Engie quer fazer empresas do Pa�s economizar energia

Efici�ncia energ�tica deixou de ser um conceito para se tornar neg�cio. No caso da francesa Engie, que faturou � 60,6 bilh�es no ano passado, uma frente de trabalho com tend�ncia a se tornar sua maior �rea no mundo nos pr�ximos anos. "Depois de energia verde e infraestrutura de g�s, nosso terceiro neg�cio j� � a efici�ncia energ�tica", diz Isabelle Kocher, presidente global da companhia, em entrevista exclusiva ao �Estad�o/Broadcast�, durante evento para lideran�as da empresa no Rio de Janeiro.

Segundo Isabelle, a expectativa � que a �rea atinja um ter�o da receita total da Engie no m�dio prazo, ao lado de segmentos j� consagrados como gera��o de energia renov�vel e g�s.

No Brasil, a �rea tamb�m vem ganhando for�a. Alvo recente do maior investimento da empresa no mundo nos �ltimos quatro anos - com a compra da Transportadora Associada de G�s (TAG), da Petrobr�s, por US$ 8,6 bilh�es -, o Pa�s est� na linha de frente da francesa. Anualmente, a Engie destina de � 300 milh�es a � 400 milh�es ao Brasil, fora aquisi��es.

"Se a economia (brasileira) crescer, para evitar um �boom� do pre�o da energia � preciso fazer com que as pessoas consumam menos, e de forma eficiente", afirmou Isabelle, desde 2016 � frente da empresa e respons�vel pela mudan�a de rumo para a energia renov�vel.

Hoje, o carv�o representa menos de 5% da gera��o da Engie, ap�s a venda nos �ltimos anos de � 9 bilh�es de ativos dessa matriz energ�tica. No Brasil, as duas �ltimas t�rmicas a carv�o tamb�m ser�o vendidas.

Aquisi��es. Para aumentar a �rea de efici�ncia energ�tica no Pa�s, a Engie comprou no Brasil seis empresas de atividades diferentes, como servi�os, consultoria e gera��o solar distribu�da. A ideia � oferecer solu��es como monitoramento do consumo de energia el�trica. No banco Santander, por exemplo, a Engie monitora 1,5 mil ag�ncias. Identifica em quais momentos o ar condicionado deve ser ligado ou quando as luzem devem ser apagadas.

J� em um pr�dio da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio, a solu��o foi dada com a instala��o de aparelhos de ar condicionado no telhado do pr�dio e a venda de energia renov�vel. Para a GE, foi desenvolvido monitoramento para impedir o consumo de energia al�m do esperado, proporcionado economia de 20% nos custos.

No Brasil, a Engie tem 2,7 mil funcion�rios, dos quais 1,7 mil trabalham com efici�ncia energ�tica. Para o coordenador do grupo de estudos do setor el�trico do Instituto de Economia da UFRJ, Nivalde de Castro, � natural que a Engie invista no segmento de efici�ncia energ�tica. "Ela vende energia e, por isso, sabe o perfil de consumo dos seus clientes e pode apresentar alternativas � redu��o de custo", disse. Segundo ele, o foco da empresa deve ser o setor industrial, que n�o tem tradi��o de investir nisso no Brasil.

J� para o setor de g�s, os planos da Engie s�o de continuar avaliando as vendas da Petrobr�s. Em primeiro lugar, por�m, a empresa ir� se
dedicar � TAG. "O momento agora � de fazer a integra��o da TAG", disse Maur�cio Bahr, presidente da Engie Brasil. "Vamos fazer a adapta��o da nova cultura da empresa - tem funcion�rios que s�o da Petrobr�s e � preciso fazer a transi��o."

Planos. Bahr descartou participar da disputa pelo Gasoduto Bol�via-Brasil (Gasbol), mas disse que outras oportunidades poder�o ser avaliadas. "Na Europa, a gente opera 30 mil quil�metros de gasodutos, ent�o o potencial do Brasil tem para explorar essa imensa quantidade de g�s que vem pelo pr�-sal � enorme", afirmou.

No m�dio prazo, a Engie estuda trazer ao Brasil a estocagem de g�s, bem como em produ��o de biog�s. "Estudamos um projeto de biog�s no Rio Grande do Sul, fizemos uma proposta para a Sulg�s e est� come�ando agora", disse Bahr. "S�o tend�ncias e a gente est� olhando mercado com muito carinho."

Para Isabelle, o g�s natural vai ter um papel mais importante no Brasil, � medida que aumente a gera��o intermitente da energia e�lica e da solar. "O governo tomou decis�es claras em rela��o ao mercado de g�s o que, para o investidor, � um cen�rio promissor", disse ela.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.