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Estado de Minas ECONOMIA

Empresa estimula v�nculo paterno para reter funcion�rio


postado em 11/08/2019 08:55

Quando ainda era estagi�rio na plataforma online de venda de seguros Youse, o estudante de engenharia Fernando Fonseca, de 25 anos, descobriu que teria um filho com a namorada Karoline Ferreira, que estuda Letras na USP. Os dois moravam sozinhos em S�o Paulo, sem apoio financeiro dos pais.

Com uma pessoa a mais para sustentar, o movimento natural seria ir atr�s de um emprego fixo com sal�rio maior. Fonseca, inclusive, j� havia recebido propostas para receber o triplo em outras empresas. Resolveu recusar porque tinha a certeza que seria contratado na Youse quando terminasse a faculdade. A formaliza��o, por�m, acabou acontecendo antes do diploma.

"Quando o Fernando falou que ia ter filho, fiquei feliz porque, com a contrata��o, teria mais op��es de plano de sa�de e um sal�rio maior para dar suporte ao beb�", diz Wilson Lima, diretor de RH da empresa. Entre os benef�cios est�o tamb�m 30 dias de licen�a-paternidade. "Estamos em um mercado muito competitivo e o funcion�rio leva em considera��o benef�cios robustos", afirma.

A Youse faz parte de um movimento crescente de empresas que t�m usado pol�ticas de recursos humanos nas quais um dos principais atrativos � aumentar a conviv�ncia entre pais e filhos. Seja por meio da licen�a-paternidade estendida, al�m dos cinco dias obrigat�rios por lei, ou de facilitar a conviv�ncia com as crian�as durante o trabalho.

O conceito de paternidade ativa envolve, entre outros fatores, o cuidado f�sico e emocional que se d� ao filho, segundo cartilha elaborada pelo Minist�rio da Sa�de em 2018. Empresas como a Natura e a Unilever t�m dentro em suas instala��es um ber��rio no qual os pais podem deixar seus filhos.

Ricardo Moncayo, de 35 anos, coordenador de TI da Natura, define a infraestrutura do ber��rio da empresa como "privil�gio": ele consegue n�o s� ficar perto da filha, como tamb�m visit�-la durante o dia. "Almo�o mais r�pido para poder ficar 10 minutos com a Marcela."

O gerente de log�stica de sorvetes da Unilever, Renato Starling, � outro que n�o "aguenta" e vai visitar o filho na creche quando pode. Por coincid�ncia, a mulher dele, Maria Clara, trabalha no pr�dio vizinho. Ent�o, a fam�lia inteira - m�e, pai e Gustavo, de 1 ano - toma caf� da manh� nas depend�ncias da Unilever. "Em S�o Paulo, quem � que consegue tomar caf� com o filho, ver no almo�o e ainda voltar para casa com ele?", pergunta. No caso, as duas empresas d�o 40 dias de licen�a-paternidade.

Empresa Cidad�

Alice Neira Pereira deve nascer no pr�ximo m�s e, assim que chegar, vai poder ter o pai a seu dispor durante seis meses, sem precisar dividi-lo com o trabalho de analista financeiro. A fabricante de bebidas Diageo conceder� a William Pereira, de 36 anos, licen�a-paternidade de 26 semanas.

O afastamento faz parte da pol�tica global da Diageo e foi implementada em julho no Pa�s. Agora, m�es e pais t�m direito ao mesmo per�odo de afastamento. "Historicamente, a licen�a-maternidade � uma barreira para as mulheres no mercado de trabalho", diz Tatiana Sereno, diretora de Recursos Humanos da empresa. "Ao oferecer licen�a semelhante para todos, ela deixa de ser."

Pereira pretende pedir o afastamento em janeiro, �ltimo m�s no qual a m�e de Alice estar� em casa, antes de voltar ao trabalho. A tamb�m analista Melissa Neira, de 39 anos, ficar� de licen�a durante quatro meses. "Agora, vou vivenciar tudo o que eu n�o consegui com minha primeira filha, Isadora", diz ele. "Cinco dias � muito pouco. Voc� n�o passa nem sequer 24 horas completas com o filho, porque tem de correr atr�s de vacina, cart�rio e receber as visitas."

A Diageo � inscrita no programa Empresa Cidad�, da Receita Federal, que estende o per�odo de licen�a dos pais em troca de benef�cios fiscais. �s mulheres, o programa federal j� oferece a amplia��o de quatro para seis meses em casa, o que garante o reembolso da Diageo no caso das m�es. Para os homens, a extens�o � de cinco para 20 dias corridos. Por isso, a empresa passou a ter or�amento espec�fico para a licen�a-paternidade. Al�m de bancar a sa�da prolongada dos pais, h� a verba destinada � contrata��o de tempor�rios, caso o trabalho de um substituto seja necess�rio.

Desde que implementou a licen�a-paternidade de 35 dias em 2017, a corretora de seguros Marsh teve 40 funcion�rios beneficiados pelo afastamento. � um n�mero pequeno para o universo de 1,2 mil funcion�rios, o que possibilita organizar equipes para cobrir as licen�as. "As crian�as crescem muito rapidamente e a gente n�o pode furtar isso dos funcion�rios", diz Valma Prioli, diretora de RH.

Um dos beneficiados foi o superintendente Tiago Morais, de 37 anos, pai de Marina. Ele disse ter criado v�nculos com a filha desde o in�cio. "Estava l� na hora que a Marina nasceu e a segurei, dei a m�o e comecei a conversar", diz. "A nen� se acalma quando estamos por perto." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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