente.

Mas � poss�vel fazer essa mudan�a com o carro andando? Como funcionaria na pr�tica?

Uma coisa � o imediato. H� uma demanda de m�o de obra qualificada e n�o h� profissionais treinados. Ent�o, � preciso tomar uma atitude e ver quantos desses 13 milh�es de desempregados podem ser treinados para inserir no mercado de trabalho. E, depois, tendo um plano de Pa�s, � preciso antever qual ser� a m�o de obra necess�ria daqui a cinco, dez anos. E a� � necess�rio voltar � escola b�sica. Se a pessoa sai da escola sem ler direito e sem conhecer matem�tica b�sica, d� para endireitar l� na frente?

Em sua opini�o, faltam diagn�sticos mais claros sobre os principais desafios do Brasil?

Acho que at� h� diagn�stico. Quando voc� pega a m�dia gerencia, conversa com os analistas de todos os minist�rios, h� pessoas excelentes. Eles v�o te falar tudo o que precisa ser feito. S� o que entre o que deve ser feito e a execu��o h� uma coisa chamada pol�tica, na qual est�o inseridos partidos e ideologias. Falta alinhamento de vis�es para um plano maior, de na��o.

Uma vez que se consiga estabelecer esse alinhamento pol�tico, podemos voltar a crescer?

A aprova��o da reforma da Previd�ncia vai provar que n�s somos capazes de evitar que o trem se choque contra a parede. � uma quest�o matem�tica: em breve voc� vai ter dois brasileiros trabalhando para pagar um aposentado. A conta n�o fecha, o diagn�stico est� feito. Mas temos de agir. Como algu�m vai investir aqui, seja brasileiro ou estrangeiro, se a sociedade n�o � capaz de consertar aquilo que est� na cara que deve ser feito?

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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