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Estado de Minas ECONOMIA

Guedes brigou por Levy, mas depois n�o o queria mais � frente do BNDES


postado em 16/06/2019 21:53

A escolha de Joaquim Levy para a presid�ncia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) - da qual pediu demiss�o neste domingo, 16, ap�s amea�a p�blica - teve v�cio de origem. O presidente Jair Bolsonaro e tr�s dos seus auxiliares mais pr�ximos na forma��o da equipe de governo cobraram explica��es do ent�o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, assim que o nome do ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff e ex-secret�rio de Fazenda de S�rgio Cabral come�ou a aparecer no notici�rio para a presid�ncia do banco de fomento.

Bolsonaro chamou Paulo Guedes para um conversa com esses auxiliares de confian�a, contr�rios � indica��o de Levy. "Est�o dizendo que voc� escolheu o cara errado", foi logo dizendo o presidente eleito. Os seis meses da gest�o de Levy no banco foram marcados por atritos com o governo e funcion�rios.

Uma das preocupa��es do presidente era com a participa��o do Levy no famoso jantar, que ficou conhecido como a "festa dos guardanapos", em Paris, quando Cabral foi condecorado pelo governo franc�s. A foto do jantar, que custou R$ 1,5 milh�o, virou um s�mbolo da farra da corrup��o.

Irritado, Guedes pediu uma conversa sozinho com Bolsonaro. Fez uma defesa forte do ex-ministro do governo do PT, um executivo com influ�ncia internacional. Diretor do Banco Mundial na �poca, com passagens em organismos internacionais e no setor financeiro, Levy poderia trazer dinheiro de fora do Pa�s para ajudar nos investimentos em infraestrutura que seriam necess�rios para impulsionar o crescimento da economia.

Guedes botou Levy no telefone com Bolsonaro, que explicou que j� esteve a servi�o do Pa�s em v�rios governos. Levy acabou sendo nomeando com a chancela de Guedes e Bolsonaro na posse chegou a dizer que o ministro escolheu os nomes sem interfer�ncia pol�tica.

N�o foi o que aconteceu. Em v�rias oportunidades de entrevista e "lives", Bolsonaro e seus filhos n�o perdiam oportunidade, de olho no seu p�blico de apoiadores nas redes sociais, de cutucar o presidente do BNDES. Repetia sempre que era preciso abrir a "caixa preta" do banco, que foi marcado pela pol�tica econ�mica dos governos petistas por empr�stimos bilion�rios para grupos empresariais envolvidos em esc�ndalos de corrup��o.

Bolsonaro cobrava nos bastidores uma posi��o mais firme de Levy sobre os empr�stimos feitos para bancar obras na Venezuela, Cuba, Mo�ambique e Angola durante o governo do PT e que n�o est�o sendo honrados.

O presidente do BNDES insistia que n�o havia nada que n�o tivesse sido mostrado. Preparou uma s�rie de perguntas e respostas para detalhar os pontos. N�o agradou o presidente e seus auxiliares, que seguiram cobrando a abertura da "caixa preta".

Com Guedes, os problemas come�aram j� em mar�o, pouco tempo depois da posse. O ministro se mostrava arrependido da escolha de Levy e fazia planos para transferi-lo para um posto do Brasil fora do Pa�s assim que tivesse oportunidade.

A insatisfa��o de Guedes era grande com a resist�ncia do presidente do BNDES em n�o devolver antecipadamente os empr�stimos do Tesouro. Levy botava empecilhos. Mesmo depois da cobran�a p�blica de R$ 126 bilh�es dos empr�stimos feita pelo secret�rio especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Para Guedes, o dinheiro do BNDES era importante no objetivo de redu��o da d�vida, uma promessa de campanha de dif�cil execu��o diante do avan�o dos gastos. Um caminho mais f�cil e r�pido, j� que do lado de cortes das despesas n�o seria poss�vel.

A insatisfa��o do ministro era grande tamb�m com o ritmo de venda os ativos do banco. Levy alegava que o banco precisaria de recursos com a retomada da demanda. Tamb�m dizia que n�o podia sair vendendo suas participa��es a qualquer pre�o.

Levy n�o percebeu os recados de que Guedes tem como meta reduzir o tamanho do banco. A birra aumentou depois que ele criou duas diretorias na dire��o contr�ria � orienta��o do ministro. Na equipe de Guedes, Levy ficou com carimbo de ter sido cooptado pelo corporativismo dos funcion�rios do BNDES. Queria que ele tivesse sido r�pido em demonstrar aos funcion�rios o seu novo tamanho e nos esclarecimentos as devolu��es para o Tesouro e mostrar aos funcion�rios import�ncia de pagar o Tesouro.

Levy n�o administrou a press�o ou n�o quis faz�-lo por suas convic��es. Mas nada justifica a forma como presidente o "demitiu" publicamente ao lhe atacar com cr�ticas publicas.

A queixa do presidente em rela��o � nomea��o de Marcos Barbosa Pinto foi apenas uma desculpa bem arranjada para a sa�da de Levy. Bolsonaro usou do seu m�todo habitual de for�ar uma situa��o insustent�vel que force o subordinado a pedir demiss�o. Teve apoio do ministro.

O seu sucessor, seja quem for, assume uma batata quente, principalmente com o avan�o silencioso da CPI do BNDES no Congresso. Ter� pela frente a resist�ncia dos funcion�rios. Cobi�ado por muitos, o posto de presidente do BNDES nos �ltimos tempos mais parece uma cadeira el�trica.


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