
A proposta do Minist�rio da Economia de permitir que os trabalhadores saquem at� 35% dos recursos de suas contas ativas do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS) liga o sinal amarelo para o setor de constru��o civil, que depende de recursos do fundo para financiar a constru��o e a compra de im�veis no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
"Um saque na ordem de R$ 42 bilh�es, como foi falado, vai mexer com a liquidez do fundo. Todos os empres�rios do setor est�o inseguros", afirmou o vice-presidente de habita��o do Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil do Estado de S�o Paulo (Sinduscon-SP), Ronaldo Cury.
Os recursos do FGTS servem como subs�dio para o MCMV, que oferece financiamento a taxas de juros mais baixas do que o restante do mercado para a compra da casa pr�pria. Segundo Cury, a potencial queda na liquidez desperta preocupa��o entre os empres�rios sobre a capacidade do fundo continuar financiando projetos que estavam previstos para serem lan�ados nos pr�ximos meses.
"De um lado, o governo prometeu lan�ar um novo MCMV. Do outro est� tirando o dinheiro do fundo que sustenta o programa. Quem vai investir dessa forma?", questiona. Cury lembrou que os recursos do FGTS destinados ao programa habitacional em S�o Paulo acabaram em junho, devido ao aquecimento do mercado, o que demandou o redirecionamento de dinheiro que estava parado em outros segmentos do or�amento do FGTS. "Isso mostra como o cobertor j� est� curto."
O representante do Sinduscon-SP comentou ainda que o setor foi pego de surpresa com essa proposta do governo, apesar de manter reuni�es peri�dicas com representantes da esfera federal. "N�o teve aviso nem conversa com o setor de constru��o. Ficamos sabendo sobre os saques pelos jornais", reclamou.