O setor de transportes coleciona empreendimentos abandonados. O setor ferrovi�rio, por exemplo, chegou a ter 37 mil quil�metros (km) de trilhos, mas a falta de investimentos fez a malha encolher para 28 mil km. Nesse n�mero, por�m, est�o trechos desativados, a exemplo das linhas paulistas de Prad�polis/Col�mbia; Bauru/Tup�/Panorama; e Santos/Cajati.
Nesses ramais, os trilhos foram invadidos por mato e at� pela popula��o, que construiu �s margens ou sobre as ferrovias. "S� em S�o Paulo, s�o cerca de 800 km de estradas de ferro que foram desativadas, abandonadas e degradadas", diz Jos� Manoel Ferreira Gon�alves, da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias.
A Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres diz que, mesmo n�o sendo usada, a malha deve ser mantida pela concession�ria em condi��es de opera��o. N�o � o que se v�, por exemplo, no trecho entre Santos e Cajati, no Vale do Ribeira. Segundo a ANTT, calcula-se que hoje dois ter�os da malha brasileira tenha tr�fego. Ou seja, um ter�o da ferrovia - que significa 9 mil km - n�o � usada.
A concession�ria Rumo, respons�vel pela malha paulista, disse que os ramais de Prad�polis/Col�mbia e Bauru/Tup�/Panorama fazem parte da concess�o assumida em 2015. Ela afirma que os dois trechos est�o desativados desde 2006. "Com a prorroga��o da concess�o da Malha Paulista at� 2058, ser�o viabilizados R$ 7 bilh�es em investimentos. O plano prev� reativa��o dos ramais citados." J� no trecho Santos/Cajati, diz a Rumo, estudos mostraram a inviabilidade do transporte de cargas em larga escala.
Como as ferrovias, outro projeto que foi abandonado e precisa de um novo destino � o BRT Transoeste, na capital fluminense. Inaugurada em 2012 com a presen�a do ent�o presidente da Rep�blica Luiz In�cio Lula da Silva, a obra custou � prefeitura do Rio cerca de R$ 900 milh�es. Hoje, das 125 esta��es, 22 est�o desativadas.
O interventor do BRT, Luiz Alfredo Salom�o, contratado para encontrar uma solu��o para os empreendimentos, diz que houve uma s�rie de problemas na Transoeste. A obra foi constru�da sem projeto executivo e hoje a pista n�o aguenta o peso dos �nibus. A calha foi constru�da com asfalto normal em terreno argiloso e mole. Com o peso dos ve�culos, o asfalto foi cedendo e tornando invi�vel o transporte. "Foi um grande erro de engenharia, uma pista sem salva��o", diz Salom�o.
Al�m disso, a estrutura n�o tinha seguran�a para impedir a entrada de passageiros sem pagar, o que causava preju�zo de R$ 5 milh�es por m�s aos cofres p�blicos. As esta��es constru�das com materiais modernos foram depenadas e viraram abrigo para moradores de rua. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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