Terminaram na quarta-feira, 21, com rejei��o em massa, as assembleias dos empregados da Petrobras por todo Pa�s para votar a contraproposta da estatal referente ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) pelo diss�dio coletivo da categoria, que vence em setembro. Em meio a especula��es sobre um poss�vel enxugamento para a privatiza��o da petroleira, os empregados v�o se reunir nos pr�ximos dias 30 e 31 para decidir sobre uma poss�vel greve.
"Os resultados das assembleias caracterizam uma resposta bem clara: disposi��o de fazer uma forte greve como a de 1995 e 2015", afirma a Federa��o Nacional dos Petroleiros (FNP), que este ano vem negociando com a estatal ao lado da Federa��o �nica dos Petroleiros (FUP).
Em 1995, depois de n�o fechar o acordo coletivo com o governo Fernando Henrique Cardoso, os empregados da Petrobras fizeram uma greve de 32 dias. Em 2015, durante o governo de Dilma Rousseff, tamb�m sem acordo, a greve durou 20 dias.
Segundo a FUP, a terceira contraproposta apresentada pela Petrobras corta direitos, reduz o valor das horas extras e n�o cobre sequer a infla��o do per�odo.
A Petrobras ofereceu ajuste de 1% para os trabalhadores, contra a reivindica��o dos empregados de ajuste equivalente ao �ndice de Custo de Vida do Departamento Intersindical de Estat�sticas e Estudos S�cio Econ�micos (ICV-Dieese), acumulado entre 1� de setembro de 2018 e 31 de agosto de 2019 e o reajuste de 2020 do acumulado entre 1� de setembro de 2019 e 31 de agosto de 2020. Nos �ltimos 12 meses at� julho deste ano, o ICV-Dieese acumula alta de 2,9%.
Al�m de ajuste abaixo da infla��o, a petroleira prop�e extinguir tanto o adicional do Estado do Amazonas quanto a gratifica��o de campos terrestres. Tamb�m quer mudar o pagamento das horas extras, alegando que em 2018 representaram 7% de todo o gasto com pessoal, ou R$ 1,53 bilh�o, e acabar com o Programa Jovem Universit�rio, mas manter� os j� inscritos, n�o permitindo mais ades�es e nem ajuste de valores. Ser�o mantidos, sem ajuste, ainda os atuais valores do Aux�lio-Creche/Acompanhante, do Aux�lio Ensino (Assist�ncia Pr�-Escolar e do Aux�lio Ensino Fundamental, Aux�lio Ensino M�dio).
A Petrobras tamb�m n�o quer mais pagar pela libera��o de sindicalistas, que segundo a empresa, significou um gasto de R$ 25 milh�es em 2018. Outro benef�cio que a Petrobras pretende cortar � a antecipa��o do 13� sal�rio no in�cio do ano, "uma despesa adicional de R$ 35 milh�es", segundo a estatal, e passar a pagar o benef�cio como permite a lei: at� os dias 30 de novembro e 20 de dezembro.
De acordo com os sindicatos, a atual diretoria quer enxugar a empresa para vend�-la � iniciativa privada, o que vem sendo cada vez mais especulado dentro do pr�prio governo, que j� admite um poss�vel estudo para que isso aconte�a nos pr�ximos anos.
Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, que sempre defendeu a privatiza��o de todas as estatais, o presidente Jair Bolsonaro tamb�m j� come�a a tender para a venda da Petrobras, mas nada ainda foi decidido, segundo informou em um semin�rio de g�s natural na semana passada. Enquanto isso, a estatal tem levado adiante um plano de desinvestimento para se concentrar na explora��o e produ��o de petr�leo e g�s do pr�-sal.
ECONOMIA