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Estado de Minas ECONOMIA

Com crise, renda do trabalhador chegou a cair at� 16% em cinco anos


postado em 23/06/2019 07:50

Os anos de crise, al�m de terem destru�do empregos e levado ao aumento da informalidade, tamb�m corroeram o rendimento dos trabalhadores da maioria dos segmentos. A depender da �rea de atua��o, a perda real (j� considerada a infla��o) superou os 16% nos �ltimos cinco anos. De nove setores da iniciativa privada analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), cinco tiveram quedas significativas na renda que o trabalhador recebe habitualmente por m�s.

Entre o primeiro trimestre de 2014, antes da recess�o, e os tr�s primeiros meses deste ano, os trabalhadores de alojamento e alimenta��o (de hot�is, pousadas, restaurantes ou vendedores de alimentos), da constru��o e do transporte foram os que tiveram as maiores perdas reais de rendimento, de 7,2% a 16,3%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad) - Cont�nua, do IBGE, selecionados para o jornal O Estado de S. Paulo pela consultoria LCA.

Entre os trabalhadores da iniciativa privada, apenas os da agricultura tiveram aumento real expressivo do rendimento habitual, de 5,2% durante esse mesmo per�odo. No grupo que inclui quem trabalha no setor p�blico, houve um aumento real ainda maior, de 7,5%.

A queda na renda das fam�lias e o aumento da informalidade - sobretudo em atividades ligadas aos servi�os, como o transporte com aplicativos e a venda de alimentos - e o afundamento do setor de constru��o civil ajudam a explicar o menor rendimento que esses trabalhadores t�m recebido, avalia o economista Cosmo Donato, da LCA.

Por um lado, as fam�lias t�m menos condi��o de gastar com alimenta��o fora de casa, transporte e lazer hoje do que gastavam em 2014, diz Donato. "Por outro lado, desempregados da ind�stria e do com�rcio recorreram ao transporte e � alimenta��o para sobreviver, vendendo comida na rua ou se tornando motoristas de aplicativos, por exemplo. A informalidade puxou o rendimento para baixo."

O motorista particular e taxista Wallinson de Melo, de 34 anos, � um dos trabalhadores que sentiram o impacto do aumento da informalidade em seu segmento. "At� 2014, a gente conseguia tirar facilmente at� R$ 12 mil por m�s. Foi quando realizei o sonho de comprar uma casa para a minha m�e, na Para�ba. Hoje, com sorte, ganho R$ 6 mil. Com o desemprego, as pessoas trocaram o t�xi pelo �nibus e a concorr�ncia aumentou, muito engenheiro virou Uber. Aquele tempo n�o volta."

Desequil�brio

Muitos que perderam o emprego ca�ram na informalidade ou conseguiram novas vagas com remunera��o mais baixa; quem se manteve empregado, n�o conseguiu ser promovido, avalia o economista da Universidade de Bras�lia (UnB) Jos� Lu�s Oreiro. "O gar�om de um restaurante com menos dinheiro no bolso gasta menos no mercadinho. O dono do mercadinho deixa de ir no restaurante. A queda no rendimento habitual gera um efeito negativo, em cascata, na economia."

"A crise ainda se reflete na renda dos trabalhadores. O empres�rio que tinha planos de expandir, desistiu. Muitos hot�is passaram a desativar momentaneamente alguns andares, em per�odos de movimento mais fraco", acrescenta Darly Abreu, diretor do Sinthoresp (sindicato que re�ne, entre outros, trabalhadores de hot�is, restaurantes, lanchonetes e bares).

Ele lembra que, al�m da renda habitual, quem trabalha em restaurantes ganha menos gorjetas do que antes da crise. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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