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#PraEntender: o ni�bio vai salvar a p�tria?

O Estado de Minas ouviu especialistas da minera��o para entender quais s�o os mitos e verdades em torno do metal mais pol�mico do momento. Temos mesmo uma solu��o para alavancar a economia do pa�s que foi ignorada at� agora?


postado em 13/07/2019 06:00 / atualizado em 09/09/2019 14:11


Se a expectativa do presidente Jair Bolsonaro se concretizar, Minas Gerais vai se tornar a galinha dos ovos de ouro, ou melhor, de ni�bio do Brasil. O metal, que faz parte do discurso desde os tempos de deputado federal, voltou a dominar o notici�rio depois de v�deo feito pelo presidente durante viagem ao Jap�o viralizar. Na live, ele mostra uma bijuteria produzida a partir da liga do ni�bio, comprada por R$ 4 mil. Para Bolsonaro, o produto do qual o Brasil det�m a maior reserva j� descoberta no mundo pode salvar a economia. 

Para compreender melhor esse cen�rio, primeiro � preciso entender o que � esse metal e como, at� ent�o, ele � utilizado. O ni�bio � um elemento qu�mico de transi��o, usado para dar resist�ncia em ligas met�licas, como o a�o. A grande vantagem desse mineral � a capacidade de proporcionar resist�ncia e leveza a ligas especiais. Por isso � t�o cobi�ado pela ind�stria automobil�stica, de avia��o e a aeroespacial. Mas, atualmente, � a siderurgia que concentra 90% da aplica��o do ni�bio.

A primeira e maior reserva do mineral que � fonte do ni�bio, no Brasil, o pirocloro, est� em Minas, em Arax�, no Alto Parana�ba. Ela � controlada pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Minera��o (CBMM), empresa privada que domina a produ��o do metal no pa�s e no mundo. O Estado de Minas ouviu especialistas da minera��o para entender quais s�o os mitos e verdades em torno do metal mais pol�mico do momento. Temos mesmo uma solu��o para alavancar a economia do pa�s que foi ignorada at� agora?

Alto custo de produ��o


Para o professor Roberto Gallery, chefe do Departamento de Engenharia de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o ni�bio n�o tem esse potencial econ�mico milagroso como Bolsonaro indica.  “� um metal muito importante, sim. Mas tem v�rios limitadores. O processo de explora��o � caro e n�o h� uma demanda crescente”, avalia o professor.  Ao contr�rio do min�rio de ferro, por exemplo, que � retirado da mina e vendido bruto, o ni�bio precisa passar por v�rias etapas de beneficiamento para atingir o ponto de venda. O produto final mais comercializado � o  ferroni�bio, uma liga de ni�bio com ferro. Esse processo exige alto investimento e tecnologia pr�pria.

E � justamente esse custo alto de produ��o que tornaria, no m�nimo, incomum o uso do ni�bio na fabrica��o de bijuterias. “O ponto de fus�o dele (ni�bio) � de 2.477 graus. At� para derreter esse metal seria necess�rio um aparato tecnol�gico grande. N�o d� pra fazer isso numa f�brica de fundo de quintal”, argumenta Gallery. Para ele, usar um metal t�o nobre para fabricar produtos de baixo valor agregado n�o seria capaz de promover resultado t�o impactante na economia. “A menos que houvesse uma onda mundial de uso de bijuteria de ni�bio. O que � muito improv�vel”, completa.


Mercado pequeno


Outro entrave para impulsionar as vendas do ni�bio � o fato de o mercado interno e externo serem pequenos. Para o professor Hernani Mota de Lima, do Departamento de Engenharia da Universidade de Ouro Preto, esse mercado limitado impede, inclusive, a aplica��o de uma estrat�gia econ�mica de aumento de pre�o. Enquanto  100 gramas de ouro s�o vendidos por cerca de R$ 1,7 mil, o quilo de  ni�bio vale R$ 160.

 “Se pudesse ser vendido mais caro, poderia at� gerar impacto econ�mico maior. Mas, aumentar o pre�o e vender para quem?”, questiona o especialista. Por outro lado, a demanda do mercado � est�vel porque o uso do ni�bio se d� em pequena escala. Para se ter uma ideia, bastam alguns gramas de ni�bio por tonelada de a�o para que a liga ganhe resist�ncia e tenacidade.  

Segundo dados da CBMM, a empresa que domina a produ��o brasileira (e tamb�m mundial), em 2018, a companhia produziu 90 mil toneladas do metal, o que corresponde a 80% do mercado mundial. Se o consumo internacional � restrito, o interno � ainda menor. Apenas 4 mil toneladas da produ��o total da companhia no ano passado ficaram no Brasil. Nos padr�es de consumo atual, somente a reserva de ni�bio de Arax� � suficiente para abastecer o mundo pelo pr�ximos 200 anos.

Sem demanda para aumentar as exporta��es, a sa�da para explorar mais o potencial desse produto seria outra. “A alternativa mais indicada � o pa�s investir em tecnologias pr�prias para desenvolver produtos derivados do ni�bio para vender”, aponta Gallery. Descobrir novas aplica��es tem sido, inclusive, uma busca da CBMM. H� um ano, a empresa fechou parceria milion�ria com a gigante japonesa Toshiba para produzir baterias de carro el�trico que utilizam ni�bio. Mas a f�brica fica no Jap�o.

(foto: Reprodução vídeo)
(foto: Reprodu��o v�deo)


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