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Estado de Minas CUSTO DO DINHEIRO

Banco Central sinaliza juro menor nos pr�ximos meses

Presidente do Banco Central revela conversas para reduzir taxa do cheque especial e defende educa��o financeira


postado em 07/08/2019 06:00 / atualizado em 07/08/2019 07:46


Em debate no Correio Braziliense, Roberto Campos disse que juros baixos têm que chegar aos consumidores (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )
Em debate no Correio Braziliense, Roberto Campos disse que juros baixos t�m que chegar aos consumidores (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )



Bras�lia – O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, sinalizou ontem que a taxa Selic pode continuar a reduzir nas pr�ximas reuni�es do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom). Ele entende, por�m, que poss�veis frustra��es nos ajustes macroecon�micos, como reformas, podem afetar os pr�mios de risco e aumentar a trajet�ria dos juros.

Na quarta-feira passada, o comit� decidiu reduzir a taxa b�sica Selic em 0,5 ponto percentual, saindo de 6,5% para 6%. O corte foi poss�vel porque a infla��o est� baixa. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) 15, considerado a pr�via da infla��o, variou 3,27% no acumulado do ano at� julho. Para este ano, a meta central de infla��o � de 4,25%, podendo variar entre 2,75% a 5,75%. J� para 2020, o objetivo � alcan�ar 4% – com oscila��o de 2,5% e 5,5%.

De acordo com Campos Neto, o foco do BC � executar um trabalho para fazer com que os juros baixos cheguem na ponta, para o consumidor. Para ele, � necess�rio um cr�dito saud�vel para incentivo de investimentos e infraestrutura. Sobre o mercado de financiamentos e empr�stimos, o presidente do BC enfatizou que houve melhora nos �ltimos anos ap�s a crise, o que pode ajudar na recupera��o econ�mica. Campos Neto lembrou que h� uma mudan�a de vi�s na pol�tica de cr�dito, permitindo mais espa�o para empr�stimos privados, em detrimento do p�blico.

Com isso, o BC est� indo em dire��o para a diminui��o do cr�dito direcionado. “O pa�s precisa se reinventar com o cr�dito privado. N�s batemos no muro fiscal e precisamos migrar para o cr�dito privado”, afirmou o chefe do BC, ao participar do Correio Debate: Como fazer os juros ca�rem no Brasil?, promovido pelo jornal Correio Braziliense. Ele admitiu que o custo de alguns produtos s�o altos, como o cheque especial e o cart�o de cr�dito. “Precisamos cair (os juros) ainda bastante. Na composi��o do spread banc�rio, precisamos melhorar em todos os fatores, mas eu chamaria aten��o � inadimpl�ncia”, afirmou.

De acordo com ele, a falta de informa��es sobre o tomador de cr�dito gera uma “comunica��o assim�trica”, o que leva o aumento de taxa pelas incertezas. O cadastro positivo e o open banking s�o medidas para diminuir de forma mais estrutural essa assimetria. Al�m disso, a recupera��o de financiamentos � muito mais baixa e lenta no Brasil do que em compara��o com outros pa�ses. Por isso, h� encarecimento dos financiamentos.

Sobre o cheque especial, Campos Neto ressaltou que h� um estudo para diminuir a regressividade do produto financeiro. “Quando (o banco) disponibiliza o limite, tem um consumo de capital do banco, que � proporcional a esse limite. Quem tem mais dinheiro, tem um limite maior e consome mais capital. Normalmente � quem menos usa o produto. Quem mais usa s�o, basicamente, quem tem dois sal�rios m�nimos”, afirmou.

De acordo com ele, as taxas do cheque especial, que superam 300% ao ano, punem quem est� em baixo da pir�mide. “As nossas conversas s�o no sentido de como diminuir a regressividade. Tamb�m � necess�rio compreens�o do instrumento, que vem com a educa��o financeira. Pensamos num programa mais amplo, porque a educa��o financeira � chave nesse sentido”, destacou Campos Neto.

Cen�rio 

Ao dar o panorama do cen�rio econ�mico atual, o presidente da autoridade monet�ria ressaltou que a economia global teve uma revis�o de crescimento “bastante grande para baixo”, processo que, para ele, ainda deve continuar. “Continua a� em (expans�o de) 3,3% e muito provavelmente ser� revisado para baixo”, alegou. Campos Neto avalia que h� tr�s grandes fatores que se acumularam ao longo dos anos que ocasionaram na situa��o atual. A primeira � a tens�o comercial, que teve “trajet�ria” em v�rias fases.

Sobre a atividade econ�mica no Brasil, o presidente do Banco Central ressaltou que o pa�s sofreu com revis�es do Produto Interno Bruto (PIB) para baixo, assim como outros pa�ses da Am�rica Latina. “Pa�ses da Am�rica Latina todos revisaram para baixo mais ou menos na linha do Brasil. N�o foi porque houve frustra��o do governo e da execu��o de reformas”, afirmou Campos Neto. Com esse cen�rio de desaquecimento global e do Brasil, houve uma perspectiva de juros mais baixos. “N�s navegamos na crise sem ter que subir os juros. O Brasil est� numa situa��o bastante s�lida nesse sentido”, alegou.


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