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Estado de Minas ECONOMIA

Economia parada deixa brasileiro ref�m das d�vidas

Entre janeiro e maio deste ano, 238 mil fam�lias engrossaram o grupo dos 3,8 milh�es de domic�lios que estavam com contas atrasadas ao final de maio


postado em 17/06/2019 11:34 / atualizado em 17/06/2019 12:29

(foto: Divulgação)
(foto: Divulga��o)

A vendedora aut�noma de maquiagem Adriana Barbosa, de 45 anos, conseguiu sair da lista de inadimplentes no ano passado. Mas no in�cio deste ano teve uma reca�da. N�o pagou a fatura do cart�o de cr�dito, usado na compra de materiais de constru��o para erguer mais um c�modo da sua casa. Com renda mensal de cerca de R$ 1 mil, Adriana ficou novamente inadimplente.

As vendas de maquiagem ca�ram mais de 50% este ano e a ela tamb�m levou o calote. "Meus clientes n�o me pagaram porque perderam o emprego e isso atrapalhou a minha vida."

Adriana e outros milh�es de brasileiros que conseguiram pagar as d�vidas atrasadas nos �ltimos 12 meses e voltaram a ficar com o nome sujo neste ano s�o considerados "novos reincidentes" da inadimpl�ncia pelos bir�s de cr�dito. Esse � o grupo que tem ampliado a participa��o no calote neste ano.

Entre janeiro e maio, eles eram, em m�dia, 27% do total de inadimplentes. No mesmo per�odo de 2018, essa fatia estava menor, representava 24,9% do total de pessoas com d�vidas vencidas e n�o pagas, segundo dados da Confedera��o Nacional de Dirigentes Lojistas e do SPC Brasil.

J� o "reincidente velho", aquele inadimplente que continuou na lista de devedores, deixou de pagar mais uma d�vida no per�odo e que responde pela maior parte do calote, reduziu sua participa��o. Entre janeiro e maio deste ano, esse grupo era 52,2% dos inadimplentes, em compara��o a 54,4% no mesmo per�odo de 2018. Enquanto isso, a participa��o dos inadimplentes que pela primeira vez ingressaram nessa lista ficou est�vel em 20,6%.

"Sentimos neste come�o de ano um aumento mais acentuado desse movimento de pessoas que tinham conseguido sair da lista de inadimplentes e voltaram a n�o pagar em dia as d�vidas", diz Mariane Schettert, presidente do Igeoc, associa��o que re�ne as 16 maiores empresas de telecobran�a, que respondem por 20% do mercado.

Zigue-zague

Al�m de todo in�cio de ano ser um per�odo de aperto no or�amento por causa do ac�mulo de contas a pagar, o que leva normalmente mais pessoas a se tornarem inadimplentes, neste ano esse movimento est� mais forte por causa da estagna��o da economia.

O zigue-zague de quem conseguiu sair do sufoco em 2018 mas voltou a ficar inadimplente neste ano reflete tamb�m os altos e baixos da economia. Ap�s crescer 1,1% em 2018, o Produto Interno Bruto caiu 0,2% no primeiro trimestre e frustrou as expectativas de empres�rios e consumidores.

A falta de rea��o da economia neste in�cio de ano � n�tida no desemprego, que se mant�m em n�veis elevados. S�o 13,2 milh�es de trabalhadores fora do mercado. "A inadimpl�ncia anda de m�os dadas com o desemprego", diz Mariane.

Genaro Silva Pimentel, 47 anos, ex-caixa de supermercado, � um exemplo dessa rela��o Ap�s um ano no emprego, ele foi demitido no m�s passado. Pimentel estava h� algum tempo no cadastro de inadimplentes.

 

"Ia at� acertar as cotas, mas n�o deu tempo." Agora, novamente desempregado e com uma rescis�o de R$ 2,7 mil no bolso, ele acredita que vai conseguir bancar as suas despesas por mais dois meses, se n�o conseguir trabalho. "Devo ficar inadimplente mais ainda, n�o tem como."

A renda estagnada, a perda de confian�a da popula��o e o aumento da infla��o, especialmente de alimentos, que atingiu a maior marca em tr�s anos no in�cio de 2019, tamb�m contribu�ram para o avan�o do calote.

"O que mais afetou a inadimpl�ncia no in�cio deste ano foi a infla��o", avalia o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, empresa especializada em informa��es financeiras. "A infla��o dos alimentos, que atingiu 3,7% de janeiro a abril, bateu na baixa renda, que � mais vulner�vel quando se fala de inadimpl�ncia."

Entre janeiro e maio deste ano, 238 mil fam�lias engrossaram o grupo dos 3,8 milh�es de domic�lios que estavam com contas atrasadas ao final de maio, destaca o economista-chefe da Confedera��o Nacional do Com�rcio, Fabio Bentes. No ano inteiro de 2018, 291 mil fam�lias se tornaram se tornaram inadimplentes.

Recorde

O aumento neste ano do n�mero de consumidores inadimplentes e de d�vidas em atraso � apontado por dois bir�s de cr�dito. Em abril, 63,2 milh�es de brasileiros estavam com d�vidas atrasadas, segundo a Serasa Experian. � o maior contingente de inadimplentes desde o in�cio da s�rie iniciada em mar�o de 2016. S�o 2 milh�es a mais de inadimplentes em rela��o a abril de 2018.

Segundo a Boa Vista Servi�os, em maio, o volume de d�vidas n�o pagas aumentou 4,8% em rela��o a abril, descontados os efeitos t�picos do per�odo. Foi a maior alta mensal do n�mero de d�vidas n�o pagas desde maio de 2018 e a terceira eleva��o mensal seguida.

"Come�amos a observar uma mudan�a de tend�ncia da trajet�ria da inadimpl�ncia", alerta o economista Fl�vio Calife, da Boa Vista.

Desde meados de 2018 as pessoas come�aram a tomar mais cr�dito e o endividamento aumentou. Mas a situa��o financeira do consumidor n�o est� melhorando. Por causa desse descompasso, deve crescer o n�mero de inadimplentes e a recupera��o do cr�dito pode piorar, prev� o economista.


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