O economista-chefe do Santander Brasil, Mauricio Molon, acredita que o mercado j� precificou uma reforma da Previd�ncia que gere uma economia ao Pa�s da ordem de R$ 800 bilh�es. Apesar da instabilidade pol�tica, para ele, as not�cias foram mais positivas nas �ltimas semanas em meio �s novas proje��es do governo, que diminuiu a composi��o do impacto dos ajustes na aposentadoria oficial.
"O governo reduziu o impacto sob o trabalhador rural, um dos temas que durante as negocia��es pode acabar caindo. Na hora que inclu�mos estados e munic�pios (na reforma) pode gerar uma not�cia positiva", disse Molon, em conversa com jornalistas durante o XVIII Encontro Santander Am�rica Latina.
Segundo ele, o montante de R$ 1,1 trilh�o em economia almejado pelo governo em dez anos pode ser acrescido em cerca de R$ 300 bilh�es com a inser��o de Estados e munic�pios na reforma.
Molon ponderou que essa cifra depende, contudo, de como ser� endere�ada a quest�o dos militares e policiais na reforma da Previd�ncia.
Urg�ncia
Ele afirmou que a reforma tribut�ria pode caminhar juntamente com a da Previd�ncia, mas n�o deve ser colocada no topo da agenda do governo neste momento. "A reforma tribut�ria � muito importante, mas a da Previd�ncia � mais urgente. N�o � que � mais importante. � mais urgente", avaliou ele, em conversa com jornalistas, durante o encontro.
A proposta de reforma tribut�ria, de Appy e Baleia Rossi e que j� est� no Congresso, na vis�o do especialista, � um belo projeto. "Tem tamb�m o projeto do governo, que ainda est� sendo elaborado e n�o conhecemos os detalhes", acrescentou Molon, sem fazer uma an�lise da proposta do governo.
Para ele, outras medidas n�o deveriam ser deixadas para depois porque o Pa�s precisa de fluxo positivo de not�cias para as pessoas ficarem mais confiantes.
Segundo Molon, o fato de as reformas tribut�ria e da Previd�ncia caminharem juntas "faz sentido" e pode ajudar a melhorar os indicadores de confian�a no Pa�s tanto por parte dos consumidores como das empresas.
"A reforma da Previd�ncia � necess�ria, mas n�o suficiente para o Brasil crescer mais. O Pa�s precisa avan�ar em termos de fluxo favor�vel de not�cias, outras medidas de ajuste fiscal e que melhorem a produtividade, reduzam a regulamenta��o excessiva do estado e avan�ar nas concess�es e privatiza��es", concluiu Molon.
Cr�dito emergencial
O economista-chefe do Santander Brasil acredita que uma eventual redu��o do cr�dito emergencial pedido pelo governo para cerca de R$ 147 bilh�es tem mais chances de ser aprovada no Congresso Nacional. "O valor de R$ 250 bilh�es tinha uma folga, por isso, n�o h� problema em aprovar um cr�dito suplementar menor", refor�ou Molon. "� mais f�cil. Vai ser aprovado", acrescentou. "A dificuldade dos cerca de R$ 250 bilh�es � que n�o precisava necessariamente (desse valor)", disse ele.
A cifra pode ser menor, segundo Molon, porque o governo conseguir� dinheiro de outras fontes como, por exemplo, a devolu��o de recursos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), da Caixa Econ�mica Federal e ainda receitas do Banco Central.
O Broadcast (sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado) antecipou na ter�a que a equipe econ�mica sugeriu ao deputado Hildo Rocha (MDB-MA) diminuir o valor total de despesas que precisam de um aval especial do Congresso. A nota t�cnica foi feita em conjunto pela Secretaria de Or�amento Federal (SOF) e a Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Para que o cr�dito suplementar passe no Congresso, o governo precisa obter maioria absoluta, ou seja, a aprova��o de 257 deputados e 41 senadores.
A aprova��o do cr�dito suplementar � necess�ria para o governo de Jair Bolsonaro pagar despesas correntes como previd�ncia, benef�cios assistenciais, Bolsa Fam�lia e subs�dios ao cr�dito agr�cola. Do contr�rio, corre o risco de quebrar a regra de ouro, que estabelece que a emiss�o de d�vida p�blica s� pode ocorrer para investimentos.
*A rep�rter viajou a convite do Santander Brasil
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