
S�o Paulo – Um conjunto de not�cias negativas, externas e internas, levou o d�lar a fechar no maior n�vel deste ano. O acirramento da tens�o comercial entre a China e os Estados Unidos, com os dois pa�ses prometendo medidas protecionistas adicionais, manteve a moeda americana em alta ante a maioria dos emergentes. O real foi novamente uma das divisas com pior desempenho. Tamb�m n�o agradou aos investidores o atraso do cronograma da Previd�ncia no Senado, al�m das mesas tamb�m estarem atentas �s repercuss�es internacionais das queimadas na Amaz�nia e das den�ncias envolvendo o banco BTG na Opera��o Lava-Jato e potenciais respingos em outras institui��es financeiras. O d�lar fechou em alta de 1,14% no mercado � vista, a R$ 4,1246, o maior valor desde antes da elei��o presidencial, 19 de setembro, quando fechou em R$ 4,1308.
O d�lar acumulou alta de 3% nos �ltimos cinco dias, marcando a sexta semana consecutiva de valoriza��o. Em uma cesta de 35 moedas, o real teve o segundo pior desempenho, perdendo apenas para a lira turca. No m�s, j� acumula ganho de 8%. Na m�xima, chegou a R$ 4,13, tamb�m voltando a n�veis de antes das elei��es presidenciais. “Nos �ltimos dias, ventos contr�rios vindos do exterior n�o t�m dado tr�gua aos ativos brasileiros”, observaram na tarde de ontem os estrategistas do grupo financeiro holand�s Rabobank.
No caso do c�mbio, al�m do aumento da avers�o ao risco com o temor de piora da economia mundial, fatores t�cnicos tamb�m est�o pesando, incluindo a recomposi��o de posi��es defensivas no mercado futuro, aumento da busca entre emergentes por prote��o (hedge) no mercado brasileiro e o efeito cont�gio da Argentina, com investidores se desfazendo do risco Brasil em busca de caixa para fazer face a preju�zos no pa�s vizinho. Por esse motivo, o Rabobank v� que, ap�s a poeira se assentar no pa�s vizinho, o c�mbio aqui tende a se acalmar um pouco. Nesse cen�rio, eles mantiveram a previs�o de d�lar em R$ 3,70/R$ 3,80 no final do ano.
"Hoje foi uma s�rie de not�cias ruins. O atraso na Previd�ncia foi malvisto, mas o que mais afetou foi a amea�a da China de retaliar e de Trump prometer o mesmo em seguida”, disse o respons�vel pela �rea de c�mbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. A China anunciou tarifas retaliat�rias sobre mais US$ 75 bilh�es em produtos americanos. J� o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, amea�ou anunciar medidas de retalia��o ainda ontem e voltou a cobrar postura mais ativa do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Powell falou em discurso mais cedo que a institui��o est� preparada para fornecer, se necess�rio, mais est�mulos monet�rios. Logo ap�s o discurso, o d�lar � vista bateu m�nimas, a R$ 4,05.
Bolsa desaba A onda de avers�o ao risco nos mercados globais atingiru a bolsa brasileira n�o escapou. O temor de acirramento da guerra comercial entre EUA e China derrubou os mercados na Europa e nos Estados Unidos e o �ndice Bovespa perdeu 2,34% e fechou aos 97.667,49 pontos, menor n�vel desde 17 de junho. O cen�rio dom�stico tamb�m contribuiu para o desempenho negativo do mercado dom�stico, afirmaram analistas. Das 66 a��es da carteira do Ibovespa, somente Smiles ON terminou o dia em alta, com +2,83%. Entre as blue chips, as quedas mais significativas ficaram com pap�is ligados a commodities, em especial os da Petrobras, que recuaram mais de 3%.