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Estado de Minas

Presidente da Cimed destaca evolu��o: 'Come�amos a decolar de novo'

Otimista quanto ao pa�s, executivo prega redu��o de impostos sobre rem�dios e outros produtos


12/08/2019 09:09 - atualizado 12/08/2019 09:15

João Adibe é o presidente do Grupo Cimed
Jo�o Adibe � o presidente do Grupo Cimed (foto: Alexandre Cassiano/Divulga��o Cimed)
Poucas empresas no Brasil crescem ao ritmo t�o forte quanto o da farmac�utica Cimed. Quarta maior companhia do setor em volume de vendas, a companhia fechou 2018 com faturamento de R$ 1,3 bilh�o. A meta � alcan�ar, em 2020, receitas de R$ 2 bilh�es – o dobro de 2017, quando superou pela primeira vez a barreira do bilh�o de reais. Para efeito de compara��o, a Cimed tem avan�ado numa velocidade tr�s vezes superior �quela do mercado brasileiro. Boa parte do resultado se deve ao trabalho do presidente Jo�o Adibe, executivo de estilo agressivo e confiante que tem se tornado refer�ncia da ind�stria farmac�utica brasileira.
 
Nesta entrevista, Adibe diz que o crescimento dos �ltimos anos pode ser explicado pelo modelo desenvolvido pela empresa a partir da d�cada 1990, que consistia em chegar aos cantos mais remotos do pa�s. “Possu�mos a f�brica de embalagens, a ind�stria farmac�utica em si e a distribui��o. Com isso, temos um acesso mais r�pido aos pontos de vendas.” Adibe aposta no avan�o dos medicamentos gen�ricos, que ocupam apenas 30% do mercado nacional, enquanto a m�dia mundial � 55%. Ele tamb�m se diz otimista com os novos rumos da economia brasileira. “O Brasil come�ou a decolar novamente”, diz. “Com as reformas, passa a ser um pa�s com mais solidez para os investimentos”, destaca.

Qual � a sua avalia��o sobre o atual cen�rio da economia brasileira?
 
Apesar da elevada expectativa, o pa�s ainda n�o deslanchou.  Vivemos um momento muito positivo. Talvez a aprova��o da reforma da Previd�ncia tenha demorado um pouco. Poder�amos ter feito ainda no primeiro semestre e n�o ter perdido o ritmo em 2019. Mas tudo indica que a gente come�ou a decolar de novo.
 
Como o avan�o da reforma da Previd�ncia impacta o setor farmac�utico?
 
Tanto a reforma da Previd�ncia quanto a reforma tribut�ria afetam diretamente os neg�cios. A da Previd�ncia ser� fundamental para regularizar a casa e a tribut�ria para colocar fim � guerra fiscal. A partir do momento em que a gente consegue resolver esses dois problemas, o Brasil passa a ser um pa�s com mais garantias de solidez para os investimentos. Ent�o, o cen�rio � de otimismo.

Que outras medidas podem contribuir para o crescimento do setor farmac�utico?
 
Acho que um dos pr�ximos passos do governo ser� reduzir a carga tribut�ria em alguns eixos, como medicamentos. O setor � o terceiro com a maior carga, que chega a 35%. Vai ajudar muito quando o governo come�ar a olhar para o setor e conseguir desonerar algumas coisas. Assim, vamos conseguir repassar os benef�cios aos pre�os para o consumidor.

A Cimed fechou 2018 com faturamento de R$ 1,3 bilh�o. Onde a empresa espera chegar?
 
Minha vida � feita de n�meros. Lembro-me da primeira vez em que faturamos R$ 100 mil, R$ 1 milh�o e depois R$ 1 bilh�o, que foi em 2017. Levamos 30 anos para conquistar o primeiro bilh�o. Agora estamos projetando o segundo bilh�o para 2020. E depois o terceiro, o quarto...

Al�m das metas monet�rias, quais s�o os outros objetivos ?
 
Temos um pipeline bem agressivo, que est� no nosso DNA. A marca sempre procura olhar cinco anos para a frente. Claro que isso � revisado, mas hoje, por exemplo, nossa meta � aumentar em 30% o portf�lio.

O setor farmac�utico brasileiro � altamente competitivo. Que espa�o a Cimed ocupa nesse cen�rio?
 
A Cimed � atualmente a quarta maior farmac�utica do Brasil em unidades vendidas e est� entre as 10 maiores em faturamento. A gente cresce a um ritmo tr�s vezes maior do que o mercado. De acordo com nossos estudos, devemos ficar entre as cinco primeiras em faturamento em meados de 2021 ou 2022. Nosso objetivo � estar entre as cinco maiores em faturamento e ser talvez a segunda em unidades vendidas.

Como ser� poss�vel alcan�ar a meta de faturamento de R$ 2 bilh�es em 2020?
 
Temos de pensar que a popula��o do pa�s ainda � muito pobre. Ent�o, um dos grandes fatores que geraram esse crescimento nos cinco anos anteriores foi a participa��o dos gen�ricos dentro do setor. O gen�rico no mundo inteiro chega a representar 55% das vendas. No Brasil, ele representa 30% no m�ximo, dependendo da categoria. Ent�o, a gente acredita que, com o esclarecimento da popula��o e tamb�m com o seu envelhecimento, a tend�ncia � que os rem�dios de uso cont�nuo tenham crescimento de vendas muito expressivo.

Quais s�o os fatores decisivos para que a empresa deslanchasse nos �ltimos anos?
 
O maior diferencial do grupo � a cadeia de verticaliza��o. Come�amos o projeto em 1988 e, hoje, temos um modelo �nico na ind�stria farmac�utica brasileira.

Como isso funciona?
 
Temos a f�brica de embalagens, a ind�stria farmac�utica e a distribui��o. Com isso, nosso acesso � muito mais r�pido aos pontos de vendas e conseguimos entender melhor a din�mica do pa�s, adaptando o portf�lio para cada regi�o.

Ent�o, � correto presumir que o medicamento gen�rico tem espa�o para avan�ar no mercado brasileiro?
 
Sim, principalmente, porque moramos em um pa�s com 200 milh�es de habitantes e que ainda oferece muitas oportunidades. Quando a retomada vier, essas oportunidades ser�o ainda mais vis�veis.

Boa parte dos empreendedores reclama das dificuldades de fazer neg�cios no Brasil. Quais s�o os maiores obst�culos?
 
A log�stica, sem d�vida, � um      problema. Voc� imagina como � chegar a uma farm�cia no interior do Piau� tendo uma ind�stria dentro de S�o Paulo. Por isso, em meados dos anos 1990 iniciamos um processo que consistiu na cria��o de uma malha de distribui��o para ter acesso mais r�pido aos cantos mais distantes do pa�s. E temos tamb�m a carga tribut�ria, que � uma loucura e muda de estado para estado.
  
� poss�vel liberar amarras enfrentas pelo setor farmac�utico?
 
A Anvisa (Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria), no Brasil, s� perde em rigor para a Anvisa do Jap�o. � um �rg�o rigoros�ssimo e mostra que quem est� no pa�s hoje � top. N�o perde nada para nenhuma outra empresa do mundo. As ind�strias farmac�uticas nacionais s�o de alto padr�o de qualidade. Ent�o � um mercado muito disputado, muito desenvolvido e de muito investimento. S� que � um setor que tem barreira. N�o � f�cil montar uma ind�stria farmac�utica. H� esse lado bom da qualidade, mas existe o lado complicado que � a demora de voc� ter um produto, que hoje leva cinco anos para ser desenvolvido. Ent�o, come�o a desenvolver um produto hoje para poder coloc�-lo no mercado daqui a cinco anos. � muito tempo.

Qual � a regi�o que tem mais potencial de crescimento nos pr�ximos anos?
 
Na Cimed, brincamos que dividimos o pa�s em dois. De Minas Gerais para cima e de Minas Gerais para baixo. Onde temos mais potencial de crescimento � justamente de Minas para cima, que seriam o Norte e Nordeste.

A Cimed � conhecida no mercado por ser uma empresa agressiva. Essa percep��o corresponde � realidade?
 
Sempre imprimi na gest�o um ritmo acelerado. A orienta��o na empresa sempre foi n�o se satisfazer com o crescimento do mercado. Ent�o, nosso grupo tem muita energia. A gente brinca que comemora mais as derrotas do que as vit�rias, porque as derrotas foram os planejamentos que deixaram de ser feitos. Esse � um estilo que est� implantado h� muito tempo e est� enraizado em quem faz parte da companhia.

A Cimed faz investimento forte em marketing esportivo, incluindo patroc�nio da Sele��o Brasileira de futebol. H� um fator espec�fico para essas a��es?
 
A gente fala que esporte � sa�de. Ent�o, h� 20 anos investimos nessa plataforma. Desde times de futebol at� corrida de rua. E a maior conquista realmente foi patrocinar a Sele��o Brasileira. � uma coisa muito legal, porque trava a categoria.

Como assim?
 
O nosso concorrente n�o vai patrocinar a Argentina. Se � um time, voc� tem v�rias op��es, mas a Sele��o � um produto �nico.

Mas por que investir em esporte? Qual o retorno para a marca?
 
A gente fala que o esporte � frequ�ncia e sequ�ncia. A gente n�o tem um projeto de esporte dentro da companhia que dure menos que quatro anos. Para n�s, o esporte n�o � uma plataforma de oportunidade de momento. A gente enxerga o esporte como algo para longo prazo, porque ele vive de vit�rias e derrotas. Ent�o, se voc� ficar muito tempo patrocinando algu�m, sua marca vai inevitavelmente ficar conhecida.


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