Europeus se dividem sobre risco ao Mercosul

O Reino Unido uniu-se � Alemanha ontem ao criticar a decis�o do presidente franc�s, Emmanuel Macron, de obstruir um acordo comercial entre a Uni�o Europeia e o grupo Mercosul dos pa�ses sul-americanos para pressionar o Brasil contra inc�ndios florestais - al�m de levar a quest�o � c�pula dos pa�ses ricos, o G-7, em Biarritz..

Em uma declara��o surpresa anteontem, Macron disse que havia decidido se opor ao acordo UE-Mercosul e acusou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro de mentir quando minimizou as preocupa��es com as mudan�as clim�ticas. Em sua chegada para a c�pula, ontem, Macron fez um apelo para que "todos os pa�ses ajudem o Brasil e outros pa�ses sul-americanos a combater os inc�ndios na Floresta Amaz�nica". Neste s�bado, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, refor�ou as cr�ticas. "� dif�cil imaginar ratifica��o harmoniosa (do acordo) enquanto o Brasil permitir essa destrui��o."

J� o primeiro-ministro brit�nico, Boris Johnson, criticou essa postura, um dia depois de o escrit�rio da chanceler alem� Angela Merkel ter feito o mesmo em Berlim. "H� todo tipo de pessoa que usar� qualquer desculpa para interferir no com�rcio e frustrar acordos comerciais", disse. Johnson afirmou, por�m, temer a "irreversibilidade" da destrui��o florestal e prometeu "apoio aos brasileiros". Na sexta, 23, um porta-voz de Angela Merkel disse que n�o concluir o acordo "n�o � a resposta apropriada para o que est� acontecendo no Brasil agora".

Ap�s o presidente Bolsonaro ver na interven��o de Macron uma interven��o indevida - e cogitar at� chamar o embaixador franc�s para cobrar explica��es -, o franc�s virou alvo de cr�ticas do governo. O secret�rio de Comunica��o, F�bio Wajngarten, usou suas redes sociais ontem para recha�ar "pitacos" e dizer que "Macron n�o consegue controlar o racismo nem o antissemitismo de seu pa�s". Seu colega de Meio Ambiente, Ricardo Salles, observou nas redes sociais que h� mais fogo em Angola e Congo do que na Amaz�nia e citou poss�vel interesse dos "ineficientes agricultores franceses".

Com o telefonema anteontem de Donald Trump e do presidente Bolsonaro, o governo brasileiro espera que os Estados Unidos indiquem, durante o G-7, que s� aceitar�o discutir os inc�ndios na regi�o da floresta amaz�nica com a presen�a e participa��o do Brasil. Isso, segundo interlocutores do governo brasileiro, foi tratado na conversa entre os dois presidentes.

Protestos

Com Biarritz fechada para a c�pula do G-7, manifestantes antiglobaliza��o e ambientalistas se reuniram em cidades na fronteira franco-espanhola para cobrar aten��o � agenda ambiental. Houve confronto com tropas de seguran�a. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.