
S�o Paulo – Nos �ltimos meses, muito se especulou a respeito do futuro do Walmart no Brasil. Desde que, h� pouco mais de um ano, a empresa de investimentos Advent International anunciou a compra de 80% das opera��es brasileiras da rede americana, uma s�rie de boatos dominou os debates entre os especialistas, desde uma poss�vel entrada da Amazon no neg�cio at� a transforma��o por completo das lojas existentes no pa�s.
Ontem, o Walmart enfim anunciou o que far� de sua opera��o no Brasil. A primeira mudan�a ser� o nome da marca, que passar� a ser chamada de Grupo Big.
A segundo envolve a ado��o de um novo modelo de neg�cios, mais focado no que o mercado chama de atacarejo, setor que mistura atacado com varejo e tem a proposta de vender principalmente alimentos e itens de higiene e limpeza a pre�os mais baixos do que os encontrados nos hipermercados e supermercados.
A segundo envolve a ado��o de um novo modelo de neg�cios, mais focado no que o mercado chama de atacarejo, setor que mistura atacado com varejo e tem a proposta de vender principalmente alimentos e itens de higiene e limpeza a pre�os mais baixos do que os encontrados nos hipermercados e supermercados.
A companhia prev� investimentos de R$ 1,2 bilh�o nos pr�ximos 18 meses para moderniza��o e amplia��o de suas lojas, de forma que elas possam competir no mercado de atacarejo. Os n�meros explicam a nova estrat�gia. De acordo com pesquisa da consultoria Nielsen, 60% dos lares do pa�s s�o abastecidos por produtos comprados nos atacarejos. Esse movimento levou a um aumento consistente das vendas, que subiram 12,8% no ano passado, um desempenho expressivo diante do crescimento modesto da economia.
O agora Grupo Big conta atualmente com 550 lojas e 50 mil funcion�rios em 18 estados brasileiros, al�m do Distrito Federal. A companhia afirma ser o terceiro maior conglomerado de varejo alimentar do Brasil. “As lojas de hipermercado Walmart nas regi�es Sul e Sudeste passar�o a se chamar Big, enquanto no Nordeste, todos os hipermercados ser�o Big Bompre�o”, afirmou a companhia em comunicado � imprensa. “At� junho de 2020, a expectativa � concluir a reforma de 100 hipermercados”, concluiu a empresa.
Segundo o mesmo comunicado, a bandeira Sam’s Club ter� 10 novas lojas em um per�odo de um ano, sendo que a primeira dever� ser inaugurada nas pr�ximas semanas. Outras tr�s ser�o abertas at� o fim de 2019. “Esse movimento faz parte do projeto de convers�o de hipermercados em Maxxi Atacado e Sam’s Club”, informou o grupo.
A mudan�a de nome n�o deixa de ser curiosa. O Walmart � a maior rede varejista do mundo, l�der com folga do mercado americano – o maior do planeta – e uma das empresas mais bem-sucedidas da hist�ria. A inclus�o de uma nova marca se deve a raz�es econ�micas. Apenas pelo uso do nome, a empresa precisa pagar royalties mensais aos americanos, donos da marca Walmart, de 0,7% das vendas. Com a mudan�a, essa obriga��o � anulada.
“A nova estrat�gia vem em boa hora”, diz Eduardo Tancinsky, consultor especializado em marcas. “O Brasil vive um per�odo de arruma��o da casa que dever� culminar em crescimento s�lido no futuro pr�ximo. Tudo indica que o consumo voltar� com for�a, beneficiando principalmente grandes redes varejistas”.
Surgido em 1995, o Grupo Big est� consolidado no mercado brasileiro. O grupo tem oito bandeiras, entre hipermercados (Big e Big Bompre�o), supermercados (Super Bom Pre�o e Nacional), atacado (Maxxi Atacado), clube de compras (Sam's Clube) e lojas de vizinhan�a (TodoDia). O Grupo Big � o terceiro maior conglomerado de varejo alimentar do Brasil.
O Walmart jamais decolou no Brasil. Apesar do sucesso global, nunca conseguiu passar do terceiro lugar no ranking do varejo brasileiro. Nas duas �ltimas d�cadas, a opera��o da rede no pa�s ficou marcada pelo fechamento de lojas, trocas de presidentes e preju�zos constantes.
At� epis�dios de corrup��o foram registrados. Em junho passado, o Walmart fechou acordo com autoridades nos Estados Unidos para encerrar uma investiga��o sobre pr�ticas de corrup��o fora do pa�s. A empresa pagou US$ 282 milh�es em multas por n�o ter agido para evitar a pr�tica de atos il�citos no Brasil, M�xico, �ndia e China. No Brasil, o Walmart informou ao Departamento de Justi�a americano ter feito pagamentos indevidos a servidores do governo como contrapartida para facilitar a constru��o de lojas.
