O impasse envolvendo o abastecimento de navios de bandeira iraniana, carregados com milho e parados no Porto de Paranagu� (PR) desde o in�cio de junho, pode afetar o pre�o do cereal no Brasil, especialmente em Mato Grosso, na avalia��o do presidente da Associa��o dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Ant�nio Galvan. Os cargueiros trouxeram ureia do Ir� e voltariam com milho carregado no porto de Imbituba (SC), mas a Petrobras, temendo puni��es do governo norte-americano, se recusa a abastecer as embarca��es.
"Vemos isso (o imbr�glio) com bastante preocupa��o, porque o Ir� � um dos grandes parceiros na compra do cereal do Brasil. Gostar�amos que isso se resolvesse o quanto antes, porque a situa��o pode sim afetar o valor do nosso milho, principalmente o de Mato Grosso, Estado que est� acabando de colher uma grande safra", diz Galvan, conforme a assessoria de imprensa da Aprosoja MT.
Outras entidades do setor consultadas pelo Broadcast Agro evitaram se posicionar diante da quest�o. O vice-presidente da Associa��o Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) Glauber Silveira da Silva disse � reportagem que o setor "n�o pode perder um cliente como o Ir�" mas que, no curto prazo, n�o deve haver preju�zos para o produtor rural, que j� vendeu a maior parte do milho colhido a ser destinado ao exterior. Conforme da Silva, a entidade enviar� em breve um of�cio ao Minist�rio da Agricultura solicitando uma solu��o para o problema.
Procuradas, a Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria do Brasil (CNA) e a Associa��o Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) n�o quiseram se manifestar sobre o assunto. Os Portos do Paran�, autarquia que administra o porto de Paranagu�, destacou em nota que nenhum dos navios iranianos, Bavand e Termeh, movimentaram ou v�o movimentar cargas no porto paranaense. "Para abastecer, os navios n�o precisam atracar e recebem o combust�vel por barca�as", explica. O navio Bavand aguarda fundeado em frente ao Porto de Paranagu� com 48 mil toneladas de milho carregadas no porto de Imbituba (SC). A embarca��o Termeh espera desde 9 de junho fundeado fora da Barra de Paranagu� (a cerca de 20 quil�metros do porto) e est� vazia, aguardando combust�vel para seguir rumo ao porto de Imbituba (SC), onde receber� a carga de milho, tamb�m segundo os Portos do Paran�.
Em 2018, o Ir� foi o maior comprador de milho brasileiro em volume (6,38 milh�es de toneladas) e em receita (US$ 1,10 bilh�o). O pa�s representou 27,8% do volume e 28% da receita das exporta��es brasileiras do cereal no ano passado. Entre janeiro e junho de 2019, o Ir� continuou liderando as importa��es de milho brasileiro, com 2,496 milh�es de toneladas do cereal, seguido do Vietn�, com 1,501 milh�o de toneladas. Em igual per�odo de 2018, o volume enviado ao pa�s persa foi semelhante, de 2,483 milh�es de toneladas. O Egito aparecia em segundo lugar, com 309 mil toneladas exportadas, conforme o sistema de estat�sticas de com�rcio exterior do Minist�rio da Agricultura.
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