O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, esclareceu nesta ter�a-feira, 27, que, apesar de ligada ao BC, a Unidade de Intelig�ncia Financeira (UIF) - que substituir� o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) - n�o ser� um departamento da institui��o. Ele defendeu ainda o projeto de autonomia operacional do BC, como forma de refor�ar a independ�ncia do �rg�o.
"Vejo na integra��o da UIF ao BCB, nesse momento que precede a autonomia de jure do Banco, um importante passo para a implanta��o de uma estrutura aut�noma que permitir� a continuidade e o aprimoramento do bom trabalho desempenhado pelo Coaf", afirmou em audi�ncia p�blica na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado.
Para Campos Neto, o projeto de autonomia do BC ir� garantir os mecanismos de blindagem t�cnica e operacional � UIF, e autonomia ao BC, "dando uma seguran�a ainda maior ante eventuais press�es de poderes pol�ticos ou econ�micos".
Ele lembrou que coube a ele a nomea��o dos membros do Conselho Deliberativo da UIF, incluindo o seu presidente. A aprova��o do regimento interno do �rg�o tamb�m � atribui��o da diretoria colegiada do BC.
"Destaco que a UIF ser� ligada ao BC, mas n�o ser� um departamento do Banco. E que o provimento de pessoal da Unidade n�o se confundir� com o provimento de pessoal para o BC. Esse arranjo garante � UIF a manuten��o e a amplia��o de toda a extens�o de sua autonomia t�cnica e operacional", acrescentou.
Para Campos Neto, a cria��o da UIF ser� um passo importante para a integra��o do Brasil � comunidade internacional e para a gera��o de intelig�ncia financeira voltada ao combate de il�citos em nosso pa�s. "Os �ltimos 20 anos s�o forte testemunho de que a condu��o aut�noma da pol�tica monet�ria, com transpar�ncia e responsabilidade, conduz simultaneamente a patamares mais baixos de infla��o e de juros", afirmou. "Um BC aut�nomo reduziria o custo de condu��o de pol�tica monet�ria voltada � estabilidade de pre�os, por meio do aumento de sua credibilidade, ao mesmo tempo em que estaria melhor equipado para promover as mudan�as necess�rias em nosso sistema financeiro", completou.
Casa da Moeda
O presidente do Banco Central disse que o BC � um cliente da Casa da Moeda e, portanto, n�o deve se posicionar sobre qual seria o melhor modelo para a estatal, que est� na lista de privatiza��es do governo. "Para o BC, o que importa � ter o menor pre�o. Est�vamos pagando quase tr�s vezes mais � Casa da Moeda em rela��o ao que se cobra em outros pa�ses", respondeu. "V�rios outros pa�ses compram moeda de fora sem perda da soberania", completou.
Ajuste fiscal de Estados
Campos Neto disse que o ajuste fiscal de Estados e munic�pios � um tema do Minist�rio da Economia, mas destacou a capacidade dos investimentos dos governos regionais impulsionarem a economia. "� muito importante deixar Estados e munic�pios em uma situa��o melhor, para termos um crescimento induzido pelos governos estaduais e prefeituras", respondeu.
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